“O maior desafio desta edição foi como transformar a distância em proximidade”, revela Ana Siqueira. Ela é curadora do 22º FestCurtasBH. O evento será realizado de 23 de outubro ao dia 1 de novembro em plataforma própria. Neste ano, a curadoria pretender instigar o público a refletir sobre a dimensão política dos corpos em tempos pandêmicos. Além de prestar homenagem à cineasta Carole Roussopoulos.
“A principal mudança é a migração para o online, além da data. Tivemos que pensar o que funciona à distância. Reduzimos a programação em 20%. Por outro lado, vamos conseguir ter conversas com estrangeiros, mais acessos e conexão de diferentes pessoas”, conta a curadora.
O formato
Mesmo em ambiente digital, o evento segue com escopo do presencial. Sendo assim, terá as Mostras: Especial – Carole Roussopoulos: Câmera na mão, Corpo na luta; Infantil; Juventudes; Animação; Corpo Político; A Vida das Coisas; Competitiva Minas, Brasil e Internacional. Tem premiação de R$ 3 mil do Júri Popular e de R$ 5 mil do Júri Oficial nas três últimas categorias. Na programação, 102 filmes, de 34 países e 12 estados brasileiros.
As produções podem ser vistas pela plataforma Cine Humberto Mauro Mais. As votações, debates e premiações também serão nela. “Festivais de cinema tem uma importância enorme por ser um lugar que se encontram e cruzam pessoas de todas as áreas do cinema. Além disso, de debater temas importantes. O FestCurtasBH cuida muito bem desse encontro”, ressalta Ana.
Como a programação é bem extensa, deixamos aqui seis indicações das mostras que não competitivas e que você não pode perder.
Swinguerra, de Barbara Wagner e Benjamin de Burca | Pernambuco – Brasil, 2019, 23’
Este é um título que caiu nas graças do público na 58ª edição da Bienal de Veneza. Swinguerra, em resumo, mostra o ensaio de três companhias de dança de swingueira pernambucana. Eles são feitos em uma quadra. O curta relata a tensão dos grupos ao serem observados pelos rivais.
Você pode assistir ao filme no FestCurtasBH das 20h do dia 29/10 às 20h do dia 31/10.
Pirámide Erosionada (Eroded Pyramid), do Coletivo Los Ingrávidos | México, 2019, 9’
A produção mexicana é diferente do que o público está acostumado a ver. Segundo o material de divulgação, “é uma experiência feroz em um único quadro e free jazz, completamente desligada das tradicionais tramas lineares do cinema. A sinopse poética: A pirâmide já foi uma montanha.” Um linguagem já experimentada pelo Coletivo Los Ingrávidos.
Disponível das 20h do dia 24/10 às 20h do dia 26/10.
Carne (Flesh), de Camila Kater | São Paulo – Brasil/Espanha, 2019, 12’
O curta é um documentário animado. Em síntese, a história passa por cinco mulheres que compartilham experiências em relação ao corpo em todas as fases da vida. Cinco técnicas foram utilizadas na produção: animação de pintura a óleo, em aquarela, digital 2D, massinha e pintura. O curta já passou em festivais de diversos países como, por exemplo, França, Canadá, Holanda, Alemanha e EUA.
Veja das 20h do dia 29/10 às 20h do dia 31/10.
Warum Schnecken Keine Beine Haben (Why Slugs Have no Legs), de Aline Höchli | Suíça, 2019, 11′
Esta é uma animação infanto-juvenil, mas que agrada à todas as idades. Foi feita em aquarela e não tem diálogos. Contudo, conta a histórias de lesmas que se tornam insuportáveis ??para seus colegas de trabalho. Sendo assim, durante a grande crise financeira na cidade dos insetos, as abelhas têm que tomar uma decisão para salvar a todos. A produção estreou em Toronto e foi bem elogiada.
Assista das 20h do dia 25/10 às 20h do dia 27/10.
A Fool God, de Hiwot Admasu Getaneh | França, 2019, 19’
A Fool God é o representante da Mostra Juventudes e fala sobre crença e religião. É a história de Mesi, uma menina que salva o irmão de matar um galo em um rito religioso. Logo em seguida, a mãe dos garotos morre e a avó coloca a culpa na menina por desobedecer aos mandamentos religiosos. Mesi então, decide revirar os livros e histórias para ter sua própria crença. O curta já passou pelo Festival Internacional de Cinema de Berlim.
Disponível das 20h do dia 30/10 às 20h do dia 01/11
Maso et Miso vont en bateau, de Carole Roussopoulos, Delphine Seyrig, Iona Wieder e NadjaRingart | França, 1976, 55′
Esta produção é uma das escolhidas para homenagear Carole Roussopoulos. O longa, o único do evento, faz uma paródia da entrevista de Bernard Pivot ao então secretário de estado da condição feminina da França, Françoise Giroud. Sendo assim, expõe ao ridículo o posicionamentos machistas e misóginos dos entrevistados.
Você confere a produção no FestCurtasBH das 20h do dia 31/10 às 20h do dia 02/11.