No início de setembro o cineasta Eryk Rocha lançou no Globoplay o longa Breve Miragem de Sol. O drama, de 2019, passaria por vários festivais e salas de cinema, contudo, por conta da pandemia, teve que ir para o streaming. “É a primeira vez que eu lanço um filme em uma plataforma. É uma nova experiência. Dessa maneira, uma possibilidade de chegar em novos públicos. Uma forma de furar um pouco a bolha que a gente vive”, conta.
O filme propõe um cinema de rua, um documentário com ficção. “O filme fala da vida de dois trabalhadores de uma grande cidade. Além disso, está conectando com a atmosfera do país e com o momento atual”, explica.
Cinemateca
Segundo o cineasta, “é muito grave o que está acontecendo no Brasil em todos os sentidos. No audiovisual é um desmonte”. Ele se referiu à Cinemateca Brasileira. Instituição que conserva, restaura e arquiva o audiovisual produzido no país. Em agosto de 2020, teve todos os profissionais técnicos demitidos, o que coloca em risco a integridade física de arquivos fundamentais para a história do cinema nacional. Em resumo, o espaço é o maior acervo audiovisual da América Latina.
“Independentemente de para onde vá a cinemateca o importante é que seja resolvido isso com urgência. Que ela seja acolhida em algum lugar, que esteja segura. É preciso lutar por ela, pela Ancine e pelo fundo audiovisual. É preciso alertar não só o Brasil, mas o mundo o que está acontecendo”, destacou.
Outros projetos
Eryk Rocha falou também sobre o mais recente trabalho. O curta-metragem Marcha à Ré. O trabalho acompanhou a performance realizada pelo Teatro da Vertigem em colaboração com o artista Nuno Ramos. Uma homenagem às vítimas do vírus COVID-19. Em síntese, é um cortejo com 150 carros na avenida Paulista que vão em direção ao cemitério da Consolação. O trabalho representará o Brasil na 11ª Bienal de Berlim.