O cantor e compositor Lô Borges lança seu sexto disco de inéditas (em seis anos) em show que, claro, também abre espaço para os hits de sua trajetória
Patrícia Cassese | Editora Assistente
Foi no ano de 2005 que o cantor e compositor Lô Borges, um ícone da música mineira, conheceu a poetisa e médica brasiliense Manuela Costa. Naquele momento, ele sequer poderia prever que, quase 20 anos depois, ela seria a letrista do disco “Tobogã”, que ele lança neste sábado, dia 9 de novembro de 2024, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes. “Naquele ano, ela veio a BH e, como quase todos os fãs do Clube da Esquina, do Brasil e do mundo, bateu à casa dos meu pais, no bairro de Santa Teresa, sendo recebida pelo meu pai, Salomão”. Naquela ocasião, rememora Lô, o patriarca da família presenteou a visitante com um exemplar do livro de memórias dele, “Tobogã”.
Passados três anos, ou seja, em 2008, os dois se reencontraram em Brasília, numa tarde de autógrafos do disco que Lô Borges estava lançando àquela altura. “Daí, a Manuela começou a me enviar, por e-mail, os poemas que escrevia. Gostei muito de alguns e, em 2023, propus inverter o processo. Assim, enviei uma música para ela escrever uma letra”, conta ele. Sem medo, Manuela Costa topou o desafio. “Desse modo, fizemos a primeira parceria. E veio a segunda, a terceira… Quando vimos, já havíamos nos tornado parceiros em 12 músicas”, celebra o músico.
Homenagem ao pai
Nascia, assim, o embrião deste que é o sexto disco autoral de músicas inéditas lançado por Lô Borges em seis anos. O álbum, vale dizer, traz Lô Borges junto ao trio formado pelos músicos Henrique Matheus (guitarra, violão e bandolim), Robinson Matos (bateria) e Thiago Corrêa (contrabaixo, teclados e percussão). Mas, antes de seguir em frente, o artista conta outra curiosidade sobre a dobradinha com Manuela. “Mesmo sendo a escrita dela bastante original, a Manuela usou, em algumas letras deste álbum, referências do que o meu pai escreveu no livro. Então não deixa de ser uma homenagem a ele”, salienta.
Perguntado sobre o processo de construção do repertório, Lô Borges relata que “Tobogã”, diferentemente dos seus discos mais recentes, tem uma pegada meio Beatles. “Na verdade, tanto eu quanto a Manuela somos dois beatlemaníacos, ainda que de gerações diferentes. Então, posso dizer que foi a nossa paixão mútua pelos Beatles que norteou a concepção e os caminhos sonoros do álbum. E isso está muito presente nos arranjos e timbres que a banda que gravou esse disco comigo imprimiu nas canções”.
Faixas
Das faixas de “Tobogã” que estarão no repertório do show de sábado, no Palácio das Artes, ele cita a que batiza o disco – e que também o inicia. “Além de ser uma homenagem ao livro do meu querido pai, ela fala do ‘sim que a Yoko disse para o John’, que é uma referência de quando eles (John Lennon e Yoko Ono) se conheceram – e, depois disso, tudo mudou. O mundo não foi mais o mesmo”. Detalhe: a gravação conta com a presença de Fernanda Takai, “essa pessoa maravilhosa”.
Lô situa que, quando estava gravando a faixa “Tobogã”, já dentro do estúdio, começou a escutar uma voz feminina. “Assim, pensei: ‘Poxa, quem sabe chamo a Takai para cantá-la comigo?’. Liguei para ela, que prontamente topou”, exulta. O artista completa: “Generosamente, ela também topou participar de outra faixa do disco”, diz, referindo-se a “Amor Real”. “Nós dois ficamos super felizes com o resultado de ambas! Aliás, vou aproveitar para dizer: ‘muito obrigado, Fernanda!'”.
“Pouso da Manhã” é outra que está no disco e no show. Lô diz que, na faixa, a letrista Manuela junta sua voz à dele. “Foi a nossa primeira parceria, a que abriu a série, então, ela tem essa importância neste álbum”. Não menos importante, “Vou Ventando pra Você” é uma música que ele descreve como “super pra cima”. “Fala da contemporaneidade da existência das pessoas: ‘Um dia eu sou pai, um dia eu sou filho e hoje sou seu irmão’”.
No show, além do trio já citado, também estará, no palco, Felipe D’Ângelo (teclados e vocais).
Serviço
Lô Borges – Lançamento do disco “Tobogã”
Quando. Sábado, dia 9 de novembro, às 21h.
Onde. Grande Teatro Cemig do Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro)
Quanto. Ingressos no Eventim