Menu
Uncategorized

“Natureza Morta”, filme dirigido por Clarissa Ramalho, estreia em BH nesta quinta-feira!

“Natureza Morta” estará disponível na sala de cinema do Centro Cultural Unimed de 29 de junho até 05 de julho.

Personagens Lenita e Manuel Barbosa, interpretados por Mariana Fausto e Rômulo Braga, respectivamente. - Foto: Cadu Pilotto

“Natureza Morta” estará disponível na sala de cinema do Centro Cultural Unimed de 29 de junho até 05 de julho.

Por Caio Brandão | Repórter

Exibido pela primeira vez na Mostra Aurora, na 23ª Mostra de Cinema de Tiradentes, em 2020, o longa-metragem “Natureza Morta” chega a Belo Horizonte, pela primeira vez, nesta quinta-feira, dia 29 de junho. Haverá, ainda, no dia seguinte, uma sessão especial com comentários da diretora do filme, Clarissa Ramalho. Você pode conferir todas as informações sobre o evento pelo link.

Clarissa, nascida em São João Del Rey, conta com uma grande trajetória profissional. Sendo assim, a cineasta acumulou experiências em setores como direção e elaboração de roteiros, atuando na área do cinema, bem como na televisão. 

Os desafios de uma adaptação

O longa se ergue como uma adaptação do romance “A Carne”, de Julio Ribeiro, publicado em 1888. Dessa forma, o estilo de escrita presente na obra original é peculiar, configurando uma enorme lista de cuidados que devem ser tomados ao adaptar um texto como esse.

“Adaptar uma obra literária do século XIX para o cinema é, por si só, uma proposta ousada. Primeiro, pelo motivo de modificarmos estruturalmente o que chamamos de história. Segundo, porque convertemos uma realidade, na tentativa de trazê-la para os dias de hoje. É como abrir a câmera e posicioná-la, buscando enquadrar um determinado espaço: mudamos este ambiente”, contou Clarissa.

“Um dos grandes desafios foi assumir o meu ponto de vista, que no caso é de uma mulher, em contraponto com o autor Júlio Ribeiro, um homem do século XIX. Precisei me apropriar de suas palavras e ao mesmo tempo me tornar cúmplice desse autor. Além disso, tive que me ater ao século XIX, sem a perspectiva de trazer o filme para os dias de hoje, pois se tratava do último filme uma trilogia que se passava inteiramente neste século”. 

A continuidade de um legado

“Natureza Morta” finaliza a trilogia “Inquietante Estranheza”, iniciada por Ricardo Miranda (1950-2014). Assim, Clarissa, que já havia participado da produção dos dois filmes anteriores, foi a responsável pela versão final do roteiro e direção da peça final.

“Talvez esteja aí o meu maior desafio: a continuidade da linha que se quebra. O que está em jogo são as estruturas compostas por uma narrativa já desenvolvida anteriormente, por Ricardo Miranda, diretor das duas primeiras obras – ‘Djalioh’ e ‘Paixão e Virtude’ – e que foi terminada por outra diretora, que no caso sou eu”, explicou Clarissa.

“Desta forma, percebo que um triângulo se forma em comunhão a essa trilogia: o legado que ficou do meu trabalho com Ricardo Miranda, as minhas possíveis intervenções, e a obra literária de Júlio Ribeiro no romance ‘A Carne’. E, como contraponto, sou eu, como diretora e roteirista, quem dá a forma ao filme Natureza Morta. Trata-se também de adaptar-me às situações apresentadas pelas circunstâncias da vida, onde os intervalos são preenchidos pelo meu olhar, que, no caso, é feminino”.  

Participação especial

Somado a tudo isso, “Natureza Morta” conta, ainda, com participação de um dos nomes mais icônicos do cinema nacional. Desse modo, a atriz Helena Ignez está presente no elenco, prometendo mais uma performance louvável nas telonas.

“Impecável o trabalho de Helena. Um ícone, sem dúvida. Mulher com quem trabalhei e aprendi a cada filmagem, a cada ensaio, a cada plano escolhido. Helena se apresenta em muitas formas: é atriz, diretora, que vivencia o teatro e o cinema. E de forma singular, com uma voz belíssima e presença marcante, encanta os ouvidos de quem ouve uma história. Ela representa a resistência, o fazer cinema, a luz própria. Contar com Helena no elenco do filme é maravilhoso!”, celebrou Clarissa. 

“Não há palavras para expressar tamanha gratidão por ela estar presente não só em ‘Natureza Morta’, mas em toda trilogia. Ela é quem norteia as histórias, pois é nossa narradora principal. Era a voz do diretor Ricardo Miranda, enquanto representava Flaubert, e tornou-se a voz da diretora Clarissa Moebus Ramalho, enquanto representa Júlio Ribeiro. Helena sou eu!”

Conteúdos Relacionados