Curadoria de informação sobre artes e espetáculos, por Carolina Braga

2ª edição da Mostra Inclusiva LAIS vai exibir dez filmes

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Nos dias 4 e 5 de outubro, sexta e sábado, o Cine Santa Tereza abriga a segunda edição da Mostra Inclusiva LAIS

Equipe Culturadoria

O Cine Santa Tereza recebe, dias 4 e 5 de outubro, sexta e sábado, a segunda edição da Mostra Inclusiva LAIS, festival que integra cinema e inclusão social por meio da promoção de curtas-metragens brasileiros. Criada pela produtora Opalmas e coordenada pelo roteirista, dramaturgo, cineasta e realizador Shelmer Gvar, a mostra visa garantir a acessibilidade de pessoas com deficiência visual e auditiva às sessões de exibição das obras participantes. Tal qual, destacar a presença feminina no audiovisual. 

Cena de "Pássaro Memória", de Leonardo Martinelli, presenta na Mostra LAIS (Guilherme Tostes/Divulgação)

Assim, a Mostra LAIS exibe dez filmes, sendo 70% deles dirigidos por mulheres. Em tempo: todas as exibições contam com recursos de audiodescrição, libras e legendas descritivas. São trabalhos que tratam de temas sociais relevantes, como aborto, racismo, intolerância, segregação social, solidão, transexualidade e outros. A curadoria é de Bárbara Sturm, referência no mercado de comercialização de filmes dentro e fora do país

Experiência compartilhada

O significado da palavra LAIS é: L (LIBRAS), A (audiodescrição), I (inclusão) S (social). Assim, a Mostra Inclusiva busca atender o público em geral e promover a formação da plateia no cinema, sobretudo com a inclusão social. Shelmer Gvar, coordenador da iniciativa, explica que o projeto busca criar um ambiente em que pessoas sem e com deficiência auditiva ou visual possam assistir aos filmes conjuntamente. E ressalta que essa experiência compartilhada é fundamental para a construção de uma sociedade mais inclusiva e igualitária.

“Nós acreditamos que promover a inclusão vai além de oferecer uma sessão exclusiva para pessoas com deficiência auditiva ou visual”, afirma ele. Gvar acrescenta que é necessário que as pessoas com deficiência tenham o direito amplo ao audiovisual, assim como os demais públicos. “Sendo assim, a Mostra Inclusiva LAIS nasceu do desejo de proporcionar uma mostra dedicada a essas pessoas, com filmes dotados de todos os recursos necessários para propiciar uma experiência com e dentro do cinema”.

Desafio

Gvar comenta sobre os desafios de se fazer uma mostra de cinema inteira com recursos para deficientes visuais ou aditivos. “Não é apenas um filme com recursos inclusivos para deficientes visuais e auditivos, é um festival inteiro. E esse é um desafio imenso, porque as pessoas com deficiência visual e auditiva passam a vida inteira acreditando que o cinema não é o lugar delas. Nós queremos fazer que a cada ano a Mostra LAIS chegue a mais e mais pessoas com alguma deficiência visual e auditiva, para desmistificar que elas não podem ir ao cinema. O cinema também é o lugar dela.”

A decisão de destacar curtas-metragens dirigidos por mulheres vem desde a primeira edição do festival e também está alinhada aos princípios de inclusão e igualdade da Mostra LAIS, conforme conta Shelmer Gvar. “A representatividade é fundamental no mundo do cinema. Infelizmente, as mulheres têm enfrentado desigualdades no setor audiovisual ao longo da história. A LAIS reconhece essa lacuna e se compromete a potencializar o segmento, ao dar visibilidade a essas cineastas talentosas. Quando mulheres ocupam posições de liderança na criação cinematográfica, inspiram outras mulheres e jovens cineastas a seguir seus sonhos e acreditar em seu potencial”, sublinha Gvar.

Crivo

Neste ano, o festival recebeu as inscrições de aproximadamente 500 trabalhos, de diretores e diretoras de todo o país (cerca de 100 a mais do que em 2023). Todos os dez filmes escolhidos receberam, sem exceção, os recursos de audiodescrição, libras e legendas descritivas.  A curadoria da mostra, realizada por Bárbara Sturm, priorizou filmes que tratam de temas inclusivos e sociais de grande relevância, como aborto, racismo, intolerância, segregação social, solidão, transexualidade e outros. Os filmes transitam entre ficção, documentário, drama e animação.

Frame de “Lagrimar”, idealizado por Paula Vanina Cencig ( Paula Vanina, Johann Jean e Júlio Schwantz/Divulgação)

Além da priorização a produções dirigidas por mulheres, a curadoria, claro, levou em consideração a qualidade do filme. Do mesmo modo, a narrativa e forma de direção, além de buscar um filme de vários estados. “Esta edição traz produções de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e do Rio Grande do Norte”, explica Gvar. Além disso, com o objetivo de promover a inclusão social no país, todos os filmes selecionados receberão, como prêmio, uma cópia em formato H264, contendo LIBRAS, audiodescrição e legendas descritivas.

Troféu LAIS

Os curtas metragens escolhidos participarão de uma votação do público, durante as sessões presenciais da mostra e também durante as sessões virtuais. Além da divulgação e da exibição, o filme com maior votação popular ganhará o Troféu Lais e um prêmio de R$ 2.000,00 (dois mil reais).

Serviço

Mostra Inclusiva LAIS

Quando. De 4 e 5 de outubro, sexta e sábado, sempre às 19h

Onde. Cine Santa Tereza (Rua Estrela do Sul, 89, Santa Tereza)

Quanto. Ingressos gratuitos.

Retirada parcial no site www.sympla.com.br e retirada parcial na bilheteria do cinema minutos antes das sessões.

Sessões virtuais: dia 6 e 7 de outubro, no site do festival (www.mostralais.com.br)

Informações pelo site www.mostralais.com.br ou pelo Instagram @mostralais

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