Atualmente os artistas têm a possibilidade de divulgar os trabalhos e ter respaldo para que a difusão dele ocorra? Muitas vezes não. Pensando justamente nisso foi criado o Música Mundo – Encontro Internacional de Música, que chega à sua quinta edição. O objetivo é promover diálogos e profissionalização da cena musical local. “O Música Mundo nasceu a partir da experiência que tivemos com o Música Minas, um programa de exportação da música mineira. Por meio de editais de circulação nós fomos para Cabo Verde participar do Atlantic Music Expo”, explica Gabriel Murilo, um dos organizadores do Música Mundo.
Gabriel Murilo, Laura Lopes, Francisco Cereno e João Pires tiveram a ideia juntos quando ainda estavam no voo da África para o Brasil. Ao perceber a falta de iniciativas como essa em Belo Horizonte, criaram a plataforma. A edição de 2019 conta com rodada de negócios, debates, oficinas, palestras, workshop e programação cultural integrada. Essa última busca oferecer para os convidados e participantes do encontro a oportunidade de entender a cena artística da cidade.
Rodada de negócios
Em parceria com o Sebrae, o Música Mundo vai oferecer três dias de rodada de negócios para ajudar na profissionalização de artistas. Para isso, 30 convidados âncora estarão presente. Ou seja, programadores de festivais do Brasil e de outros países da América Latina, selos de gravação e agentes de música. Os participantes têm entre 10 e 15 minutos para vender o peixe. “Geralmente quem vai para as rodadas de negócio é um produtor ou um representante de cada artista/banda”, esclarece Laura Lopes. Ela é outra organizadora do Música Mundo, cantora e compositora.
Pessoas de qualquer perfil podem participar das rodadas de negócio, sejam elas iniciantes ou mais experientes. “Cada um vai ter um aproveitamento particular. O iniciante erra, se frustra, mas se aprimora e aprende muito. Por outro lado, os experiente ampliam a rede de contatos e geralmente fecham negócio”, comenta Gabriel Murilo. Ele conta, ainda, que já teve casos de artistas que circularem o Brasil, e fizeram viagens internacionais em turnê, passando pela Europa e pela África. Entre eles estão nomes do de Minas Gerais: Pequena Morte, Leandro César, AdHoc Orquestra e Graveola e o Lixo Polifônico. Foram de Minas já participaram Tuyo (PR), Cabruera (PB) e Liniker (SP).
Oficinas
O principal diferencial da quinta edição do Música Mundo são as atividades de formação. Só para exemplificar, haverá a masterclass Áudio para cantores, palestra sobre oportunidades na cena alternativa e oficina sobre os caminhos para viver de música. Sendo assim, tem oportunidade para todos artistas e promotores das artes no encontro deste ano. A programação completa de oficinas e outras atividades estão no site do encontro.
Cenário musical de BH e o Música Mundo 2019
O mercado da música em BH está em constante mutação e expansão de acordo com Gabriel Murilo. Ele é músico, empreendedor cultural e co-idealizador da Embaixada Cultural, uma espécie de organização dedicada à diplomacia cultural, e acredita que as políticas públicas podem ser o principal combustível para a música. “Ganhamos muito quando temos políticas públicas favoráveis. Isso porque elas auxiliam o mercado independente direta e indiretamente já que o acesso de artistas a alguns lugares, por exemplo, é ampliado”, destaca o músico. “É um mercado que não consegue se sustentar com as próprias pernas, mas isso faz parte de uma conjuntura. O Brasil é muito grande, tem muito a se fazer”.
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