Curadoria de informação sobre artes e espetáculos, por Carolina Braga

FLIP 2023 exalta o legado de Patrícia Galvão, a Pagu

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A nova edição da Festa Literária Internacional de Paraty – FLIP 2023 segue até o dia 26 de novembro homenageando Pagu

Patrícia Cassese | Editora Assistente

Não está para principiantes, o calor. As altas temperaturas acabaram sendo o assunto mais falado entre o público que está em Paraty para a mais nova edição da FLIP 2023 no primeiro dia do evento. Este ano, a FLIP homenageia Patrícia Galvão, a Pagu. Mas é preciso voltar a falar do calor, antes de seguir em frente. Desse modo, além dos dois itens mais imprescindíveis para enfrentar o caos climático- a garrafinha de água e o protetor solar -, cada um anda fazendo o que pode para tentar sobreviver. Assim, entram em cena chapéus, bonés, coques desalinhados, leques improvisados (ou os tradicionais mesmo, que parecem estar voltando com tudo às ruas), ventiladores portáteis e faixas e tiaras a torto e a direito.

Adriana Calcanhotto elaborou um show especial para a abertura da FLIP 2023 (Sara de Santis/FLIP Divulgação)
Adriana Calcanhotto elaborou um show especial para a abertura da FLIP 2023 (Sara de Santis/FLIP Divulgação)

Adriana Calcanhotto

A FLIP 2023 teve início na quarta-feira, com Adriana Armony e David Jackson falando sobre a homenageada, Pagu. Na sequência, um dos momentos mais aguardados: o show de Adriana Calcanhotto, na praça. Na apresentação, ela contou com a presença de Cid Campos, filho do poeta Augusto de Campos. Adriana começou o show com compreensíveis 15 minutos de atraso. A chuva havia começado a cair pouco antes e, como a tenda principal estava lotada, bastou o relógio avançar cinco minutos do horário marcado para o público já começar a chamar a artista.

Mais uma vez, precisamos usar a palavra “compreensível”. Que estava na borda foi afetado tanto pelo calor quanto pela chuva que caia. Os ambulantes que comercializavam guarda-chuvas e sombrinhas certamente saíram satisfeitos. Vale dizer que muita gente nem se esquivou da água que caia. Ao contrário, muitos foram tentar aplacar o calor se fartando dela.

“Nômade”

Ao contrário da mais recente apresentação em BH, calçado no novo disco, “Errante”, Adriana Calcanhotto, desta vez, conversou bastante com o público. Exaltou o fato de ter sido convidada para pensar o show especialmente para a FLIP, lembrando que inclusive chegou à cidade dois dias antes, para poder se dedicar a ele. Aliás, reiterou o apreço pela cidade e falou das outras vezes em que por aqui esteve. Disse, ainda, que trocou muitas figurinhas com Eucanãa Ferraz sobre a encomenda.

Da mesma forma, Adriana Calcanhotto falou da admiração que desde sempre nutre pela figura de Pagu. Citou algumas semelhanças e diferenças da trajetória de si própria em relação à da homenageada pela FLIP neste ano. Tal qual, também lembrou as colegas Rita Lee e Gal Costa, falecidas recentemente. O repertório começou por músicas mais recentes, como “Nômade”, mas logo ela homenageou Gal Costa, levando o público ao delírio, ao interpretar “Caras e Bocas”, de Caetano e Maria Bethânia. As projeções ao fundo deram todo um plus.

Pagu e o teatro

Nesta quinta-feira, o dia oficial da FLIP começou com um debate sobre o lado Pagu voltado ao teatro, posto que, como jornalista, ela se dedicou com ênfase à crítica teatral. Assim, a primeira mesa trouxe Flora Sussekind e a francesa Marion Aubert (foto abaixo – FLIP/Divulgação). Não estava completamente lotada, mas foi uma boa conversa. Ao fim, enquanto fazia uma leitura, Marion – e todos da plateia e da organização – foram surpreendidos por um estrondo, que assustou a convidada. Parece ter sido uma falha do som, mas tudo acabou gerando risos.

A autora homenageada

Nascida em 9 de junho de 1910, em São João da Boa Vista (SP), Patricia Rehder Galvão (foto abaixo) foi jornalista, dramaturga, poeta, tradutora, cartunista e crítica cultural. Atuou nos movimentos modernista e feminista, além de ter se dedicado ao ativismo contra o fascismo. Pagu teve destacada atuação na imprensa, tendo participado de publicações como Brás JornalRevista da AntropofagiaO Homem do Povo (com a coluna A Mulher do Povo), A PlateiaA Vanguarda Socialista, France-Presse, Suplemento Literário do jornal Diário de São PauloFanfulla e A Tribuna.

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