Com a curadoria de Marcelo Campos e Priscila Freire, a mostra oferece cerca de 200 obras que traçam uma rica narrativa dos movimentos artísticos do Brasil ao longo dos séculos XX e XXI.
Por Carol Braga | Editora
Uma grande celebração da arte brasileira, com vários laços afetivos com Belo Horizonte. É assim que também podemos definir a “ARTE BRASILEIRA: a coleção do MAP na Casa Fiat de Cultura”. A exposiç que ocupa o espaço até 4 de fevereiro de 2024. A curadoria é de de Marcelo Campos e Priscila Freire. A mostra apresenta cerca de 200 obras, muitas delas nunca antes expostas juntas, abrangendo os movimentos artísticos mais significativos do Brasil nos séculos XX e XXI.
O Museu de Arte da Pampulha (MAP) desempenhou um papel fundamental na promoção e no desenvolvimento das artes contemporâneas brasileiras ao longo de sua história de seis décadas. Como um farol da vanguarda artística, o MAP sempre esteve atento às tendências locais e globais, proporcionando um espaço vital para artistas explorarem novas ideias e expressões. Ao longo dos anos, o museu se transformou, incorporando artistas pós-modernos e contemporâneos em seu acervo, mantendo os olhos firmemente voltados para o futuro.
Curadoria
Atual curador do Museu de Arte do Rio, Marcelo Campos contou com a luxuosa parceria de Priscila Freire para elaborar a exposição. Se Priscila é um nome fundamental na estruturação do sistema de Museus no Brasil, com o MAP tem uma relação especialmente afetiva. Foi diretora da instituição por mais de uma década, período em que esteve à frente da administração e construiu importante legado.
“Quando você está diante de uma coleção de arte, como é a coleção do Museu de Arte da Pampulha, você tem toda a história à sua disposição”, destaca o curador Marcelo Campos. Para realizar o trabalho, ele e Priscila Freire se debruçaram no banco de dados com as 1400 obras do acervo. As 200 obras selecionadas oferecem ao público uma nova perspectiva sobre a arte brasileira.
“Para fazer essa exposição, pesquisei, estudei as tradições africanas. A palavra montanha na tradição africana é a palavra okê. E a montanha traz para nós a ideia do silêncio e da calma. Então, quando trago o Guignard, por exemplo, novamente, trago pensando nesse lugar. O segredo da montanha, quer dizer, esses artistas, de certa maneira, descobriram o segredo das montanhas”, explica Marcelo.
Os Núcleos da Exposição
A exposição é dividida em núcleos que se entrelaçam, oferecendo ao público uma experiência abrangente da arte brasileira. Logo na entrada, o visitante é imerso na história do Conjunto Moderno da Pampulha, com fotos históricas e informações sobre sua relevância arquitetônica.
Já o núcleo “Os Modernos destaca os artistas que moldaram o pensamento utópico nas artes, arquitetura e urbanismo do Brasil nas décadas de 1950 e 1960. A mostra tem, ainda, núcleos que exploram as celebrações e a religiosidade que moldaram a sociedade. Há, ainda, um conjunto de obras que explora a relação intensa entre os artistas e os elementos primordiais, como água, terra, fogo e ar.
A exposição “ARTE BRASILEIRA: a coleção do MAP na Casa Fiat de Cultura” é um tributo ao legado do MAP como um impulsionador da criatividade e da inovação nas artes brasileiras, reafirmando seu papel central na cena artística contemporânea do país. “Então, acho que o tempo todo, olhar para essa coleção foi olhar para grandes nomes, foi olhar para ícones da arte brasileira, mas também foi propor um redesenho que privilegia artistas negros e negras, artistas populares, e privilegia também a produção contemporânea que dialogasse com os elementos da natureza”, conclui.
Serviço
Exposição “ARTE BRASILEIRA: a coleção do MAP na Casa Fiat de Cultura
Até 4 de fevereiro de 2024
Curadoria: Marcelo Campos e Priscila Freire
Visitação presencial: terça-feira a sexta-feira das 10h às 21h; sábados, domingos e feriados, das 10h
às 18h (exceto segundas-feiras)
Entrada gratuita