
Cerimônia de entrega do Prêmio Nobel. Foto: Nanaka Adachi/Divulgação
O que um escândalo sexual é capaz de fazer, né? Sim, no frigir dos ovos, foi por causa disso que a edição 2019 do prêmio de literatura mais importante do planeta teve dois vencedores anunciados na quinta, dia 10 de outubro. São eles, a polonesa Olga Tokarczuk e o austríaco Peter Handke. Mas, embora bastante conhecidos na Europa, para nós ainda resta a pergunta: quem são estes dois vencedores, hein?
Olga Tokarczuk é polonesa nascida em janeiro de 1962. Formada em psicologia, atuou em consultório antes de se dedicar exclusivamente à literatura. Tem mais de 15 livros publicados. Apenas um deles foi publicado no Brasil, Os Vagantes (Editora Tinta Negra). Isso foi em 2014, portanto, está com a edição esgotada. Inclusive o e-book. Foi também este livro que deu a ela o The Man Book International Prize em 2018.
Claro que com o Nobel, outras editoras vão procurar traduzir os livros dela para português. A Todavia já anuncia para novembro a publicação de Sobre os ossos dos mortos (Prowad? swój p?ug przez ko?ci umar?ych). Ele foi escrito em 2009.
Dramaturgia
Embora Peter Handke tenha mais livros traduzidos para o português, muitas edições também já estão esgotadas. Ele é austríaco nascido em 1942. Além de romances, é conhecido também por poesia, peças de teatro e roteiro de cinema. Por exemplo, é dele a adaptação de Asas do Desejo (1987), dirigido por Wim Wenders.
A revista Galileu fez uma lista com dicas das obras dos dois vencedores. Curiosamente, as recomendações são o filme e duas peças de teatro. Isso leva a crer que o forte dele é a dramaturgia. Sendo assim, se quiser conhecer mais, fique de olho no que a Editora Perspectiva lançou. Em 2015 foram traduzidas as peças Predição, Insulto ao Público, Autoacusação e Gritos de Socorro.

Vencedores do Nobel de Literatura 2018 e 2019. Ilustração de Niklas Elmehed/ Nobel Prize / Divulgação
Entenda a polêmica
Em maio de 2018 a Academia Sueca, responsável pelo prêmio, anunciou que “pularia” a edição daquele ano para reconquistar a confiança do público diante dos escândalos que envolveram a instituição. Desde 1949 o Nobel não era adiado. Isso aconteceu sete vezes, mas sempre por causa das guerras.
O adiamento do século XXI teve a ver com denúncias de assédio sexual contra o dramaturgo Jean-Claude Arnault, uma grande figura cultural na Suécia. Mas o que ele tem a ver com a Academia que entrega o Nobel? Bem, ele é marido da poeta Katarina Frostenson, integrante da instituição. Depois que o caso veio à tona, a Academia contratou uma auditoria para investigar se Arnault teria influenciado nas decisões sobre o prêmio. Em resumo: descobriram que a confidencialidade sobre os ganhadores foi violada algumas vezes. Ish!
Com esse “baphão” todo, sete, dos 18 participantes da Academia, decidiram se afastar das atividades. Até o Rei da Suécia precisou entrar na jogada.
Dicas de filmes
Bem, como os bastidores deste prêmio sempre geram curiosidade, claro que já foi tema de cinema. Hoje temos para você duas dicas de filmes que envolvem o Nobel de Literatura. Aliás, ótimas produções e bem diferentes entre si.

Sony Pictures / Divulgação / A Esposa
A esposa (2019)
Glenn Close quase ganhou o Oscar pelo papel neste filme dirigido por Björn Runge. Aliás, ela é a melhor coisa que tem no filme. Interpreta da mulher do escritor vencedor do Nobel de Literatura. Bom, te contar mais do que isso é estragar algumas surpresas. Fato é que o longa narra a viagem da família dos Estados Unidos para a Suécia onde Joe Castleman (Jonathan Pryce) receberá a medalha.
O filme está disponível para aluguel no YouTube e no Google Play por R$ 6,90.
O Cidadão Ilustre (2017)

O Cidadão Ilustre. Foto: Cineart Filmes/Divulgação
Nesta produção argentina, o Prêmio Nobel de Literatura aparece bem no início. É quando o escritor argentino, mas radicado na Espanha, Daniel Mantovani (Oscar Martínez) sobe ao palco para receber a medalha. O melhor do filme dirigido em parceria por Gastón Duprat e Mariano Cohn vem depois disso. Quando o escritor resolve aceitar o convite de retornar à cidade natal depois de décadas na Europa. Aí está liberada a fina ironia dos argentinos! Confira aqui a crítica!
O Cidadão Ilustre está disponível para aluguel por R$ 3,90.