A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais divulgou a temporada 2019. Como já estamos acostumados, a programação – de alto nível – conta com uma diversidade de convidados nacionais e internacionais, e ainda, grandes concertos. Dessa forma, já é possível se programar até dezembro do ano que vem para não perder nada.
Mas, enquanto 2019 não chega, os olhos do público estão voltados para a apresentação da Orquestra com o grupo Cirque de la Symphonie, nos dias 13 e 14 de novembro, às 20h30. Esta é a primeira vez do grupo no Brasil. Vamos combinar que será uma atração um tanto quanto inusitada para a Sala Minas Gerais.
Quando o circo encontra a orquestra
Os ajustes para a sede da Filarmônica se transformar em picadeiro estão a todo vapor. A união da Orquestra com o grupo oferecerá ao público a beleza do circo, combinada a grandes sucessos da música clássica, como trechos do balé ‘O lago dos cisnes’, de Tchaikovsky, e o Bolero de Ravel. No dia 13, a regência é do maestro Fabio Mechetti, diretor artístico e regente titular da Filarmônica de Minas Gerais, e, no dia 14, do maestro Marcos Arakaki, regente associado da Filarmônica.
Segundo Mechetti, trazer o Cirque de la Symphonie para BH era um desejo antigo, uma vez que, já tinha trabalhado com o grupo em outros países. Mas só agora surgiu a oportunidade da apresentação. “Essa junção é uma maneira de mostrar um repertório de música erudita com um grupo que é reconhecido no mundo inteiro. Em resumo, a apresentação contará com acrobacias áreas e números circenses. Sendo assim, liberamos a área da frente para montar a estrutura. Enquanto a orquestra toca, os artistas apresentaram os números”, explica Mechetti.
O concerto tem duração média de duas horas e conta com oito integrantes do Cirque de la Symphonie. As coreografias terão relação com a música orquestrada. O repertório foi escolhido em cima do que o grupo já havia apresentado.
Liderado pelo acrobata russo Alexander Streltsov, o Cirque é formado por artistas recordistas mundiais e atletas olímpicos. Eles se revezam em diversas linguagens como malabarismo, contorcionismo, mímica e acrobacia. A trupe já compartilhou o palco com mais de cem orquestras internacionais.
Temporada 2019
A apresentação do concerto com o grupo de circo não estava na programação da temporada de 2018, divulgada no ano passado. Isso mostra como a grade de concertos que é divulgada no ano anterior tem flexibilidade para agregar novas apresentações ao longo do tempo. Sendo assim, a programação para 2019, que foi divulgada pela Orquestra neste mês, poderá ser maior do que a prevista. Em síntese, terá pelo menos 57 concertos.
A abertura oficial da nova temporada da Filarmônica de Minas Gerais será realizada nos dias 14 e 15 de fevereiro de 2019. “Nela encontraremos diversidade de solistas convidados, riqueza de programação e busca de excelência. Teremos nomes internacionais e nacionais. Ainda celebraremos aniversários de importantes compositores. E também mostraremos o vínculo da música com outras manifestações, na nova temática da série Fora de Série”, conta Mechetti.
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Grandes nomes da música clássica
Na temporada já estão confirmadas a celebração de 200 anos de Offenbach e de Suppé; 175 anos de Rimsky-Korsakov; 150 anos de Roussel; 100 anos de Claudio Santoro; 75 anos de Marisa Rezende; 150 anos da morte de Berlioz; e por fim, 125 anos da morte de Chabrier. Além disso, uma homenagem especial marcará os 80 anos do compositor pernambucano Marlos Nobre.
Dentre os solistas que se apresentarão com a Filarmônica em 2019 estão o violinista e regente convidado Pinchas Zukerman; os pianistas Barry Douglas, Arnaldo Cohen, Sonia Rubinsky, Lucas Thomazinho; o violinista Michael Barenboim; e por fim, o pianista, compositor e regente convidado Olli Mustonen. O venezuelano Pacho Flores, um dos grandes trompetistas da atualidade, e a violoncelista sérvia Maja Bogdanovic também farão suas estreias com a Orquestra.
No repertório dos concertos, ressaltam-se as sinfonias de Haydn, Mozart e Schubert, o romantismo de Tchaikovsky, Dvorák e Brahms, além de obras do século XX, com Shostakovich, Ravel e Villa-Lobos, chegando aos dias de hoje com a Suíte Festiva, do compositor carioca Ronaldo Miranda. Ainda tem Fantasia Tarumã, de João Guilherme Ripper, e a estreia de Memória do Cardume, de Martim Butcher, vencedor do Festival Tinta Fresca 2018. A Orquestra também já lançou a campanha de assinaturas para quem quiser adiantar as compras e receber benefícios.
Nossa Filarmônica
A série Fora de Série, com nove concertos ao longo do ano, irá explorar a conexão da música com outras manifestações humanas como dança, teatro, cinema, fauna e flora, guerra e paz, mitologia, pintura, religiosidade e a literatura. Em 2019, a Filarmônica de Minas Gerais também gravará a Primeira Sinfonia de Mahler, dando sequência às gravações do Ciclo Mahler, iniciadas em 2017.
“Com essa programação a gente mostra a diversidade de repertório. Fizemos a temporada de 2019 com orçamento enxuto, assio como nos outros anos. Mas mostrando que a cada ano nós estamos conseguindo manter a programação com excelência em contramão do orçamento. Em 2019 queremos ainda reforçar nosso trabalho de aproximação com a sociedade”, pontua Mechetti.
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