Laura Belém abre exposição em BH, em semana que também se destaca por individual de Ricardo Aleixo e novidades na GAL e no BDMG Cultural
Patrícia Cassese | Editora Assistente
Recentemente, o Centro Cultural Banco do Brasil BH e a Casa Fiat de Cultura inauguraram novas exposições: respectivamente, “Arte Subdesenvolvida” e “Pancetti na Casa Fiat de Cultura: o mar quando quebra na praia…”. São duas grandes mostras, que, sem dúvida alguma, merecem a visita. A essas duas, pelo menos outras quatro abrem por agora – entre elas, “Invento o Mar”, de Laura Belém, na Albuquerque Contemporânea, e “obracabada”, da terceira individual do poeta-artista Ricardo Aleixo, na Mitre Galeria.
O BDMG Cultural apresenta a terceira ocupação artística selecionada no edital Ciclo de Mostras 2024. Assim, o artista Rafael Fernandes Alves apresenta 37 desenhos na exposição “O Corpo Que Tenho”. Já em cartaz, na GAL Galeria, a mostra “Pulsão” reúne obras de Flávia Ventura, Carolina Botura, Giulia Puntel e Thany Sanches. Também já iniciada, a Mostra Internacional de Arte Postal “Suas Montanhas” está na Escola de Design da UEMG. Citamos também o 3º ciclo da mostra “Jonas”, em cartaz na Galeria da Escola Guignard, com 16 novas obras de Rachel Schembri, artista falecida em 2016. Saiba mais de cada uma delas a seguir.
Laura Belém – “Invento o Mar”
A exposição “Invento o Mar”, que será aberta ao público a partir do dia 16 de setembro, traz 28 trabalhos inéditos de Laura Belém. Trata-se da maior exposição da artista na Galeria Albuquerque Contemporânea (Rua Antônio de Albuquerque, 885, Savassi) até então. Com trajetória de 24 anos e uma obra caracterizada pela experimentação e por uma produção multidisciplinar, Laura traz trabalhos em vários campos. Desse modo, na mostra, há esculturas, desenhos, gravura tipográfica e fotografia, estendendo-se até a poesia visual e a arte sonora. O texto crítico é de Bianca Dias.
O núcleo central da exposição de Laura Belém gira em torno da relação com a natureza, a terra e a ecologia. Assim, sublinha a interconexão entre nossos corpos e o meio-ambiente, por meio de um viés poético. Ao mesmo tempo, não há a intenção de dar respostas rápidas às complexas questões ambientais que o planeta vem passando. As obras convidam a um olhar para o microcosmo dentro do macrocosmo. Tal qual, a refletir sobre a marca do corpo social em relação à natureza na contemporaneidade. O diálogo com a geografia e a paisagem do entorno faz-se presente por meio da ocupação espacial e da escolha dos materiais utilizados para as obras. Entre eles, minério de ferro, argila, folhas, sementes, pedras e madeira, entre outros.
Ricardo Aleixo – “obracabada”
Um processo de criação que se iniciou desde os primeiros passos de Ricardo Aleixo como poeta e mantém-se ainda agora resulta em “obracabada”. Trata-se da terceira mostra individual do poeta-artista Ricardo Aleixo, que tem início na Mitre Galeria (Rua Tenente Brito Melo, 1.217, Barro Preto), na próxima quinta-feira, 12 de setembro. Com curadoria de Natália Alves, a mostra ficará em exibição até 11 de outubro, sendo a primeira exposição solo de Aleixo realizada em uma galeria comercial.
A iniciativa explora a interseção entre diferentes linguagens artísticas e refletindo a vocação interdisciplinar do artista, que, ao longo de sua carreira, vem desafiando as fronteiras entre poesia, artes visuais e música. Com seleção variada de trabalhos que abrangem desenhos, poemas caligráficos, os inovadores “poemantos” — uma forma de “arte vestual” criada por Aleixo que dialoga com Arthur Bispo do Rosário e Hélio Oiticica — e instalações de arte sonora. Até 11 de outubro. Informações no Instagram: @mitregaleria ou pelo telefone: (31) 3567-0881
Coletiva – “Pulsão”
A GAL – Galeria de Arte Contemporânea (Rua Groelândia, 50, Sion) apresenta “Pulsão”, uma exposição coletiva com curadoria de Paula Plee, fundadora da Piscina – Plataforma para mulheres artistas. A mostra reúne obras de Flávia Ventura, Carolina Botura, Giulia Puntel e Thany Sanches, quatro artistas contemporâneas que exploram o corpo e suas pulsões através de abordagens distintas. As relações entre corpo e matéria, vida e morte, movimento e interações entre corpos são refletidas em trabalhos que revelam a intensidade e complexidade da experiência humana, criando um diálogo profundo sobre as forças que nos movem.
A exposição fica em cartaz até 28/09, com visitação de terça a sexta, das 14h às 18h30, aos sábados, das 10h às 14h. Visitas em outros horários disponíveis sob agendamento (Whatsapp: 31 9370-8998). Gratuito. Classificação livre
Rafael Fernandes Alves – “O Corpo Que Tenho”
Entre 12 de setembro e 20 de outubro, o BDMG Cultural (Rua Bernardo Guimarães, 1.600, Lourdes) recebe a exposição com 37 desenhos de Rafael Fernandes Alves. Essa é a terceira ocupação artística selecionada no edital Ciclo de Mostras 2024. São desenhos de dimensões variadas em pastel seco, nanquim, guache, tinta acrílica e caneta esferográfica. Os traços representam seres que se constituem de formas humanas, com características animalescas, criando uma simbiose entre o humano e o animal.
O conjunto de trabalhos transita entre o onírico, o selvagem e o divino. Os desenhos foram produzidos entre 2021 e 2024. Ao longo desse período, Rafael integrou elementos mitológicos a vivências pessoais. Desse modo, cria figuras que, embora partam de uma base corporal familiar, transcendem o humano. Assim, se tornam entidades híbridas. “Através das obras, questiono noções de identidade, explorando as diferenças e semelhanças entre os humanos e os outros animais”, diz o artista. Tal qual, explora elementos da experiência humana contemporânea que ainda nos aproximam a mitos e histórias ancestrais.
Visitação: diariamente das 10h às 18h. Quintas-feiras: das 10h às 21h. Na abertura, excepcionalmente, das 19h às 22h. Entrada gratuita.
Coletiva – Mostra Internacional de Arte Postal “Suas Montanhas”
A Escola de Design da UEMG (Rua Gonçalves Dias 1434, Praça da Liberdade) sedia a Mostra Internacional de Arte Postal “Suas Montanhas”, que fica aberta para visitas até o dia 18 de setembro. A exposição celebra os 80 anos da Escola Guignard, com destaque para sua importância na formação artística e cultural de Minas Gerais. “Suas Montanhas” explora uma ampla gama de linguagens e técnicas, desde colagens e fotografias até pinturas e desenhos, refletindo a riqueza da arte postal.
Além disso, a exposição enfatiza a interculturalidade, que promove um diálogo entre artistas de diferentes origens e contextos, unidos pela criatividade e pela interpretação do tema das montanhas. Este encontro artístico celebra não apenas a geografia de Minas Gerais, mas também a capacidade da arte de conectar culturas e perspectivas distintas. Até 18 de setembro, de terça a sábado, de 14h às 18h.
Rachel Schembri (in memoriam) – “Jonas”
A mostra “Jonas” iniciou o 3º ciclo na Galeria da Escola Guignard (Rua Ascânio Burlamarque, 540, Comiteco), com 16 novas obras de Rachel Schembri. Desde a inauguração, em 13 de agosto, a exposição tem sido enriquecida com a inclusão de novas peças, substituindo as 28 originais e oferecendo ao público uma nova perspectiva sobre a arte da saudosa artista. “As obras foram selecionadas prevendo quatro ciclos, contemplando processos e experimentações distintas”, explica a curadora Francisca Caporali.
“Jonas” oferece a oportunidade de revisitar sua última produção e acompanhar o resgate da pintura mural Baleia Vermelha. No dia 13, terá início o 4º e último ciclo da exposição. Já no dia 19/9, duelo de Retratos – ocupação onde o público será convidado a desenhar uns aos outros. Encerramento no dia 20 deste mês.
