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Cinco livros da literatura africana em língua portuguesa para expandir os horizontes

Entre contos e romances, países diferentes e estilo, selecionamos cinco dicas de livros para você conhecer e começar a ler literatura africana
literatura africana

A escritora Paulina Chiziane. Foto: Otávo de Souza

O olhar para a literatura africana de Língua Portuguesa só se tornou mais atento no Brasil a partir de 2003, quando entrou em vigor a lei que torna obrigatório o ensino de Literatura, História e Culturas Africanas e Afro-Brasileiras nas escolas brasileiras (Lei nº 10.639). Antes disso, o interesse ficava, em grande parte, restrito a pesquisadores que, atualmente, têm papel importante para nos ajudar a entender as nuances da produção feita no continente africano. Inclusive, fica a dica de leitura deste texto do Portal Geledés, que trata do assunto mais profundamente.  

É interessante observar que, dos dez países que têm o português como língua oficial, cinco ficam na África. São eles:  Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe (e mais recentemente a Guiné Equatorial). Isso significa que a exploração portuguesa criou um hibridismo entre as línguas nativas. Ou seja, assim como no Brasil, o português falado nesses países possuem características das línguas indígenas (no caso brasileiro) e línguas e dialetos de raízes africanas. Pensando nisso, hoje indicamos cinco livros de literatura africana de língua portuguesa para você conhecer e ampliar os horizontes para a pluralidade do mundo. 

Confira!

O regresso dos mortos, de Suleiman Cassamo

O livro é composto por dez contos responsáveis por apresentar questões e contradições culturais e sociais vividas por moçambicanos. São eles trabalhadores de minas, idosos, crianças e principalmente as mulheres. Todos marginalizados socialmente. O autor faz uso da oralidade na escrita em uma tentativa de reafirmar a identidade cultural do país. 

Suleiman Cassamo é membro da Associação dos Escritores Moçambicanos e foi vencedor do Prêmio Guimarães Rosa com o conto O caminho de Phati (1994). 

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Balada de amor ao vento, de Paulina Chiziane

Este romance foi inspirado nas histórias que a autora ouvia na infância e mostra Sarnau, uma moça que amava Mwando, um jovem designado a cumprir carreira religiosa. A relação não vai para frente e os dois acabam se separando e vivendo cada um a própria vida. Anos depois se reencontram e começam um romance proibido, já que Sarnau se casou com o rei de Mambone. Mas, em consequência disso, são perseguidos, punidos e o enredo se desenrola.

Dessa forma,  Mwando é deportado para a Angola, onde terá que cumprir quinze anos plantando cana e café. Por outro lado, Sarnau precisa viver a partir da prostituição. Compre aqui.

Paulina Chiziane foi a primeira mulher a publicar um romance em Moçambique, prefere não ser rotulada de nenhuma forma e ainda é politizada. Veja esta matéria da BBC News sobre ela se quer ainda mais motivos para conhecer sua obra. 

Os filhos da pátria, de João Melo

Livro de contos no qual o leitor pode, inclusive, perceber semelhanças entre o Brasil e a Angola. Isso porque os personagens passam pelas mais diversas situações, encarando uma realidade sofrida e adiando os sonhos para garantir a sobrevivência.

Além de escritor, João Melo é jornalista e membro fundador da União dos Escritores Angolanos, tem livros e poesia e sobre jornalismo publicados. 

Filhos da pátria está disponível aqui em versão física

O mundo se despedaça, de Chinua Achebe

Romance que narra a história do guerreiro Okonkwo, da etnia ibo, do sudeste da Nigéria, em um momento delicado para o local. Aos poucos, ele vê a vida da sua tribo sendo desintegrada com a chegada dos colonizadores brancos. Ele é um dos líderes da oposição aos missionários, mas a imposição da religião e as ações dos europeus desestabiliza a sua vida, principalmente porque a população acaba aderindo à religião.

Chinua Achebe é um dos escritores africanos mais conhecidos do século 20 e é uma boa opção para começar a conhecer a produção literária do continente africano.

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Os da minha rua, de Ondjaki

Com memórias de músicas, lugares e cheiros, o autor mergulha na sua infância vivida em Luanda, em 1980 e 1990, e estabelece uma linha tênue entre ficção e biografia. Ele retrata o cotidiano, lembra das amizades, da família, dos amores e das festas usando linguagem que se aproxima da oralidade. É um relato intimista sobre a própria vida ao mesmo tempo em que oferece uma perspectiva histórica. Ondjaki é Angolano e já venceu dezenas de prêmios literários, como o Jabuti e o José Saramago.

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Capa do livro O mundo se despedaça, de Chinua Achebe. Crédito: Companhia das Letras

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