Curadoria de informação sobre artes e espetáculos, por Carolina Braga

Grupo Corpo disponibiliza espetáculos seguidos de bate-papo de julho a outubro

O grupo está de volta às plataformas digitais com programação mensal que inclui os espetáculos completos seguidos de conversa com os coreógrafos Rodrigo Pederneiras e Cassi Abranches

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Durante a pandemia, o Grupo Corpo ofereceu diversas aulas e workshops online propondo um exercício lúdico e relaxante com base nos balés. Entretanto, agora a atividade é diferente. O grupo continua propondo encontros online, mas em formato de mini temporada comentada. Dessa forma, nas sextas-feiras 16/7, 13/8, 17/9 e 8/10, a partir de 19h30, o conjunto transmite no canal do YouTube, gratuitamente, quatro balés segundos de conversa. São eles: Parabelo, Gira, Bach e Suíte Branca. Cada um fica aberto para o público durante uma semana a partir do encontro.

Bate-papo

Na sequência da estreia online, os coreógrafos do Grupo Corpo, Rodrigo Pederneiras (em julho, agosto e setembro) e Cassi Abranches (em outubro) participam ao vivo de uma conversa sobre cada uma dos balés. Eles falam sobre o processo de criação e a companhia em si. O público é quem conduz o bate-papo enviando perguntas pelas redes sociais Facebook, Instagram e Twitter com a hashtag #grupocorporesponde. Além disso, pode interagir ao vivo pelo chat. Quem fica responsável pela mediação é a bailarina Karen Rangel. 

Assim como os espetáculos, as transmissões são livres e gratuitas. A ideia é recordar, contar histórias, curiosidades e vivências dos espetáculos.

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GIL, Grupo Corpo. Foto: José Luiz Pederneiras/Divulgação

Programação

16 de julho – Parabelo – [1997] – coreografia: Rodrigo Pederneiras/ música: Tom Zé e Zé Miguel Wisnik / cenografia: Fernando Velloso e Paulo Pederneiras / figurino: Freusa Zechmeister / iluminação: Paulo Pederneiras

Com inspiração sertaneja, Parabelo, de 1997, é para Rodrigo Pederneiras a “a mais brasileira e regional” de suas criações, sobre uma trilha inspirada que relê cantos de trabalho e devoção, o baião cadenciado baião e uma miríade de ritmos do Nordeste. No cenário, a estética dos ex-votos de igrejas interioranas que inspira Fernando Velloso e Paulo Pederneiras na composição dos dois painéis, de 15m X 8m. Cores intensas – na primeira parte, veladas por um tule negro – estão no figurino de Freusa Zechmeister.

13 de agosto – Gira [2017] – coreografia: Rodrigo Pederneiras / música: Metá Metá / cenografia: Paulo Pederneiras / figurino: Freusa Zechmeister / iluminação: Paulo Pederneiras e Gabriel Pederneiras

Os ritos da umbanda – a mais cultuada das religiões nascidas no Brasil, resultado da fusão do candomblé com o catolicismo e o kardecismo – são a grande fonte de inspiração de Gira, cujos onze temas musicais, criados pelo Metá Metá, são guiados por Exu, o mais humano dos orixás. Mas engana-se quem pensa que vai assistir a uma representação mimética dos cultos afro-brasileiros. Rodrigo Pederneiras (re)constrói o poderoso glossário de gestos e movimentos que pesquisou e observou. Os bailarinos vestem saias brancas de corte primitivo e tecido cru e têm o torso descoberto, na criação de Freusa Zechmeister; o palco é uma caixa preta que os intérpretes nunca deixam (quando não dançam, estão às margens do quadrado iluminado palco/terreiro), na concepção de Paulo Pederneiras – quase uma instalação cênica de negro e luz.

17 de setembro – Bach [1996] – coreografia: Rodrigo Pederneiras / música: Marco Antônio Guimarães (sobre a obra de J. S. Bach) / cenografia: Fernando Velloso e Paulo Pederneiras / figurino: Freusa Zechmeister / iluminação: Paulo Pederneiras
Um jogo entre o barroco de Bach e o barroco de Minas Gerais, no Brasil, se realizam como dança. A coreografia aspira ao que está acima, e a música, ao que está dentro das partituras de Bach e que Marco Antônio Guimarães, o compositor, ajuda a descobrir. Entre azuis, dourados e negros, Bach celebra a arquitetura da vida: fluxo contínuo de onde emergem construções cinéticas surpreendentes.

8 de outubro – Suíte Branca [2015] – coreografia: Cassi Abranches / música: Samuel Rosa / cenografia: Paulo Pederneiras / figurino: Freusa Zechmeister / iluminação: Paulo Pederneiras e Gabriel Pederneiras

Vestidos de branco do princípio ao fim do balé, movimentando-se sobre o linóleo também branco e tendo ao fundo um painel cujas saliências e reentrâncias sugerem uma gigantesca geleira, os bailarinos do Grupo Corpo percorrem o instigante emaranhado de temas composto por Samuel Rosa para a trilha de Suíte Branca. Suíte Branca marca a primeira colaboração da jovem coreógrafa paulista Cassi Abranches com a companhia mineira de dança. Entre ondulações de braço e quadril, movimentos pendulares, suspensões e quedas, a partitura de movimentos propõe um diálogo com a lei da gravidade.

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Foto: José Luiz Pederneiras / Divulgação

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