Curadoria de informação sobre artes e espetáculos, por Carolina Braga

Grupo Maria Cutia encena nove espetáculos em mostra

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A partir desta sexta-feira, o Maria Cutia ocupa praças e palcos da capital mineira para apresentar parte do repertório da companhia

Patrícia Cassese | Editora Assistente

Nesta sexta-feira, o grupo Maria Cutia dá início a uma mostra pensada para celebrar os 17 anos de atividades da companhia. Certo, não é uma, digamos assim, “data redonda”. Não obstante, trata-se de um período de várias conquistas e reconhecimentos. Assim, a mostra prevê a apresentação de nove espetáculos de repertório nas ruas e palcos de Belo Horizonte, em três momentos.

Neste mês, espaços públicos da capital – como a Praça Duque de Caxias e a Praça Sete – recebem os trabalhos “Como a Gente Gosta”, “Aquarela”, “Na Roda” e “Auto da Compadecida”. Já em novembro, o Maria Cutia ocupa o Teatro Raul Belém Machado para mostrar as peças “Ópera de Sabão”, “Mundos”, “Engenho de Dentro”, “Francisco” e “ParaChicos”, com ingressos a preços populares. E para encerrar, em dezembro, os componentes do Maria Cutia ministram oficina gratuita para iniciantes na Palhaçaria.

Cena de "Como a Gente Gosta", do grupo Maria Cutia (Tati Motta/Divulgação)
Cena de "Como a Gente Gosta", do grupo Maria Cutia (Tati Motta/Divulgação)

“Arte do Encontro”

A abertura da Mostra, nesta sexta-feira, será com “Como a Gente Gosta”, peça que será apresentada a partir das 20h, na Praça Duque de Caxias, em Santa Tereza. Em tempo: para os festejos de 2023, o tema é a arte do encontro. “Não há como pensar teatro sem pensar nas tantas vertentes de encontros que o fazem possível”, comenta Mariana Arruda, atriz, palhaça e fundadora do Maria Cutia. “Os encontros em cena. Assim, entre nós, atores e atrizes, com nós mesmos, com nossos parceiros. Do mesmo modo, com o texto e as suas infinitas nuances de interpretação. E (tal qual) com o cenário, os figurinos, objetos de cena, com a música…”, enfatiza.

Mas Mariana Arruda ressalta que, quando se pensa a palavra “Teatro”, a primeira coisa que vem à mente é “público”. “Logo, é neste precioso encontro que o faz possível. Não acontece teatro sem público. Logo, nesses 17 anos, celebramos nosso público, que em todo esse período esteve com a gente nos teatros, nas praças e parques, perto e longe de casa. No sol, sob a luz da lua e até debaixo de chuva. E sempre atentos às histórias que contamos, cantando junto nossas canções, celebrando a vida com teatro”.

“Como a Gente Gosta”

Vale lembrar que o espetáculo que marca o início da mostra, “Como a Gente Gosta”, já não era apresentado na capital mineira pela companhia há um bom tempo. “O CGG é um espetáculo muito importante na trajetória do Maria Cutia. Foi nossa primeira obra com um diretor externo, com dramaturgia fechada (os anteriores tinham roteiros de ação). É trabalhar com o Eduardo Moreira (diretor e integrante do Grupo Galpão) foi uma inspiração de teatro e vida. Ele nos fez pensar o teatro de uma forma diferente, com poesia e rigor, com cuidado, com filosofia”, pontua Mariana Arruda.

O espetáculo estreou em 2011. “Desde então, circulamos com ele do interior de Minas ao sertão de Ceará. Fizemos em palcos de madeira, ruas de asfalto e de paralelepípedos, largos de igrejas, gramados e até na areia. Muitas e muitas experiências tão distintas que só Shakespeare (a dramaturgia tem como base a peça teatral “As You Like It”, do dramaturgo) poderia escrever. Todavia, nos últimos anos não o fizemos em BH. As pessoas vivem nos perguntando quando poderiam rever o CGG. Assim, escolhemos começar a mostra com as palavras do Bardo, falando de amor, de vida e de teatro”, prossegue ela.

E mais

Já no sábado, dia 23, tem “Aquarela”, a partir das 16h, no Centro Cultural Venda Nova. O espetáculo propõe um show cênico para crianças. Com orientação artística de Eugênio Tadeu, o trabalho brinca com a linguagem performativa das artes plásticas. Assim, a cada apresentação, o cenário e figurinos são literalmente pintados pelos atores em cena, colorindo uma grande aquarela ao vivo para o público.

Foto da montagem de “Auto da Compadecida”, adaptação da obra de Ariano Suassuna (Tati Motta/Divulgação)

E para encerrar o mês, no domingo, dia 24, tem apresentação do “Na Roda”, espetáculo brincante com repertório de canções colhidas no Vale do Jequitinhonha e no norte de Minas. No mesmo dia, às 16h, o grupo se encontra com o público na Praça Sete, com a versão de “Auto da Compadecida” (* no caso, integrando a programação do Festival Cine + 10), concebida sob a direção de Gabriel Villela. A versão do Maria Cutia para o texto icônico de Ariano Suassuna tem cenários e figurinos inspirados no barroco, além de trilha cantada ao vivo pelos atores. Nela, estão clássicos de Caetano Veloso, Roberto Carlos e outros grandes nomes da música brasileira.

Palco da Mostra

Sobre o restante da programação, Mariana ressalta que, em novembro, a iniciativa do Maria Cutia terá a etapa Palco da Mostra. “Nela, vai ter inclusive o ‘Engenho de Dentro’, que é o espetáculo mais premiado e menos apresentado da companhia. Assim como também ‘Mundos’, nossa mais recente criação”.

O Maria Cutia também formado pelos atores Leonardo Rocha e Hugo da Silva e pela produtora Luisa Monteiro. O grupo já se apresentou em seis países. No Brasil, em 22 estados, totalizando mais de 180 cidades, e para um público superior em mais de 500 mil espectadores.

Serviço

Mostra Maria Cutia

Início nesta sexta, dia 22 de setembro
Mais informações no site da companhia ou pelo Instagram. Este projeto é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.

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