Curadoria de informação sobre artes e espetáculos, por Carolina Braga

Um livro poético em homenagem a Julieta Hernández

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A atriz, jornalista e escritora Sidneia Simões lança “Felícia e a Graça do Dia em que Espiei o Céu”, livro direcionado ao público infantil

Patrícia Cassese | Editora Assistente

A atriz, jornalista e escritora Sidneia Simões já estava trabalhando na trama do livro “Felícia e a Graça do Dia em que Espiei o Céu” (Editora Aletria), direcionado ao público infantil, quando soube da notícia trágica da morte da artista e bonequeira venezuelana da Julieta Hernández. Ela, que interpretava a palhaça Jujuba, foi assassinada no município de Presidente Figueiredo. “Fiquei muito triste e, assim, resolvi dedicar o livro a ela. Por isso, acabei mudando a versão inicial. Essa foi a forma que encontrei de fazer uma homenagem a essa artista tão destemida”, conta a autora, que autografa o livro neste sábado, 21 de setembro, a partir das 10h, na Casa da Floresta.

A capa do livro “Felícia e a graça do dia em que espiei o céu”, dedicado a Julieta Hernández (Editora Aletria/Divulgação)

O livro, com ilustrações de Santiago Régis, tem uma narrativa centrada na personagem Felícia, que, assim como Julieta Hernández, é feminina, sensível, feliz e cheia de poesia. E, mais do que tudo, livre.

Direito de ir e vir

Como adianta o material de divulgação da obra, diferentemente do que aconteceu com Julieta, no livro “Felícia e a a Graça do Dia em que Espiei o Céu” a personagem consegue habitar um mundo que ainda não existe para as mulheres. Ou seja, no qual o direito de ir e vir continua valendo quando se está sozinha. Onde uma mulher pode viver conforme sua própria vontade.

A atriz e escritora Sidneia Simões, autora do livro (autorretrato)

“A gente sabe como o direito de ir e vir é uma questão delicada para as mulheres. Estamos sempre com medo, e há razões para isso, infelizmente, o que a história da Julieta Hernandez só confirma”, pontua Sidneia. Ela também lembra que, recentemente, uma pesquisa indicou que três de cada cinco mulheres se declararam vítima de algum tipo de violência, ou seja, 60%. O texto de Sidneia Simões perpassa o fazer poético. Desse modo, há rimas que lembram as de um cordel. As imagens indicam um roteiro das viagens da personagem Felícia, passando por Belém do Pará, cidades do interior de Minas, do Rio Grande do Norte, Niterói e favelas da Baixada Fluminense, entre outras.

Convite a olhar para o alto

Na quarta capa de “Felícia”, está este texto da poeta Ana Elisa Ribeiro, editora, escritora, tradutora e professora do CEFET MG. “Ela chega e traz alegria na estampa, nas cores, no sorriso. Ela vem e se espalha. Felícia, nesta história, vem e fica na memória. Sim, tem rima, sim, senhor. Tem poesia e sonoridades. Junto disso, a gente se abisma com tantas cores, paisagens, campo e cidade, esquina e sombra de árvore, favela, sertão e mansão. Quase é possível ouvir o rangido gostoso da bicicleta pelos caminhos, sejam eles de pedra, de areia ou de asfalto. Um convite a olhar para o alto, espiar um céu sempre mutante, ver azul, ver amarelo, ver nuvem passageira, chegar e partir com a alegria na garupa. Leitura de ninar, leitura de alegrar”.

Os autores

A mineira Sidneia Simões é jornalista, atriz e escritora. Autora de “Desarmadilha” (2019) e de “Flor de silêncios” (2022). Coautora de “3 em Contos” (2021) e “Em fios de costela” (2023). Atuou como professora da prefeitura de BH e como servidora do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Como atriz, participou de vários espetáculos da Cia da Farsa, entre eles, “Auto da Compadecida”. Sua mais recente atuação foi em “O Toró”, versão mineira de “A tempestade”, de Shakespeare.

Santiago Régis nasceu em Imperatriz do Maranhão e é graduado em Artes Plásticas pela Universidade Federal de Goiás. Já ilustrou mais de 30 livros, como “Tudo em inho”, texto de Ronaldo Simões Coelho (2022), e “O Pequeno Príncipe em cordel”, texto de Olegário Alfredo (2020), ambos da Peninha Edições. Tal qual, de “Chico Moleque”, texto de Luiza Bretas (Cânone Editorial, 2016), que recebeu o selo Altamente Recomendável da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.

Serviço

Lançamento de “Felícia e a Graça do Dia em que Espiei o Céu” (homenagem a Julieta Hernández)

Quando. Sábado, 21 de setembro, a partir das 10h.
Onde. Casa da Floresta (Rua Silva Ortiz, 78, bairro Floresta)
Quanto. Entrada franca. O livro será vendido no local.

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