Eu sou todas as meninas me deixou sem fôlego em diversos momentos. O filme sul-africano, dirigido por Donovan Marsh, é baseado em uma série de eventos reais envolvendo uma investigação para desmantelar um esquema de tráfico humano. Que horror, gente!
Isso não é ficção: todos os anos mais de 350.000 crianças são traficadas pelo mundo. A narrativa começa com uma recuperação histórica. O caso em que seis garotas foram sequestradas e, logo depois, desapareceram. Elas eram negociadas com estrangeiros e as famílias nunca mais tinham notícias. A partir disso, o roteiro foca na operação policial para solucionar um caso de assassinatos em série.
Enredo de Eu sou todas as meninas
É aí que as histórias de Jodie (Erica Wessels) e Ntombizonke Bapai (Hlubi Mboya) começam a se encontrar. O filme não deixa claro que tipo de relação elas têm. Dá a entender que algo mais íntimo brota ali a partir da convivência no trabalho. Jodie é investigadora totalmente entregue à causa. Já Nbombi cuida das perícias e tem o passado que gera a reviravolta na trama.
É bom ver mulheres como protagonistas em longas policiais como Eu sou todas as meninas. Acabou mesmo a era em que elas eram apenas as mocinhas frágeis.
Eu sou todas as meninas tem ritmo, prende a atenção do espectador. Mas é preciso registrar que aprofunda pouco na discussão do tema em si, tão importante para a sociedade. O roteiro se concentra na operação policial. Sendo assim, deixa de lado a problematização de diversas questões raciais que são intrínsecas à histórica da África do Sul.
Ficaram devendo essa. Ainda assim, vale ver para conhecer mais sobre o cinema do país. Também por por tratar de um tema tão urgente, com mulheres protagonistas em papéis antigamente ocupados por homens.