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Literatura

Livro: confira cinco lançamentos do mercado editorial

Nelson Motta lança livro com cartaz que trocou com um amor de juventude (Victor Hugo Cecatto/Divulgação)

A reedição de “Maria”, de Rodrigo Alvares, o novo livro de Nelson Motta e o romance de estreia de Éric Chacour: veja novidades

Entre os vários lançamentos do mercado editorial, listamos, aqui, cinco livros com diretrizes bem distintas. Tem desde a biografia de Maria (na verdade, uma reedição), do jornalista Rodrigo Alvarez, até o novo livro de Nelson Motta, que tem uma origem bem curiosa. E, ainda, um romance de estreia coroado de prêmios, assim como um de poemas e, outro, dedicado ao uso consciente de produtos alimentares. Confira!

“O Que Sei de Você” – Éric Chacour

Éric Chacour (1983) nasceu em Montreal, filho de pais imigrantes do Egito. “O que sei de você”, seu romance de estreia, recebeu, entre outros, o Prix Femina des Lycéens e o Prix des Libraires, além de ter sido finalista em mais de 15 prêmios no mundo francófono. A história gira em torno de Tarek, cuja vida parecia definida desde a infância, no Cairo. Vinte anos mais tarde, ele cumpre à risca as expectativas familiares ao se casar e seguir os passos do pai na medicina. O envolvimento romântico com seu jovem assistente Ali, portanto, representa um abalo sísmico. Os efeitos longevos e devastadores dessa relação, que envolve família, religião e política, são sobretudo os efeitos da incomunicabilidade.

A capa do livro lançado no ano passado pelo escritor canadense Éric Chacour: título chega agora às livrarias do Brasil (DBA/Kulturális/Divulgação)

Após o fim abrupto da relação, Tarek se muda para Montreal, onde passa a viver isolado. E é então que, anos depois, sua história volta a confrontá-lo, lançando novos dados. Dividido em três partes (“Eu”, “Você”, “Nós”), o livro traz a chancela da DBA (272 páginas, R$ 84,90, o livro físico, ou R$ 59,90, o e-book). Tradução: Letícia Mei. Capa: Beatriz Dórea (Anna’s).

“Corações de Papel” – Nelson Motta

Logo no início do livro “Coração de Papel” (Editora Record), o jornalista, produtor, compositor, apresentador, roteirista e escritor Nelson Motta conta que, no final de 2014, recebeu em casa um pacote contendo dezenas de cartas (entre manuscritas e datilografadas), junto a um bilhete de uma amiga que não via há anos. “Ela contava que, depois de 50 anos, havia encontrado aquelas cartas que eu mandara para ela quando vivemos um romance juvenil durante 1964/65”. E por qual motivo, o envio? Ainda de acordo com Motta, porque, ao reler algumas, Ana Luísa, a ex-namorada, teria se surpreendido com “a qualidade da escrita e a emoção da narrativa”.

Inicialmente, Motta guardou as tais cartas em uma gaveta, sem sequer relê-las. Na pandemia, revirou a casa inteira em busca do material. Debalde. “Aceitei a perda”, diz ele, na introdução. Só dois anos depois, quando já estava de malas prontas para residir em Lisboa, a pasta apareceu, na mudança. “Entendi como um sinal para finalmente me emocionar sem medo e escrever este romance de amor intenso e sincero como a juventude, em um tempo de grandes transformações”. Em meio às correspondências, Nelson Motta acaba por fazer menção a acontecimentos da época, seja se referindo a pessoas como Zuenir Ventura e Decio Pignatari, bem como a filmes e acontecimentos políticos.

“Comida Comum” – Neide Rigo

Entusiasta das Panc (plantas alimentícias não convencionais), Neide busca mapear o que há de local a ser incorporado à mesa em cada cidade. Ou seja, uma fruta específica daqui ou dali, uma folhagem que parece mato… No geral, Neide é uma curiosa do que as pessoas comem. Assim, em conversas e oficinas com moradores e merendeiras de várias cidade, ela faz do seu dia a dia um fluxo de trocas e convívio pessoal. No livro, ela compartilha o que colheu nessas trocas. Do mesmo modo, ela narra a experiência da horta pública que construiu com a vizinhança no seu bairro da Lapa, em São Paulo.

Capa do livro de Neide Rigo, uma entusiasta das panc (plantas alimentícias não convencionais), (Ubu/Divulgação)

Neide também dá dicas de receita fáceis e improvisadas com os alimentos disponíveis (inclusive aqueles que muitos nem saberiam reconhecer como alimentos). No livro, ela também fala da importância da biodiversidade em contraposição à monocultura. A obra traz textos publicados em seu blog e na mídia impressa, selecionados pela organizadora Bianca Barbosa Chizzolini. No entanto, o material foi inteiramente reescrito e costurado pela autora. Editora Ubu, 192 páginas, R$ 59,90.

“A Parte Mais Vazia do Nada” – Carlos Eduardo Pereira

Lançado pela Crivo Editorial (128 páginas, R$ 55) com prefácio de Laura Cohen Rabelo, o livro do mineiro (de Araxá) busca, como a apresentação informa, concretizar um impulso: o de “tentar transformar a paixão pela leitura de escritos poéticos, seu principal diletantismo em vida, em criação”. Alguns poemas do livro trazem citações a nomes emblemáticos da literatura mundial ou brasileira, como Charles Dickens (“A Longa Viagem”), ou menções a Vinicius de Moraes, Elisabeth Bishop, Fernando Pessoa, Fernando Brant, Milton Nascimento, Carlos Drummond de Andrade e muito mais.

Capa do livro de Carlos Eduardo Pereira, “A Parte Mais Vazia do Nada”

“Penélope”, por seu turno, é dedicado a Ana Elisa Ribeiro. Também no livro há referências a lugares como o Café Majestic, no Porto. No quesito temáticas, os poemas de Carlos Eduardo Pereira falam de longevidade, inverno, o aspecto distópico de um mundo líquido, bytes, solidão, fechamento de ciclos e muito mais. Disponível para venda em livrarias ou no site da editora.

“Maria” – Rodrigo Alvarez

Lançado em 2015, o livro do jornalista e escritor Rodrigo Alvarez ganha nova edição, com texto de apresentação de Padre Bessa. Se o título se resume ao nome da mãe de Cristo, o subtítulo é pra lá de farto e elucidativo: “A biografia da mulher que gerou o homem mais importante da história, viveu um inferno, dividiu os cristãos, conquistou meio mundo e é chamada Mãe de Deus”. A apresentação da obra informa que, com base em textos apócrifos e registros históricos dos últimos milênios, Alvarez reconstitui a infância de Maria e episódios como o casamento com José e a controvertida gravidez.

A partir daí, a fuga para o Egito, a morte, a santificação, os milagres em Guadalupe, a aparição em Fátima e até a imagem de barro escuro que se tornou a padroeira do Brasil. O livro é um lançamento da Editora Record, 240 páginas.

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