Curadoria de informação sobre artes e espetáculos, por Carolina Braga

Mostra celebra dez anos da ‘Operação Sonia Silk’

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Inspirada na produção da icônica Belair Filmes, a Operação Sonia Silk reuniu nomes como Leandra Leal e Mariana Ximenes

O cinema do Centro Cultural Unimed-BH Minas apresenta, neste final de semana, a mostra “Operação Sonia Silk – 10 Anos”. Assim, exibirá, no dia 1º de dezembro, na Sala 1, às 18h30 e às 20h30, os filmes “O Rio nos Pertence” e “Uivo da Gaita”. Já no dia 2 de dezembro, na Sala 2, às 16h, “O Fim de Uma Era”, que, logo após, será comentado pelos diretores Bruno Safadi e Ricardo Pretti. De antemão, Bruno Safadi afirma que a mostra cria marcos de tradição e memória em torno de uma geração que produziu cinema independente no Brasil nos anos 2010. “E que, assim, sobretudo levou estes filmes para representar a produção nacional em muitas telas de prestígio internacional”. Antes de mais nada, vale dizer que os ingressos são gratuitos. Assim, poderão ser retirados na bilheteria uma hora antes da exibição.

A inspiração para a Operação Sonia Silk foi a Belair Filmes, produtora criada pelos cineastas Júlio Bressane e Rogério Sganzerla. A iniciativa realizou filmes entre fevereiro e maio de 1970. O cenário para as produções da Belair era a cidade do Rio de Janeiro. Assim, foi nessas películas que a favela foi filmada com a técnica cinemascope, uma tecnologia de filmagem e projeção criada pelo presidente da Twentieth Century Fox, em 1953. Desse modo, por filmar temas reais, a ditadura militar passou a perseguir a produtora. Logo, Bressane e Sganzerla foram convidados a sair do país.

Mariana Ximenes e Leandra Leal em "O Uivo da Gaita", de Bruno Safadi (Frame)
Mariana Ximenes e Leandra Leal em "O Uivo da Gaita", de Bruno Safadi (Frame)

Sobre Operação Sonia Silk

Há dez anos, novos cineastas brasileiros independentes criaram o projeto Operação Sonia Silk. A princípio, composto por três filmes: “O Rio nos Pertence”, “O Uivo da Gaita” e “O Fim de uma Era”. Os filmes, produzidos por Bruno Safadi, Ricardo Pretti, Leandra Leal, Mariana Ximenes e Rita Toledo, seguem os moldes das películas da Belair. “A Operação Sonia Silk foi uma pequena utopia, uma zona temporária de autonomia criativa que até hoje nos serve de farol e inspiração”, atesta o cineasta Ricardo Pretti

A trilogia tem como protagonistas Mariana Ximenes, Leandra Leal e Jiddu Pinheiro. A direção de arte e figurino é da mineira Luísa Horta. Por sua vez, a montagem de Luiz Pretti. A direção de fotografia é de Lucas Barbi, e a assistência de direção, de Aline X. “A equipe da Operação Sonia Silk reuniu toda uma geração de diversos cantos do Brasil. Eram profissionais do Pará, Fortaleza, Recife, Rio, São Paulo e BH, que se uniram para fazer três longas em 12 dias”, lembra Bruno Safadi.

Inovação

Ricardo Pretti ressalta a inovação que a Operação Sonia Silk é para o cinema nacional. “Os filmes da Operação Sonia Silk são evidências de que com pouco se faz muito. O fazer cinema não precisa ser refém de apenas um modo de produção. Ao contrário, a saúde e a longevidade dele dependem da diversidade de procedimentos e estratégias de realização não-convencionais”, diz. Coordenador e programador das salas do Centro Cultural Unimed-BH Minas, Samuel Marotta ressalta a importância de esses filmes serem revistos e ressignificados.

“Foi seguindo esta lógica que resolvemos exibir a trilogia Operação Sonia Silk”, diz Samuel. Assim, ele entende que a veiculação desses filmes é um reconhecimento do cinema nacional. “Penso essa exibição não apenas como uma celebração dos 10 anos de lançamento dos filmes, mas como uma possibilidade para discutir questões como o lugar da produção do cinema brasileiro, a trajetória dos diretores, e, sobretudo, os filmes em si, que são incríveis e suscitam outras inúmeras discussões”. Safadi completa afirmando que exibir a trilogia “é também criar acesso às novas gerações ao que foi realizado há não muito tempo na cidade de Belo Horizonte”.  

Sonia Silk

Interpretada pela atriz Helena Ignez, Sonia Silk é a personagem central do filme “Copacabana Mon Amour”, de 1970. Sonia é uma prostituta que deseja ser cantora da Rádio Nacional. Além disso, é uma mulher sensitiva, que vê espíritos baixarem em pessoas e objetos. A direção de “Copacabana Mon Amour” é de Rogério Sganzerla. Já a trilha sonora, de Gilberto Gil.

Programação

1º/12 – Sexta-feira
Sala 1
18h30 – “O Rio nos Pertence” I Ricardo Pretti, Brasil 1h15, 2013 – Classificação: 12 anos

1º/12 – Sexta-feira

Sala 1
20h30 –  “O Uivo da Gaita” I Bruno Safadi, Brasil, 1h12, 2013 – Classificação: 14 anos

2/12 – Sábado

Sala 2
16h – “O Fim de Uma Era” I Ricardo Pretti e Bruno Safadi, Brasil, 1h13, 2013 – Classificação: 12 anos
Sessão comentada pelos diretores Bruno Safadi e Ricardo Pretti

Ingressos: gratuitos, com retirada uma hora antes da sessão.
Bilheteria aberta todos os dias, das 10h e até 30 minutos após o início da última sessão.

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