Micro-ônibus do projeto Gambiologia, Hacklab Volante mistura galeria de arte e museu de engenhocas
Em outubro deste ano, o Hacklab Volante saiu da cidade de Brumadinho para cruzar pela primeira vez as fronteiras de Minas Gerais. Assim, subiu em direção a dois estados – respectivamente, do Nordeste e do Norte do país: Maranhão e Pará. Por lá, o micro-ônibus adaptado do movimento Gambiologia atravessou oito cidades. Ao todo, a experiência atingiu um público estimado em dez mil pessoas, que, assim, puderam conhecer mais sobre experimentos eletrônicos. Neste bojo, de reaproveitamento de sucata, energia sustentável, arte multimídia e… gambiarra em geral.
Misturando galeria de arte, oficina, museu de engenhocas e feira de ciências itinerante, o micro-ônibus volta agora a Belo Horizonte para encerrar a temporada de 2023. Desse modo, sedia, a partir desta sexta-feira (15 de dezembro), e até domingo (17), no Parque Municipal Américo Renné Giannetti, uma exposição. Gratuita e aberta ao público, ela acontece das 14h às 20h, na sexta e no sábado; e das 10h às 16h, no domingo. Em tempo: o Hacklab Volante ficará estacionado próximo ao gramado à direita de quem chega ao Parque pela entrada principal da Avenida Afonso Pena.
Laboratório de arte e tecnologia
Conforme o material de apresentação da iniciativa, o Hacklab Volante é um laboratório que leva a espaços públicos atividades de formação em arte e tecnologia. No caso, combinadas de modo a incentivar a sustentabilidade ambiental e econômica. Desse modo, ele parte de conceitos do movimento Gambiologia, que estuda a gambiarra para aplicação na arte contemporânea. Um dos fundadores do Gambiologia, Fred Paulino, que é coordenador geral e pedagógico do projeto, explica a proposta. “Ele se propõe a ‘discutir a tecnologia como ferramenta de transformação social, a fim de estimular o pensamento crítico e promover o acesso e a melhor compreensão do público em geral ao universo eletrônico’”.
Escultura ambulante
O veículo é uma escultura eletrônica ambulante com estética nada minimalista. Logo, chama de pronto a atenção com a sinalização artística diferenciada. Nele, habitam obras interativas, esculturas mecânicas, jogos eletrônicos, energia solar, sintetizadores, arte sonora e “o menor cinema do mundo”. No caso, trata-se de obra de autoria coletiva, que consiste em uma uma cabine de exibição para apenas duas pessoas. Ao todo, em BH, serão 17 obras, de dez diferentes artistas. Neste rol estão o próprio Fred Paulino e os também mineiros Marcelo Kraiser e Sara Lana. Tal qual, o paulista Arthur Joly e o argentino Jorge Crowe.
Nestes três dias, o público poderá visitar o micro-ônibus Hacklab Volante, interagindo com o acervo de arte multimídia e gambiarras. “Há muito tempo o Gambiologia não apresenta um projeto em Belo Horizonte, apesar de ser nossa terra-natal”, situa Fred Paulino. “Então, voltar para casa é uma possibilidade que nos deixa entusiasmados. Ao mesmo tempo, com aquele frio na barriga, já que vai ser a hora das pessoas que mais acompanharam o projeto poderem experienciá-lo. É uma grande expectativa poder devolver a quem nos apoiou a oportunidade de vivenciar o Hacklab Volante”, afirma.
Em outras paragens
Fred Paulino também festeja o sucesso da empreitada no Maranhão e no Pará. “O que mais chamou minha atenção foi o acolhimento das pessoas”, diz. Ele se refere à constatação de que o público está ávido por novas experiências, oportunidades e conhecimentos. “E como foram calorosos”, destaca. No Maranhão, o micro-ônibus Hacklab Volante circulou pelas cidades de São Luís, Arari e Imperatriz. Já no Pará, por Belém, Marabá, Canaã dos Carajás, Parauapebas e Tucumã.
Projeto
Paulino lembra que, antes dessa circulação, quando o Hacklab Volante surgiu, eles rodaram por dez cidades de Minas Gerais. “Agora, a ideia é circular com o ônibus pelo Brasil por cinco anos. Estamos no segundo, já planejando as próximas viagens para outras regiões do país”, diz, lembrando que, para tal, é preciso também buscar patrocínios. “Queremos que, a cada ano, haja novas obras, que o acervo se renove ou se acumule, e que o ônibus se revitalize”.
Monitores
Na parada em BH, as visitas serão guiadas por monitores, que apresentarão os conceitos científicos e artísticos das obras. A duração média é de dez minutos, com grupos de seis a oito pessoas. Além das obras em exposição, o projeto leva conteúdos educativos e experiências eletrônicas. Do mesmo modo, incentivo ao uso de fontes de energia sustentável e demonstrações de funcionamento de materiais eletroeletrônicos e manejo de ferramentas.
Também fazem parte do Hacklab Volante os chamados “Businhos”, que resultam de oficinas de iniciação à eletrônica e ao design de produtos direcionada a crianças e jovens, de sete a 12 anos. Muitas delas, estudantes de escolas municipais. A metodologia adotada estimula a criatividade e o espírito inventivo dos participantes, com construção e customização de um adereço em formato de ônibus, contendo LEDs pisca-pisca e componentes eletrônicos.
O projeto Hacklab Volante é uma realização do Gambiologia, Ministério da Cultura e Instituto Cultural Vale, viabilizado por meio da Lei de Incentivo à Cultura.
Serviço
Hacklab Volante
Encerramento da Temporada 2023
Quando. Sexta-feira e sábado (15 e 16/12), das 14h às 20h; domingo (17/12), das 10h às 16h
Onde. Parque Municipal Américo Renné Giannetti (Avenida Afonso Pena, 1.377, Centro)
Quanto. Gratuito