A mostra “35 Anos em Cartaz”, no Centro Cultural UFMG, reúne cartazes do designer gráfico Maurizio Manzo produzidos entre 1986 e 2023
Está em cartaz no Centro Cultural UFMG, até 4 de fevereiro, a exposição “35 Anos em Cartaz”, do designer gráfico Maurizio Manzo. A mostra reúne cartazes produzidos entre 1986 e 2023 e é dedicada à memória de Cláudio Ferlauto e Guilherme Mansur, dois importantes designers e pensadores brasileiros. A curadoria é assinada pelo próprio Manzo. As obras poderão ser vistas até 4 de fevereiro de 2024. A entrada é gratuita e tem classificação livre.
A cultura do cartaz, que é um segmento das artes gráficas e visuais, funciona no Brasil, de acordo com Manzo, dentro de uma curva que oscila. Desse modo, em alguns momentos a produção é constante. Por outro lado, em outros, é deixada de lado. Portanto, prossegue ele, levar os cartazes para dentro de uma galeria de arte permite uma reflexão histórica sobre esse importante elemento do design gráfico. “É um desafio escrever uma história nesse breve espaço de papel. Isso porque a escrita dele requer muitos recursos, como desenhos, fotografias, ilustrações, colagens. Tal qual, composições gráficas, pinturas, sobreposições cromáticas, tipografias, dentre tantos outros mecanismos”.
A mostra
Quem visitar a exposição de Maurizio Manzo vai poder colocar em repasse as tendências estéticas de cada década. Desse modo, perceber o passar dos anos através das escolhas nas composições propostas. Primeiramente, formas e cores, um capítulo à parte para a tipografia. Bem como recursos de fontes e estilos. E, ainda, letras desenhadas exclusivamente para determinado cartaz, ou variadas opções de diagramação.
Também será possível compreender a evolução das artes gráficas e formas de impressão. Um exemplo é o primeiro cartaz do Festival Internacional de Teatro (FIT), de 1992. Nele, vale lembrar, foi utilizada tinta preta fosca no fundo. É que, na época, lembra Manzo, não existia nenhum recurso de verniz em impressão offset para criar o efeito de “brilho” no papel. Também estão lá os ‘cartazes janelas’, nos quais havia um espaço para imprimir as informações, via silk screen. Assim, poderiam mudar de acordo com o evento.
Curiosidades
Na série de cartazes do Goethe-Institut, muitas peças chegavam impressas da Alemanha com apenas uma fotografia. E, então, Maurizio Manzo fazia a diagramação, interferindo na arte. Desse modo, colocando dados do horário, local, data etc. “É um trabalho interessante. Na linha da exposição, podemos chamar de ‘antes’ e ‘depois’. São muitos cartazes com impressão offset e silk screen juntos”, relata o designer gráfico.
Uma curiosidade é que muitos desses cartazes são de exposições realizadas no próprio Centro Cultural UFMG. Primeiramente, pode-se citar como exemplo o cartaz de “Aspectos da fotografia contemporânea alemã” (1992). E, ainda, “Alemanha – Brasil: exposição de artes plásticas” (1991); “Rugendas – 165 anos depois” (1991); “Hannah Höch – Colagens” (1995); “Stille Sensationen – Sensações Silenciosas” (1990); ou “A fotografia artística por volta de 1900 na Alemanha”, dentre outros. Para Maurizio Manzo, “existe um grande fascínio nesse lugar que insiste em se fazer presente”. Assim, lembra, mesmo com a cultura digital tão forte, hoje em dia, “o cartaz continua em cartaz”.
Sobre o artista
Maurizio Manzo é artista visual, designer gráfico, ilustrador e arte-educador. Formado em Design Gráfico pela UEMG (antiga FUMA). Possui pós-graduação em Arte e Cultura Mineira pela Escola Guignard – UEMG e em Projetos Gráficos e Editoriais pelo Centro Universitário UNA. Como professor, lecionou design gráfico na UEMG, Faculdade Metropolitana e na Universidade de Franca (SP).
Nascido em Vigevano, na Itália, Maurizio Manzo chegou ao Brasil nos anos 1970. Antes, morou em Santiago do Chile. Trabalha como designer gráfico e ilustrador.
Serviço
Exposição ‘35 Anos em Cartaz’ – Maurizio Manzo
Visitação até o dia 4/2/2024
Terças a sextas: 9h às 20h. Sábados, domingos e feriados: 9h às 17h
Sala Ana Horta do Centro Cultural UFMG (Avenida Santos Dumont, 174, Centro)
Classificação indicativa: livre
Entrada gratuita
