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Cinema

Forumdoc.bh.2020: dicas de filmes de autoria, protagonismo ou temáticas negras para ver no festival

O festival é realizado até 28 de novembro e compartilha filmes que não têm acesso às salas de cinema convencionais
forumdoc.bh.2020

Filme "Entre nós, um segredo", de Beatriz Seigner e Toumani Kouyaté. Foto: Vitrine Filmes

Até 28 de novembro é realizado o 24º Festival do Filme Documentário Etnográfico de Belo Horizonte, o forumdoc.bh.2020. O tema desta edição é Esta terra é a nossa terra, dando destaque para a luta pelo direito à moradia e ao território. Ao todo, 71 filmes gratuitos estão na programação. Destacamos aqui, em celebração ao dia e ao mês da Consciência Negra, produções de autoria, protagonismo ou que abordam temáticas negras. Entre elas, a diáspora e religiões de matrizes africanas, arte, ancestralidade, violência urbana ou desigualdade social.

Desde 1997 a Filmes de Quintal promove o festival com objetivo de exibir produções que não têm acesso às salas de cinema convencionais normalmente. No entanto, em 2020, o forumdoc.br.2020 está em plataforma virtual por conta da pandemia do coronavírus.

O formato mudou, mas a proposta continua a mesma. Além disso, conta ainda com seminários, masterclass e debates sobre os filmes. Tudo com a finalidade de promover reflexão e formação crítica de quem assiste. O forumdoc.bh.2020 tem patrocínio do Instituto UNI-BH e do BDMG Cultural, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, do Itaú, pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, e da Codemge/Estado de Minas Gerais.

Cavalo, de Rafhael Barbosa e Werner Salle

O filme se destaca por diferentes motivos. Primeiro porque revela a força que o cinema alagoano vem ganhando, sendo o primeiro longa-metragem do estado realizado por meio de um edital. Além disso, a narrativa passa por ficção, documentário, performance artística e, sobretudo, explora a ancestralidade negra. São sete personagens artistas envolvidos em um projeto artístico. O longa passou por festivais como a 23ª Mostra de Cinema de Tiradentes, o Ecrã, Internacional de Curitiba e de Penedo.

Aleluia, o canto infinito do tincoã, de Tenille Bezerra

O documentário constrói um imaginário em torno da vida e obra de Mateus Aleluia, músico ex-integrante do trio vocal Os Tincoãs. Em carreira solo, viveu entre o Brasil e a Angola e retornou ao solo brasileiro nos anos 2000. O longa foge de narrativas tradicionais de documentários. Em crítica publicada no Papo de Cinema, fica claro que o filme não se prende na obrigação de explicar a trajetória de Aleluia.  “Se interessa por ele enquanto indivíduo e pensador, não como exemplo ou sintoma de uma banda que não existe mais”, diz a crítica.

Entre nós, um segredo, de Beatriz Seigner e Toumani Kouyaté

A cineasta Beatriz Seigner acompanha Toumani Kouyaté, que recebe um chamado do avô em Mali. Até então, morava no Brasil e precisa voltar à terra natal para ouvir do avô a última história. Ele é um tradicional djeli, um contador de histórias e uma espécie de intermediador de conflitos no oeste africano. De volta ao país de origem, Toumani entra em contato com os os ancestrais, as suas histórias e os mitos que formam a cultura e sociedade do lugar onde vive.

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Filme “A morte branca do feiticeiro negro”, de Rodrigo Ribeiro. Foto: Gata Maior Filmes

A morte branca do feiticeiro negro, de Rodrigo Ribeiro

Vencedor Prêmio Revelação do 31º Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo – Curta Kinoforum, a produção é construída a partir de imagens de arquivo. A narrativa faz uma releitura de uma carta escrita por um homem escravizado no Brasil Colônia. Dessa forma, cria texturas que dialogam com o passado, o silenciamento e a invisibilização do povo preto em diáspora.

Eles sempre falam por nós, de Carina Aparecida

Localizado no Bairro Grajaú, em Belo Horizonte, o Quilombo dos Luízes é morada de Julia, Maria Luiza, Maria Luiza e Sara. São quatro mulheres que narram seus sonhos e memórias em resistência à história que é oficialmente contada. O Quilombo resiste em um bairro cercado por asfalto, concreto e edifícios. Antes, um rio atravessava o local. Hoje, uma avenida toma o lugar e invade um lugar ancestral.

O Quilombo foi reconhecido, em 2018, como Patrimônio Cultural no contexto urbano de BH pela Instituto Federal de Patrimônio Histórico e Artístico. Ele existe desde 1895.

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