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Teatro

Grupo XIX de Teatro chega a BH com peça infantil interativa

Foto: Jonatas Marques / Divulgação

Uma discussão para início de uma conversa entre pais e filhos sobre assuntos difíceis. É assim que Luiz Fernando Marques, um dos diretores de ‘Hoje o escuro vai atrasar para que possamos conversar’, gosta de definir a função do espetáculo que chega no CCBB-BH no dia 30 de novembro. Uma montagem lúdica, sensorial e de experiência que fala sobre respeito às diferenças e bullying para as crianças.

Esse é o primeiro espetáculo infantil do Grupo XIX de Teatro. Estreou em março deste ano e tem no elenco Janaina Leite, Juliana Sanches, Rodolfo Amorim, Ronaldo Serruya e Tarita Souza. A dramaturgia é de Ronaldo Serruya,  direção de Luiz Fernando Marques e Rodolfo Amorim.

Conhecido pelos espetáculos ‘Hysteria’ e ‘Marcha para Zenturo’ o grupo sempre buscou tratar de assuntos importantes, com peças interativas e ocupar os espaços. Dessa vez não será diferente. Só que agora é a hora de falar com as crianças. ‘Hoje o escuro vai atrasar para que possamos conversar’ teve o processo criativo inspirado no romance ‘De repente, nas profundezas do bosque’, do escritor israelense Amós Oz. Em resumo,  fala sobre os conflitos entre Israel e a Palestina por meio de uma fábula.

“Sempre conversamos sobre o que falar, quando surgiu o livro todo mundo leu e decidimos montar o infantil. Era algo que já queríamos. Vimos na fábula uma oportunidade de dizer para as crianças o que já era dito para os adultos. A peça tem uma relação muito grande com o espaço e a interatividade. Dessa maneira, discutimos a diferença entre a as pessoas e bullying”, explica Luiz.

 

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A montagem

A peça se passa em uma aldeia onde não vivem mais animais. Eles fugiram no passado e agora são quase mitológicos. Os adultos não tocam do assunto, apenas a professora Rafaela. Nesse lugar, vivem os amigos Luna, Santi e Clara. Luna, depois de sofrer bullying por ser diferente de seus colegas, também desaparece. Desconfiados de que ela teria sido raptada pelo Espírito do “não-sei-o-quê” do bosque, seus amigos partem floresta a dentro em busca dela e descobrem o motivo pelo qual os animais foram embora. Ainda se encontram com um espírito diferente.

Segundo Ronaldo Serruya, o texto além de ser inspirado no livro, parte de uma vivência do dramaturgo e provoca. “Queremos falar de assuntos considerado difíceis em uma estrutura fabular. O texto tem muitas metáforas e preocupei muito em não subestimar a capacidade das crianças lidar com elas. Falamos sobre a importância de ser diferente, questões de gênero e respeito ao outro”, conta Rodolfo.

 

Foto: Jonatas Marques / Divulgação

 

Interação

O espetáculo não será apenas dentro do teatro. Todos os ambientes do CCBB, como por exemplo, as galerias e o café, também serão palcos da história. O público poderá também conhecer o camarim, interagir com os atores, tocar no cenário e figurino.

“Pensamos em brincar com a fábula, onde as crianças saem buscando pelos animais pelo museu. Assim elas interagem com o espaço e entram em contato com parte do teatro que desconhecem. É uma peça de participação para pais e filhos. Um momento de comunhão para que depois a conversa continue em casa. A gente pensa muito no público e queremos prepará-los para o diálogo’, pontua Luiz.

O cenário funcionará como uma instalação inspirada no trabalho da artista mineira Lygia Clark, usando estímulos com o escuro, claro, barulhos e diferentes texturas para provocar os sentidos da plateia. A trilha é recriada com materiais naturais acompanhados de violão. Já o figurino, passa por transformações ao longo da peça e busca quebrar os paradigmas do masculino e feminino.

Serviço

[O QUE] Espetáculo ‘Hoje o escuro vai atrasar para que possamos conversar’, do Grupo XIX de Teatro [QUANDO] De 30 de novembro a 23 de dezembro, sextas e segundas, às 16h e sábados e domingos, às 11h e 16h [ONDE] CCBB – Praça da Liberdade, 450, Funcionários – BH [QUANTO] R$ 30

 

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