Foi graças ao boca a boca que a notícia sobre as novidades no Mercado Novo, no centro de Belo Horizonte, se espalhou. Quem estava acostumado a aparecer por lá para procurar serviços gráficos ou algum ofício, atualmente se surpreende. Um movimento gastronômico tomou conta do lugar no último ano. São 40 opções, entre lojas de quitutes, bares e restaurantes. Os estabelecimentos mudaram a paisagem do segundo andar do prédio, de 1960, que estava meio parado no tempo.
Transformar o local em ambiente de gastronomia foi ideia de empreendedores que se juntaram no movimento “Velho Mercado Novo”. A iniciativa começou em 2018, com Cervejaria Viela e a Cozinha Tupis.
“A gente tinha feito o Juramento 202 e começamos a pensar em um segundo espaço para ampliar o que estávamos fazendo. Quando chegamos aqui, vimos que no segundo andar tinha vida de mercado ainda, mas muita loja vazia. Daí criamos a cervejaria e a cozinha Tupis. Depois veio mais gente mostrando interesse em ocupar”, conta Rafael Quick, um dos sócios da Viela.
Ocupação
Dessa forma, com o passar do tempo, o movimento se intensificou e novos empreendedores chegaram. Só para ilustrar, tomamos como exemplo o caso da Lamparina Cachaçaria. “Como acompanhamos o movimento desde o princípio, concluímos que era uma grande oportunidade para trazer cachaças artesanais de qualidade e mostrar suas histórias. Dar ao apreciador da boa cana um espaço íntimo e trazer também quem não tem costume de beber”, conta Thales Campomizzi, um dos sócios.
Hoje, o andar conta com boteco, cafeterias, restaurante de massas, lojas de sanduíches e antepastos. Entretanto, o forte mesmo são as bebidas. Cervejas artesanais variadas, vinhos, cachaças e drinks. O espaço fica aberto às quartas, de 18h às 0oh. De quinta a sexta-feira, de 14h às 00h . Sábado, de 12h às 18h. Já no domingo, de 12h às 18h. A entrada é pela Rua Rio Grande do Sul.
No local não há muitas mesas, nem bancos. Sendo assim, muito menos garçons. Nesse sentindo, o cliente faz o pedido no caixa e pega no balcão. O consumo é feito lá mesmo ou nos corredores, entre uma loja e outra de maneira informal. É onde o bate-papo rola solto e as pessoas se divertem.
Opções para todos os gostos
Não apenas os preços dos produtos variam conforme os estabelecimentos, como também as opções. Cervejas artesanais, em garrafas de 500ml, como no Viela, saem a R$ 13. São seis opções. No Ortiz, deliciosos sanduíches, custam R$ 20. Tem taça de vinho a R$ 10 no Gira Vinhos. Na Lamparina Cachaçaria, os drinks variam de R$ 11 a R$ 15. Na cozinha Tupis, os pratos oscilam entre R$ 9 e R$ 45.
“Adorei o espaço do Mercado, ele traz um conceito voltado pro rústico com um gostinho de antigamente. É uma ótima alternativa para fugir dos espaços tradicionais de BH, regado a cervejas artesanais bem geladas e culinária diferenciada”, pontua o estudante de farmácia Matheus Aires. Do mesmo modo, a Engenheira de Produção Nayra Fonseca já tem o lugar como queridinho. “Cervejas e comidinhas deliciosas. O público é o plus do lugar”, comenta.
Aconchego e tradição no Mercado Novo
Inegavelmente, a decoração das lojas chama atenção e rende boas fotos. São inspiradas em comércios antigos. Além disso, seguem regras específicas, como, por exemplo, a manutenção da estética do Mercado Novo. Exatamente por isso que a iniciativa vem sendo chamada de Velho Mercado Novo: a ideia é valorizar o conceito de mercado.
Sendo assim, nenhuma loja compete com outra. Algumas apostam até na compra de insumos dos próprios comerciantes do local com o intuito de valorizar a tradição. Como é o caso da cozinha Tupis, que se abastece de verduras e legumes dos lojistas do primeiro piso. Além dos estabelecimentos gastronômicos, há também algumas lojas ligadas a ofícios e à área cultural, como loja de vinil e espaço de exposição.
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