Curadoria de informação sobre artes e espetáculos, por Carolina Braga

Minas Gerais terá treze espetáculos no Festival de Curitiba 2018

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O Festival de Curitiba começa a transformar a capital paranaense em um palco pela 27ª vez. De 27 de março a 8 de abril, serão mais de 400 atrações a se apresentarem. Entre elas estão 14 mineiras. A coreografia “Gira”, do Grupo Corpo, abre o Festival e integra o Movva, divisão de dança da Mostra 2018. O festival é considerado vitrine para diversas companhias de teatro e de dança.

O evento surgiu em 1992 com 14 espetáculos. Ao longo de sua história, se transformou em um mais tradicionais do calendário cultural brasileiro. Nasceu como Festival de Teatro de Curitiba e cresceu. Hoje, tem a proposta de promover o encontro das artes com o entretenimento, se transformando em Festival de Curitiba.

Abriga o Festival de Teatro de Curitiba, com a Mostra 2018 e o Fringe; e os eventos simultâneos: MishMash, Guritiba, Risorama e Gastronomix. Ainda há debates, palestras, oficinas e gastronomia. Os eventos acontecem simultaneamente em mais de 90 espaços de Curitiba e da região metropolitana.

 

Festival de Curitiba começa com Grupo Corpo. O grupo mineiro Mineira leva ao Guairão o programa com Dança Sinfônica e Gira – Foto: Jose Luiz Pederneiras / Divulgação.

MINEIROS NA PROGRAMAÇÃO

O Grupo Corpo abre o festival em 2018. A companhia Mineira leva ao Guairão o programa com Dança Sinfônica e Gira, com apresentações nos dias 28 e 29 de Março. A obra foi criada em 2015 para a comemoração dos 40 anos do grupo.

O Grupo Galpão participa do Festival de Curitiba desde 1992. Em sua primeira edição, o grupo mineiro levou para Curitiba os espetáculos “A comédia da esposa muda” e “Corra enquanto é tempo”. Neste ano, de certa forma, também estará presente. Quem o representa é o ator Eduardo Moreira, que leva ao Fringe “Danação”. O solo – projeto paralelo do ator – fala de questões do amor e da morte de forma poética. Ele interpreta um homem que cata os cacos da lembrança de uma história que viveu com uma mulher e com a filha

“Ao longo dos 27 anos do festival nós estivemos presentes com quase todos os nossos espetáculos. Nesta edição, trago o espetáculo Danação, a convite da nossa amiga Ana Rosa Tezza. É sempre um desafio muito grande estar aqui. O festival tem um lugar especial para mim. Além de ser uma importante vitrine para as companhias de teatro e dança”, afirma Eduardo Moreira.

“Danação” é um dos sete espetáculo belo-horizontinos no Festival. Estará em cartaz na Mostra Especial do Fringe, do 31 de março ao dia 02 de abril, no Teatro Ave Lola. Pela mesma Mostra ainda se apresentará o espetáculo de dança “Hyenna”, de Tuca Pinheiro, no AP da 13, nos dias 30 e 31 de março. No dia 06 de Abril, a rua do AP da 13 receberá o Café Conversa: “Meu Corpo é um Campo de Batalha: Performance e Feminismo” com Nina Caetano.

 

 

MOSTRA FRINGE

O “Prólogo Canino-Operístico”, do diretor e ator belo-horizontino Marcelo Castro ocupará os palcos do Companhia Brasileira de Teatro de 06 a 08 de Abril. A peça é um poema protagonizado por um cão oprimido pela obrigação de aparecer. Enclausurado em um teatro, ele é forçado a encenar algo sob os olhares da plateia, sempre afirmando que o autor é quem deveria estar em seu lugar.

A Companhia Marginal, também de Belo Horizonte, levará o drama “Esquecidos Recordados” para o palco do Mini-Guaíra de 06 a 08 de Abril. A peça é inspirada na música “Quadro Negro”, de Lenine, e no livro “Ética”, de Adolfo Sanchez Vásquez. Ela retrata a realidade de três moradores de rua.

Isabella Assis e Sartre levarão a comédia para Curitiba: “Ela não é Simone. Ele não é Ninguém”, fala sobre relações abusivas, uso exagerado de medicamentos e invisibilidade.

 

Espécie, solo do ator mineiro Igor Leal, fará temporada em Curitiba pela primeira vez, dentro da programação do Fringe – Foto: Mirela Persichinni / Divulgação

RESISTÊNCIA ARTÍSTICA

O drama “Espécie” do ator Igor Leal também estará em cartaz no Movimento Enxame – Espaço de criação, do dia 30 de Março a 02 de Abril.  A peça, segundo o ator, é um trabalho híbrido que caminha pelo teatro, performance e instalação. Uma experiência que usa das sexualidades como via de expressão artística. Além de ampliar noções de vida e prazer para transcender categorias sociais de sexo e amor.

Essa é a terceira vez que o ator Igor viaja para o Festival. “É um momento de compartilhar e entender o que esta em cena hoje. Ainda é uma oportunidade de circular o trabalho artístico além das fronteiras de Minas e fazer com que ele seja visto”.

Para chegar até lá, teve que ter muita garra e contou com a ajuda financeira de amigos. Uma realidade enfrentada por muitos artistas que querem mostrar seu trabalho no Festival. “Lutei muito para levar Espécie para Curitiba. Meus amigos me ajudaram com uma vaquinha. Isso mostra como o mercado teatral funciona”, explica.

 

“Essa Estranha Sensação De Família”, da Companhia do Agora, de Juiz de Fora, estará em cartaz nos dias 30 e 31 de março na Casa Hoffmann – Foto: Thiago Britto / Divulgação.

INTERIOR EM CENA

Juiz de Fora, na Zona da Mata, é a cidade do interior de Minas com mais peças em cartaz no Festival de Curitiba. São três. Entre elas está o drama “As Sementes do Aço”, da Cia. Teatrinho, que se apresentará no Teatro Universitário de Curitiba nos dias 07 e 08 de Abril. O espaço ainda receberá nos dias 28 e 29 a peça “Cinco ou Seis Graus”. O enredo da comédia dramática se passa em uma festa dentro apartamento, onde amigos de faculdade se reencontram.

Essa Estranha Sensação de Família” é a terceira representante da cidade. A peça fala de uma família. Ela estará em cartaz nos dias 30 e 31 de março na Casa Hoffmann.

Uberlândia é a cidade que representará o triângulo mineiro na Festival. A peça é a “Mulher de Juan”. O texto da boliviana Cláudia Eid Asbun aborda o tema da invisibilidade das mulheres diante da opressão e das circunstâncias de poder estabelecidas em uma relação amorosa. A peça poderá ser assistida de 06 a 08 de Abril no Teatro José Maria Santos.

Distopia” é o drama que leverá Ipatinga, no Vale do Aço, para o Festival. A peça do Grupo Teatral Boca de Cena estará em cartaz nos dias 07 e 08 de Abril na Casa Hoffmann. A o texto vem de fragmentos aleatórios dos escritos mais contundentes dos últimos anos para discutir a distopia e sua influência no comportamento e nas relações intersubjetivas. Uma performance polifônica e multicultural, recheada de auto referências.

 

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