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Teatro

Artista PCD, Uyan Vilela estreia “Mouco: Uma dança para a sociedade”

Mouco se ergue a partir das vivências e experiências de Uyan, que perdeu a audição após o nascimento.

Uyan Vilela - Foto: Luisa Machala

Mouco se ergue a partir das vivências e experiências de Uyan, que perdeu a audição após o nascimento.

Não raro, a arte se manifesta por meio de experiências sensoriais. Iniciativas que, se valendo sentidos, estabelecem uma conexão única entre o público e o artista que está no palco. E foi neste intuito que o bailarino Uyan Vilela resolveu construir o espetáculo “Mouco: Uma dança para a sociedade”, que estreia no próximo dia 11, no Teatro Marília. Os ingressos, gratuitos, estarão disponíveis na bilheteria do espaço 30 minutos antes da apresentação. Posteriormente, o espetáculo passará por alguns centros culturais da capital mineira (saiba mais ao fim desta matéria). 

A montagem passa pela experiência sonora e sensorial de Uyan enquanto PCD – o artista perdeu a audição logo após o nascimento. Sendo assim, conviveu com o silêncio boa parte da vida, já que só mais tarde a chegada de um aparelho auditivo possibilitou que começasse a interagir com os sons que o cercam. No entanto, quando entra em contato com a pele ou alguma superfície em movimento, o aparelho acaba gerando um ruído. Assim, uma espécie de “microfonia”, sonoridade que pode chegar a um lugar caótico. Foi esse som que rompeu o silêncio estabelecido pela perda auditiva.

Grito de existência

O espetáculo “Mouco”, situa Uyan Vilela, surge de um grito. “Um grito de existência, de necessidade de ser percebido em sociedade. Um grito que vem reafirmar meu lugar no mundo. Que evidencia as minhas diferenças, mas que essa diferença não nos inviabilize. Assim, que meu corpo seja ouvido, percebido e inserido”, pontua o artista.

Uyan entende que a sociedade vem, sim, caminhando no que diz respeito aos PCDs, mas, ao mesmo tempo, ressalta que os avanços ainda são “rasos” em relação ao que seria efetivamente necessário. “A sociedade precisa ver a eficiência dos nossos corpos, a sagacidade que vem junto com o desejo de fazer, principalmente quando falamos de arte”, reflete ele.

A fala do artista, vale dizer, não é direcionada apenas à sociedade civil, mas também aos curadores dos eventos, aos pareceristas dos editais e aos produtores das equipes. “Que todos se conectem deixando suas escutas disponíveis, abertas. E que a empatia venha do convívio conosco entre vocês”, arremata.

Serviço

Apresentações nos centros culturais e Sesc Palladium

Centro Cultural Alto Vera Cruz 18/08 – a definir 

Endereço: Padre Júlio Maria 1577 – Alto Vera Cruz 

Centro Cultural Venda Nova 12/09 – 19 horas 

Endereço: Rua José Ferreira dos Santos – 184 – Jardim Comerciários 

Teatro de Bolso do Sesc Palladium 06 e 07/10 – 19 horas 

Endereço: Rua Rio de Janeiro – 1046 – Centro 

Preços: Todos os ingressos são gratuitos 

Onde adquirir ingressos: Para as apresentações nos Centros Culturais não será necessário retirar ingresso.

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