Curadoria de informação sobre artes e espetáculos, por Carolina Braga

Geraldo Vianna abre o projeto Entrevista Musical 2024, na Casa Outono

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Nesta terça-feira, dia 12 de março, Geraldo Vianna conversa com Malluh Praxedes e aproveita para autografar o livro “Que Ódio!”

Patrícia Cassese | Editora Assistente

Na próxima terça-feira, dia 12 de março, o projeto “Entrevista Musical”, idealizado pela jornalista e escritora Malluh Praxedes, dá início à temporada 2024, mais uma vez tendo a Casa Outono como cenário. Na ocasião, Malluh conversa com o músico, compositor, arranjador, produtor e diretor Geraldo Vianna, que, vale dizer, vai lançar o primeiro livro de crônicas por ele assinadas: “Que Ódio!”.

Malluh Praxedes e Geraldo Vianna, que vão conversar entre si e com o público na terça-feira, 12 de março, na Casa Outono (Celinha Braga/Divulgação)
Malluh Praxedes e Geraldo Vianna, que vão conversar entre si e com o público na terça-feira, 12 de março, na Casa Outono (Celinha Braga/Divulgação)

E foi justamente pelo nome do livro que a reportagem do Culturadoria deu início à entrevista com Vianna. De pronto, o músico lembrou que, nos últimos anos, e infelizmente, presenciamos uma evolução do sentimento de ódio invadindo as relações humanas. “Independentemente dos motivos, isso tem nos levado a um grande desgaste”, observa. Assim, a crônica “Que ódio!”, que dá nome ao livro, foi escrita há muitos anos e começou com a observação de Geraldo Vianna do comportamento das pessoas no trânsito. “Ou seja, de uma impaciência, ferocidade e sentimento de disputa que toma conta da maioria”.

Raiva

De lá para cá, reconhece o artista, a intensidade da raiva aumentou muito. “No entanto, já naquela ocasião eu percebi que somente invertendo o olhar, tentando entender o que existe por trás desse ódio que nos consome, poderíamos vislumbrar uma forma de tornar melhores as relações”. Desse modo, relendo os próprios textos, Geraldo Vianna se deu conta de que tenta traduzir, mesmo que utopicamente, um pouco do sentimento de como as coisas deveriam ser, na opinião dele.

Na abordagem dos temas, ele próprio já detectou, em alguns casos, um certo viés de ironia e revolta, bem como, em outras vezes, uma auto-crítica. “Hoje, penso que esse nome veio como uma tentativa de não permitir a banalização desse sentimento”.

Vivências

Geraldo Vianna conta que tudo o que escreveu foi inspirado em experiências que viveu, sejam elas direta ou indiretamente. Tal qual, em momentos de observação ou de lembranças. Assim, “Casarões”, por exemplo, ele escreveu depois de visitar a fazenda que pertenceu ao avô, a qual, na infância, frequentava e brincava nos currais e pastos. “Havia um casarão daqueles antigos, no qual eu gostava de correr e ouvir o barulho do assoalho. Do mesmo modo, de ver, ao acordar, a primeira luz da manhã na fresta das janelas”.

Nessa visita, já adulto, Geraldo Vianna se deu conta que, na verdade, era uma casa relativamente pequena. “Desse modo, contrariando aquele olhar e imagem que eu tinha da infância. Então, eu escrevi sobre isso: ‘Criança é assim. Enxerga tudo grandioso. Vê o mundo com os olhos da degustação e do desejo de aproveitar. E brincar, brincar…’”.

Melhores amigos do homem

No texto “Na Solidão Tece a Sabedoria”, por seu turno, Geraldo Vianna escreve sobre cães. “Como assimilam alguns modos do dono e, com isso, são solidários. É uma brincadeira. Sempre digo que o cão se parece com o dono. Então, escrevi: ‘Na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, vi uma cadelinha pinscher que usava sapatinhos, lacinho no pescoço e tinha um pelo muito vistoso e brilhante. Limpíssimo. Usava uma espécie de saia também. Na verdade, uma minissaia. Uma beleza. Vinha com galhardia, com uma coleira que se parecia mais um cordão de ouro’”, cita um trecho.

Confira, a seguir, outros trechos da entrevista

Como este livro foi nascendo? O que te motivou?

Eu escrevo desde a infância. Escrever sempre foi um prazer em momentos de folga, principalmente à noite. Com isso, colecionei centenas de textos, ensaios, críticas, roteiros e contos, mas nunca pensei em um livro. Meu filho, Thiago V. Lacerda, escritor com dois livros publicados, lendo alguns trechos de minhas crônicas, praticamente ordenou que eu escolhesse algumas e, assim, as publicasse. No princípio, relutei um pouco, mas, depois, cedi. Hoje, sou muito grato a ele por ter insistido.

Pelo que li, do material de apresentação, você fala também de fotografias na obra, correto?

Na verdade, falo muito dos fotógrafos… Henri Cartier-Bresson, Sebastião Salgado e Robert Doisneau, artistas que admiro muito. Em vários momentos eu quis estar em fotos célebres realizadas por eles. Como na foto “O beijo no Hôtel de Ville”, de Doisneau, por exemplo. Mas são apenas citações.

Quais são os projetos profissionais que vem tocando este ano?

Nesse ano, estou retomando, lentamente, os shows. Estive um tempo ausente e, agora, aos poucos, pretendo voltar. Tem também a produção em estúdio, trabalhando com outros artistas, que é uma das grandes paixões de minha vida. E, claro, trabalhar para levar esse livro até as pessoas. Entusiasmo total.

Sobre Geraldo Vianna

Geraldo Vianna atua no mercado musical há 43 anos. Com diversos discos gravados, recebeu o I Prêmio BDMG-Instrumental, em 2001. Escreveu e dirigiu o documentário “Violões de Minas”, lançado em DVD. Atualmente, é diretor administrativo financeiro da União Brasileira dos Compositores – UBC.

Serviço

Entrevista Musical – Com Geraldo Vianna

Quando. Terça, 12 de março, às 20h

Onde. Casa Outono (Rua Outono, 571, Carmo)

A casa funciona com acesso franco. O bar/restaurante funciona com cartela individual para registro de bebidas e comidas consumidas nas mesas.

Valor do livro: R$ 50

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