Curadoria de informação sobre artes e espetáculos, por Carolina Braga

Jacques Fux: autoficção da literatura para o cinema

Autor participou do Show da Tarde, que vai ao ar todas as quartas-feiras no Instagram do Culturadoria, e falou sobre sua obra e novos projetos

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As profissões de escritor, matemático e profissional de computação podem parecer completamente distintas. Mas Jacques Fux, que é tudo isso junto, prova que as habilidades podem conversar e render bons frutos. Dessa forma, com humor e leveza, faz críticas à sociedade e mostra a importância desses recursos nos tempos atuais. Entre os oito livros publicados estão Literatura e Matemática: Jorge Luis Borges, Georges Perec e o OULIPO (Perspectiva, 2016), Antiterapias (Scriptum, 2012), Brochadas: confissões sexuais de um jovem escritor (Rocco, 2015); Meshugá: um romance sobre a loucura (José Olympio, 2016) e Nobel (José Olympio, 2018).

“O humor é grande arma contra a política. É uma forma de você criticar de forma sutil, inteligente”, explica o escritor ao falar do livro Nobel, lançado em 2018. Jacques Fux participou do Show da Tarde, que vai ao ar todas as quartas-feiras, às 17h30, no Instagram do Culturadoria. Em um bate-papo divertido, falou sobre as relações entre o real e a ficção nas suas produções, das gafes que cometeu como pesquisador visitante em Harvard e muito mais.

 

20 contos sobre a pandemia de 2020
Foto: Luiz Zarnowski

Curta metragem

Jacques Fux também estreou recentemente no audiovisual. Durante a pandemia, revisitou um livro que vinha escrevendo nos últimos anos, encontrou o conto Ménage à trois e transformou em um curta-metragem. O trabalho audiovisual recebeu o nome de Ménage Literário. A verdade é que a narrativa foi explorada em vários formatos. Além de ter virado um livro físico acompanhado de DVD, tem também um ensaio escrito pelo diretor do filme, o Rodrigo Lopes de Barros. 

Em resumo, o conto retrata a ideia de uma musa, de acordo com Fux. “O escritor está olhando para uma cena. Isso é o que dispara. Então, tem a ideia de uma musa, seja ela literária, uma inspiração, uma vontade. Nesse caso é um escritor vendo uma mulher comendo um churro”, explica Jacques. A partir disso, o homem começa a imaginar e a fazer inferências sobre aquela cena. Sendo assim, coloca em questão diversas referências literárias. Entre elas estão, por exemplo, Vinícius de Moraes, Marcel Prois, Foucault, James Joyce e assim por diante.

Autoficção

É interessante observar que na obra de Jacques há sempre um aspecto autobiográfico. No entanto, há uma linha tênue entre o que é real e o que é ficção. Entre o que diz respeito ao escritor e aos personagens. No livro Brochadas, por exemplo, o personagem manda cartas para ex-namoradas contando o motivo pelo qual brochou e pede que respondam se ocorreu o mesmo com elas. “E aí é todo um pacto literário, toda a questão da literatura passando por essas questões”, ressalta Fux.

Em síntese, podemos observar uma ludicidade na obra ao mesmo tempo em que muitas referências são entrelaçadas. “Pra mim, a literatura é um jogo. Eu não gosto de colocá-la nesse hermetismo. A literatura pode ser de qualidade e lúdica ao mesmo tempo. Na arte você pode interagir, entender e gostar sem ficar distante”, desabafa.

 

Jacques Fux
Capa do livro Antiterapias, vencedor do Prêmio SP. Crédito: Scriptum

Outros trabalhos

Jacques Fux tem no total oito livros publicados. Antiterapias, de 2012, foi vencedor do Prêmio São Paulo. Literatura e matemática: Jorge Luis Borges, Georges Perec e o OULIPO (2016), ganhou o Prêmio Capes de Melhor Tese e foi finalista do Prêmio APCA. Outro premiado foi Meshugá: um romance sobre a loucura, de 2016, com o Prêmio Manaus. 

No bate-papo no Show da Tarde Jacques Fux também contou do período que passou em Harvard. Ele está escrevendo sobre o período e desmistificando os estereótipos que rondam as pessoas que frequentam uma das maiores universidades do mundo. Um dos casos que ele conta é sobre quando participou de uma palestra do filósofo Jacques Rancière. Fux dormiu durante a fala do teórico e caiu em uma lareira! “Todo mundo tem os seus atos ridículos, só que as pessoas não contam. Agora a gente está vendo o contrário porque eu conto, eles fazem parte da ficção agora”, finaliza.

A seguir você confere na íntegra a participação do escritor contando esses e outros casos. Também participou a cineasta Sandra Kogut, contando sobre o filme Três Verões, que acaba de de chegar no streaming. 

 

 

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Com @kogutsandra sobre o filme @tresveroes e o escritor @jacquesfux

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