Menu
Agenda Cultural

Nara Vidal lança o livro “Shakespearianas: As mulheres em Shakespeare” em BH

A escritora Nara Vidal, que autografa livro em BH (Raquel Sol e Leo Melo/Divulgação)

A escritora Nara Vidal, que autografa livro em BH (Raquel Sol e Leo Melo/Divulgação

Autora mineira há tempos radicada na Inglaterra, Nara Vidal começa em BH a maratona de sessões de autógrafo da obra

A escritora Nara Vidal entende que a fagulha para escrever “Shakespearianas: As Mulheres em Shakespeare”, mais recente livro que assina, se acendeu tempos atrás, mais precisamente, quando a mineira começou a fazer faculdade de Letras. “Assim, tive a oportunidade de ler ‘MacBeth’ com a professora de literatura inglesa com quem tinha aulas. E logo fiquei muito impressionada com as personagens, tanto com as bruxas quanto com Lady Macbeth. Acredito que foi a partir dali que se acendeu, então, a vontade de pesquisar mais sobre elas. E aí, com o tempo, a partir da minha vivência e de leituras de Shakespeare – as quais tive a oportunidade de fazer durante a faculdade, e depois por conta própria -, o foco em uma pesquisa em relação às personagens mulheres foi ficando cada vez mais sólido, cada vez mais claro para mim”, assinala a autora.

Residindo já há um bom tempo na Inglaterra, Nara Vidal está neste momento no Brasil justamente para participar da série de eventos de lançamento do livro, que é chancelado pela Relicário. Neste sábado, é a vez de BH receber a escritora, que, assim, participará de uma conversa com as autoras Marcela Dantés e Ana Elisa Ribeiro na Livraria Jenipapo, na Savassi, a partir das 14h. A mediação ficará por conta de Natália Alves, da JustBooks. A entrada é franca.

Representação do humano

Retomando a história da gênese da obra, Nara Vidal conta que, após o momento citado no início da matéria, passou a se dedicar também ao estudo de teorias em volta de William Shakespeare. “Um teórico que tenho como grande referência, o Harold Bloom, comentava muito sobre a complexidade e o fascínio que as personagens femininas de Shakespeare têm, que inclusive são as mais interessantes das peças. E quando a gente estuda um pouco mais profundamente essas personagens, percebe que de fato são a representação do humano”.

Assim, prossegue Nara, por tabela, são a representação de todas as nossas fragilidades. Tal qual, de todas as nossas ambivalências, conflitos. “E isso é o mais bonito que tem no ser humano. Essas mulheres, essas personagens femininas, como elas passam por arcos. Começam de uma maneira a peça e terminam de outra, geralmente, são mulheres marginais. Ou, melhor dizendo, mulheres marginalizadas. Porque sempre saem de uma convenção, sempre se arrastam para um lugar fora da norma. E isso causa muito estranhamento no âmbito cultural no qual estão inseridas. Na sociedade onde habitam. Assim, por isso acabam se modificando tanto. Consequentemente, sofrem na própria pele essas transformações”, complementa.

Personagens que se transformam

Por isso, humanas. “No sentido de serem personagens que se transformam do mesmo modo como nós também nos transformamos. Logo, são muito parecidas com a gente. Assim, respondendo à pergunta, acho que a fagulha (da escrita do livro) se deu a partir da observação desse completo fascínio pelo ser humano, que elas exemplificam tão bem”.

Centelha do livro

No entanto, Nara Vidal situa que, na verdade, quando começou a estudar o bardo, não tinha um objetivo tão nítido traçado. “Naquele início, era mesmo por pura curtição. Eu realmente gosto tanto de estudar Shakespeare, que era mesmo um grande prazer. Aliás, continua sendo. Só que, como fui escrevendo, publicando livros, passei a ter isso em mente. Ou seja, a pensar que talvez fosse interessante fazer alguma coisa com Shakespeare em algum momento. Isso por conta exatamente desse meu estudo mais aprofundado, que já vem de tanto tempo. Portanto, (achei que poderia) colocar alguma coisa de pé. Fazer um livro em relação aos meus estudos shakespearianos”.

A capa do livro, que Nara Vidal autografa neste sábado, em BH (Relicário/Divulgação)

Assim, por meio da parceria com a Relicário, especificamente através da jornalista, editora e curadora de conteúdos editoriais Michelle Strzoda, o projeto foi ganhando vida. “Juntas, a gente acabou organizando o esqueleto desse livro. E aí fomos, então, desenvolvendo. Eu fui escrevendo, a Michelle, editando”.

Retorno a BH

Sobre o retorno ao Brasil para lançar “Shakespearianas”, Nara Vidal diz: “É um momento muito importante para mim, muito especial. Eu não poderia deixar de estar aqui no lançamento desse livro, porque é mesmo, é especial. É um projeto tão grande, tão bacana e que me dá muitas alegrias! Estou tão entusiasmada com ele que espero que muita gente conheça mais dessas personagens e se apaixone por Shakespeare, como eu tive a oportunidade de me apaixonar”.

Falando particularmente sobre Minas, Nara completa: “Bem, eu sou daqui. Então, a minha passagem por Minas tem sido voltar para casa. Eu tenho meu pai, que ainda é vivo, e as minhas irmãs. Elas não moram em Minas, mas meu pai, sim. Aliás, mora na casa na qual eu nasci, onde cresci. Assim, estar nessa casa com ele, passando os dias, é muito gostoso. É muito bom poder estar aqui, voltar para as raízes”. Na verdade, Nara confessa que não vem a BH há mais de 30 anos. “Então, é como se eu fosse pela primeira vez, para dizer a verdade. Depois, vamos fazer São Paulo e Rio, e, na sequência, Portugal. Assim, vai ser muito importante começar por Belo Horizonte e pela minha Minas Gerais. É bonito isso”.

Serviço

Lançamento, em BH, do livro “Shakespearianas: As mulheres em Shakespeare”, de Nara Vidal
A autora conversa com Ana Elisa Ribeiro e Marcela Dantés
Neste sábado, a partir das 14h
Livraria Jenipapo (Rua Fernandes Tourinho, 241, Savassi)
Evento aberto ao público

Conteúdos Relacionados