Curadoria de informação sobre artes e espetáculos, por Carolina Braga

Mostra “Benção, Tché Yazo.” revela o universo da artista goiana Hariel Revignet

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Individual de Hariel Revignet, artista plástica com práticas autobiogeográficas, pode ser vista na Galeria Mitre

Está em cartaz na Galeria Mitre, localizada no Barro Preto, a mostra individual “Benção, Tché Yazo.”, da exposição da artista goiana Hariel Revignet. Formada em Arquitetura e Urbanismo pela UFG, Revignet é artista plástica com práticas autobiogeográficas. Os trabalhos dela manifestam intersecções sociais a partir do feminismo negro com o foco decolonial afrodiásporico e ameríndio. Hariel trabalha com poesia onírica, performances, colagens e costuras de elementos da natureza como forma de ritualística-tempo-espaços para ativar curas nos corpos astrais. 

A artista nasceu em 1995. Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela UFG, Hariel Revignet, como contou ao site do Prêmio Pipa (para o qual foi indicada em 2021), o conceito AXÉTETURA. Isso, durante a elaboração da tese de conclusão do curso. Neste movimento, ela faz o deslocamento das imposições epistêmicas eurocêntricas-modernas-capitalistas. No caso, buscando as próprias referências de espaço, território, lugar, cultura, conhecimentos e formas de saberes a partir da cosmovisão afrocentrada e da Encantaria Indígena.

Uma das obras de Hariel Revignet que está em exposição na Galeria Mitre (Fotos: Galeria Mitre/Divulgação)
Uma das obras de Hariel Revignet que está em exposição na Galeria Mitre (Fotos: Galeria Mitre/Divulgação)

Temas pertinentes

Especificamente para a exposição, a antropóloga e pesquisadora Ana Paula Alves Ribeiro escreveu o seguinte texto: “Falar da obra de Hariel Revignet requer um olhar atento. A obra dela entrega de imediato temas sempre pertinentes e contemporâneos como ancestralidade, cuidado, comunidade. No entanto, ao chegar mais perto, percebemos alguns movimentos que nos fogem aos olhos. De perto, as obras apontam para outras possibilidades de apreensão que estão além das tradicionais e da predominância da visão neste campo artístico. São obras táteis, onde sentir as texturas e imaginar outros caminhos, experienciar, cheirar (enquanto ato) ou sentir cheiros, ativando assim o olfato”.

Tal qual raízes

Assim, prossegue Ana Paula Alves Ribeiro, ouvir e perceber o invisível faz parte do processo artístico e de investigação de Hariel Revignet. “Nada nas obras de Hariel é sem investigação e sem um acurado caminho de escuta, de observação e interlocução com quem habita os vários mundos pelos quais transita”. A antropóloga prossegue: “É em relação com os diversos mundos que a arte dela ganha força, em um diálogo com o sensível, com o sensorial, com o que está posto e com o que se permite mostrar, em um caminho de respeito sendo operado em cada uma das suas obras. Assim, os trabalhos dela alcançam grandes escalas e extrapolam o espaço das telas. Logo, ganham paredes, subindo e se esparramando, tal qual raízes em tempo de fixação na terra e no tempo”.  

Serviço

Individual de Hariel Revignet

Visitação: até 25 de novembro de 2023. Terça à sexta, 10h às 19h

Galeria Mitre (Rua. Tenente Brito Melo, 1217, Barro Preto)

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