Menu
Música

Jorge Ben Jor anima Praça da Estação com sucessos enfileirados no aniversário de BH

Junto com a Banda do Zé Pretinho o artista executou canções de todas as épocas da carreira. Duo VJ Suave coloriu prédio da estação com performance audiovisual
jorge ben jor

Foto: Carolina Braga

Quando se pensa em show de Jorge Ben Jor, não necessariamente quer dizer novidade. A vibe é mais saudosista, com hits enfileirados que mais fazem lembrar o carnaval. Mas ele esteve no palco montado na Praça da Estação para celebrar os 122 anos de Belo Horizonte. A não ser pela bela performance do duo de artistas visuais VJ Suave no prédio da Estação Central, foi um show dentro do esperado, sem pompas. O prefeito Alexandre Kalil, por exemplo, nem estava lá. Menos formalidades e mais festa para o público que caiu no samba soul do músico carioca. Ninguém ficou parado.

A medida em que o público ia chegando à Praça da Estação, ia se surpreendendo com a performance audiovisual de VJ Suave. O duo de artistas, composto por Ceci Soloaga e Ygor Marotta, projetou durante boa parte da noite o resultado do trabalho atual, Mapping Roda de Força, que investiga a realidade virtual, mesclando animação 3D, programação, áudio e outros elementos. Como a plataforma utilizada é sempre o espaço público, a fachada do Museu de Artes e Ofícios foi a tela da vez. 

O trabalho foi feito em homenagem ao Mestre Moa do Katendê, capoeirista e artista plástico morto no ano passado. “Achei lindo, organizado. O evento como um todo está muito bonito”, comentou Vagner Paulista, que estava na grande junto com a esposa aguardando Jorge Ben entrar no palco.

DJ Black Josie

A DJ Black Josie assumiu as pickups antes do show de Ben Jor. Uma ótima escolha para representar a força da mulher negra na música de BH.  O setlist passou pela black music, como não poderia deixar de ser, pelo original funk e por estilos contemporâneos. Ou seja: foi de James Brown a Duda Beat. Enquanto a DJ comandava o ritmo no palco, Antônio Carlos dos Santos, mais conhecido como Kaka Black 10, comandava o ritmo na pista de dança. Em meio ao público fazia passos de dança e contou com algumas dezenas de acompanhantes. 

“Eu acompanha a Black Josie há muito tempo. Temos uma parceria de longa data e é sempre assim”, explica Kaká. Ele conta, ainda que a dança vem de berço, já que o pai era gafieirista e ele já nasceu nesse ambiente. “E essa coisa de as pessoas dançarem comigo é natural, sempre acontece em qualquer lugar. Por isso, eu sempre faço os passos mais simples pra todo mundo dançar junto”, conta.

 

Projeções de VJ Suave na fachada do Museu de Artes e Ofícios – Foto: Fred Tonucci / Divulgação

O show

Em seguida, Ben Jor comandou a festa de aniversário da cidade no centro da Banda Zé Pretinho. Eles estavam em uma espécie de meia-lua com Jorge Ben Jor no meio. Todos se viam e o líder mostrou como, além de excelente músico, é um ótimo maestro. A todo tempo ditava dinâmicas, entradas e solos. O público cantou, dançou e se encantou com grandes sucessos como Jorge da Capadócia, Mas que nada, País tropical e o medley com Menina mulher da pele preta/O telefone tocou novamente/Que pena (ela já não gosta mais de mim)

Só para exemplificar, Ana Maria Oliveira foi uma das primeiras pessoas a chegar para apreciar a apresentação e ficou na grade. “Eu saí direto do meu trabalho e vim, mesmo cansada não poderia perder a chance de ver o Jorge. Sou muito fã e acompanho desde que ele era apenas Jorge Ben”, conta. Ana Maria até combinou de ir com os amigos do trabalho, mas deixou todo mundo do lado de fora conversando na ansiedade de ficar pertinho do ídolo. 

Homenagem a Tim Maia e atendimento de pedidos

Um momento que emocionou foi quando Ben Jor e a Banda do Zé Pretinho entoou sons de Tim Maia e em homenagem a ele. As canções Do Leme ao Pontal e W/Brasil (Chama o Síndico), foram as escolhidas para relembrar o mestre do soul e do funk brasileiro. 

Além disso, Jorge Ben Jor comentou com o público que havia recebido, desde que chegou em Belo Horizonte, mais de 100 pedidos para que tocasse a canção O namorado da viúva. A canção faz parte do disco A tábua da esmeralda, décimo primeiro álbum de estúdio de Jorge Ben (1974). O trabalho é tido como o principal da carreira do artista e um dos principais discos da música popular brasileira, já que foi eleito o melhor disco da música brasileira de todos os tempos pela revista Rolling Stone Brasil. 

Acessibilidade 

Um dos pontos altos da apresentação foi a presença dos tradutores de Libras. Eles foram os responsáveis por transmitir a energia da música e das letras para surdos. Sendo assim, no revezamento entre músicas, os tradutores sambavam, imitavam os instrumentos musicais e interpretavam as letras.

O encerramento do show foi em clima de carnaval. Foi o único momento que Jorge Ben Jor usou a rampa para ficar mais perto do público. Nesse momento cantou Taj Mahal e Salve simpatia/A Banda do Zé Pretinho. Ao mesmo tempo que celebrou o aniversário de Belo Horizonte, lembrou que o carnaval, que já é clássico na cidade, está chegando.

Circuito Municipal de Cultura

O show de Jorge Ben Jor e as outras atividades de 12 de dezembro fazem parte da programação e ações do lançamento do Circuito Municipal de Cultura. O projeto é realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura. 

Conteúdos Relacionados