De nomes internacionais, como Moby, a expoentes nacionais, incluindo mineiros, tem muitos lançamentos no campo da música
Patrícia Cassese | Editora Assistente*
O início do mês de setembro está cheio de novidades na seara da música. Sim, Liniker ainda reina absoluta, com o seu “Caju”. Mas, claro, as plataformas digitais têm espaço para todo mundo. Não deu para listar tudo, mas o Culturadoria aponta, aqui, algumas das boas novas que já podem ser acessadas no streaming. ‘Bora’ checar?
Manu Dias – “De Axé”
Manu Dias lança nesta sexta-feira, 13/9, nas plataformas de streaming, a música “De Axé”. Já o clipe será gravado no domingo, dia 15, no Samba d’Casa, projeto da sambista junto à produtora e fotógrafa Gabi Marques. A letra da música propõe: “De Axé te convida a observar a vida em sua mais linda simplicidade. Te faz pensar o que te faz feliz. Mostra o bem que uma amizade faz. O quão necessário um colo nos momentos mais complexos e sendo esse um colo de mãe então, tem poder de cura”. “A letra diz que a felicidade existe e pode ser sentida diariamente se você observar e valorizar coisas simples como a beleza que a natureza tem, um brincar de uma criança e um papo com nossos mais velhos”, observa Manu. Abaixo, a capa do single.
Hans Landim – “Águas Raras”
Dia 13 de setembro, o músico e compositor Hans Landim disponibiliza, nas plataformas de streaming, o trabalho autoral “Águas Raras”. Trata-se de um projeto pop contemporâneo com referências percussivas afro-brasileiras. Segundo Landim, a canção surge do desejo do “cantautor” de falar sobre as águas em todas as suas manifestações”. Ou seja, uma forma de exaltar a importância do recurso natural, um dos símbolos sagrados da espiritualidade. “’Águas Raras’ teve, como inspiração, a natureza e a afro-brasilidade. Assim, a música traz a água como uma narrativa para além da construção da vida”.
No viés espiritual, Hans descreve a água como “algo transcendental, de cura e purificação”. “Desse modo, uma parte integrante da natureza que representa nossos sentimentos mais profundos e sagrados”, explica o artista. Com letra e direção musical do próprio Hans Landim e produção de Elieser de Jesus, o novo single é um ijexá pop contemporâneo, que faz desse ritmo a base para a harmonia e composição da música.
Moby – “Precious mind” remix feat. India Carney
O músico, produtor e ativista norte-americano Moby compartilha um “cassette remix” de “precious mind”, com a participação de India Carney, junto a um videoclipe dirigido por ele mesmo. O criador de música eletrônica lançará “Quiet home DJ Mix” nesta quinta-feira, 12 de setembro. Tal qual, versões novas e inéditas de músicas do álbum “Always centered at night”, lançado este ano. “Precious mind” transforma a névoa jazzística do original em um épico trip-hop.
“Always centered at night” conta com 13 colaborações no total. O single principal “Dark days”, por exemplo, foi gravado com a aclamada cantora e compositora de soul-jazz Lady Blackbird. Também colaboraram serpentwithfeet, na dolorosa “on air” e Benjamin Zephaniah na “where is your pride?”. E, ainda, a cantora sudanesa (radicada na Holanda) Gaidaa, em “Transit”, o refugiado burundês radicado em Londres J.P. Bimeni e Aynzli Jones, criada em Kingston e radicada em Londres.
Joyce Moreno e Jards Macalé – “Um Abraço do João”
“Um Abraço do João”, dueto inédito de Joyce Moreno e Jards Macalé, já está nas plataformas digitais. A canção é uma parceria dos dois, composta sob a inspiração de João Gilberto (1931/2019). Além da beleza melódica e poética, as histórias por trás da composição e da gravação de “Um Abraço do João”, são um capítulo à parte.
Autor da melodia, Macalé conta: “Encontrei o telefone secreto do João Gilberto durante a pandemia, só que ele já havia partido para outra dimensão. Aí eu telefonei, num ato de loucura, talvez de lucidez, e claro, ninguém atendeu, a não ser a secretária eletrônica”. Ocorre que Macalé disse ter deixado “recados enormes”. E se despediu dizendo: “Um abraço, João, qualquer coisa me liga, me chama e tal”. “Três semanas depois pintou essa música, parecida com algumas coisas que o João fez, como ‘Um Abraço no Bonfá’”. Daí, ele ligou para Joyce. E ela disse: “Manda que eu faço a letra”.
Assista ao video:https://youtu.be/VGRL2u5v8_8
Curumin – “Pedra de Selva”
Sete anos após o lançamento de “Boca” (2017), Curumin lança nesta quarta-feira, dia 11 de setembro, o quinto disco de sua carreira, “Pedra de Selva”. Com 17 (dezessete) faixas e lançado de forma totalmente independente, o trabalho conta com as participações de François Muleka, Funk Buia, Anelis Assumpção, Ava Rocha, Josyanne, Jéssica Caetano, Iara Rennó, Livia Nery, Rimon Guimarães. Tal qual, dos seus três filhos, Rubi, Bento e Benedito, como backing vocals.
O álbum convida o ouvinte a atravessar os momentos da vida com maior sutileza. Mas não só. “Depois que fui formatando essa ideia do disco, comecei a entender que tinha muito a ver com o que o Krenak fala, Saloma Salomão. Uma ideia de rever a natureza. (…) Precisamos nos rever dentro do sistema capitalista e voltar para as outras coisas, a terra, o que importa.” pontua o músico. Pré-anunciado por dois singles duplos, “Corredor do Mato Dentro”/”Pisa” e “Flecha do Dedo”/ ” Paixão Faixa-Preta”, “Pedra de Selva” carrega uma sonoridade experimental.
Grupo Nhambuzim – “Assombrio: Inventário de Encantados”
Nesta sexta, 13 de setembro, o grupo Nhambuzim disponibiliza, nas plataformas, seu terceiro álbum, “Assombrio: Inventário de Encantados”. São 11 canções, sendo 10 de autoria do grupo. Assim, o disco faz um resgate dos mitos populares presentes no imaginário ancestral brasileiro. São histórias cantadas sobre curupiras, lobisomens, caboclos d´água, matintas-pereiras e sacis. “É um bestiário musical brasileiro. Queremos homenagear as tradições orais e musicais do Brasil profundo, e também os guardiões míticos da nossa natureza”, afirma Xavier Bartaburu, compositor, pianista e diretor musical do grupo.
Inspirados pelo historiador e folclorista potiguar Luís da Câmara Cascudo, os integrantes do
Nhambuzim buscaram em seus relatos a fonte para as músicas que tratam dos mitos brasileiros mais conhecidos, mas também de outros menos populares, como quibungo e capelobo. O cantor e compositor Edson Penha acrescenta que as canções são fruto não só de pesquisas sobre o folclore brasileiro, mas carregam também histórias ouvidas nos encontros de família e por contadores.
Emersoul Groove – “Metamorfose Ambulante”
O cantor paulistano Emersoul Groove lançou uma releitura de “Metamorfose Ambulante”, clássico de Raul Seixas. Em sua versão, Emersoul combina elementos contemporâneos, estabelecendo uma conexão entre o rock dos anos 70 e uma sonoridade contemporânea.
Ouça clicando aqui
Varanda – “Beirada”
O disco de estreia da banda Varanda, de Juiz de Fora, já está nas plataformas digitais – acesse no Spotify aqui. O show de lançamento está marcado para esta quinta, dia 12 de setembro, no auditório do Sesc Vila Mariana, em São Paulo. O álbum passeia pelo indie rock, com elementos emprestados da música brasileira e do pop oitentista. São 11 faixas, autorais. A Varanda é formada por Mario Lorenzi (guitarra), Amélia do Carmo (voz), Augusto Vargas (baixo e voz) e Bernardo Merhy (bateria).
Thais – “Hipotermia”
A cantora e compositora Thais lançou o single: “Hipotermia”. Nela, a cantora expressa um eu-lírico sáfico. “Não vou me prolongar muito nesse assunto porque sempre foi uma questão muito natural pra mim. De qualquer forma, me dá orgulho colocar no mundo uma música que explore relações sáficas. E é lindo ver que isso tem rolado cada vez mais”. Ela ressalta que, de início, chegou a ficar insegura com a letra. “No entanto, com o tempo, fui desatando os nós que o conservadorismo coloca na nossa cabeça. Assim, espero que essa música possa causar esse efeito em mais mulheres por aí, que, de um jeito ou de outro, se sintam amarradas em relação à sexualidade”.
Sobre a sonoridade, Rafa Bicalho, responsável pela produção musical, aponta: “‘Hipotermia’ mostra umas referências mais alternativas da Thais. Ainda caminha pelo pop, mas ela trouxe várias ideias para o estúdio, referências que lembram algo ali de Sophia Chablau, Pluma, etc. Thais vem com harmonias diferentes desta vez, um drum’n’bass, coisas assim”. Thais adiciona que desde o começo o objetivo era criar algo para dançar. “E acho que a gente conseguiu fazer isso de um jeito legal”, diz ela, que é fã de Dua Lipa e Duda Beat.
Confira o clipe clicando aqui
*A partir de material disponibilizado pelas assessorias dos artistas.