Contando com programação entre os dias 13 e 29 de abril, o evento terá como destaque relatos não contados de mulheres e escravizados nos primórdios da história brasileira.
Ouro Preto e Mariana receberão, a partir 13 de abril, o Festival de História, também conhecido como “fHist”. Apresentando 13 iniciativas, o foco do evento são as histórias não contadas de mulheres e escravizados na gênese brasileira. Sendo assim, as atividades contemplam conferências, mesas de debate, lançamento e prosas com autores, exposição e aulões, além de shows musicais.
“O fHist vai resgatar histórias de segmentos sociais absolutamente negligenciados, dando a elas a relevância devida nos processos político, econômico e cultural de Minas”, diz o jornalista Américo Antunes, organizador do Festival e que divide a curadoria da edição especial com a educadora Pilar Lacerda.
Abril de Histórias Para Não Esquecer
Tendo isso em vista, o papel exercido por mulheres e escravizados na vida política e cultural do Brasil, posteriormente apagado pelo status quo, será o tema central das ponderações no fHist. Ademais, foi criado o “Abril de Histórias Para Não Esquecer”, que se baseia justamente na exaltação de mulheres pretas. Ainda será destaque também o papel ativo na vida religiosa e cultural das Minas Gerais, e a perseguição a elas.
O tema será destaque na Mesa de Debates “Histórias não contadas: sacerdotisas voduns e rainhas do Rosário”, com a presença do professor da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) Moacir Maia. Também estará presente Aldair Rodrigues, historiador e professor da Universidade de Campinas (UNICAMP). Além disso, ambos são autores do livro “Sacerdotisas voduns e rainhas do Rosário: mulheres africanas e Inquisição em Minas Gerais”.
Revolta de Carrancas
A Revolta de Carrancas norteará as discussões na conferência ministrada pelo historiador e professor da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), Marcos Ferreira de Andrade. Protagonizada por escravizados, a rebelião ocorreu em 1833, no Sul da então província das Minas Gerais.
Consequentemente, os revoltosos foram brutalmente reprimidos, sendo todos enforcados. Além disso, o evento teve fortes repercussões na macro política imperial, dando origem à Lei n. 04 de 10 de junho de 1835, uma jurisprudência específica que punia com exemplaridade a “rebeldia escrava”.
A perspectiva dos escravizados
Trazendo à tona histórias contadas pelos próprios escravizados, o historiador Rafael Domingos de Oliveira conduz a conferência “A história em primeira pessoa: autobiografias e memórias no mundo afro-atlântico”. Rafael falará sobre escravizados nas Américas e Caribe que puderam contar suas histórias de próprio cunho. Somado a isso, o historiador também coordena o Núcleo de Acervo e Pesquisa do Theatro Municipal de São Paulo.
Enfim, mais histórias apagadas da influência negra na gênese brasileira serão abordadas em um aulão ministrado por Macaé Evaristo. Além disso, André Lázaro, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), se juntará à Macaé no comando do evento.
Você pode conferir a programação completa, além de se inscrever gratuitamente para o evento, no link www.festivaldehistoria.com.br