O evento terá três eixos – Diversidade, Inclusão e Sustentabilidade e terá abertura especial no dia da Consciência Negra, 20 de novembro
O 8º Moda Contemporânea Mineira (MCM) celebra o Dia da Consciência Negra, bem como os 110 anos de nascimento de Carolina Maria de Jesus, nos dias 20, 21 e 22 de novembro, nos dois prédios da Biblioteca Pública. E, ainda, os 70 anos da Biblioteca Pública Luiz de Bessa. Assim, o evento terá feira, desfiles, cultura, música, gastronomia, talks, homenagens, mesas, exposições e projetos sociais. Tal qual, encontros educativos e de trocas de experiência entre quem cria moda jovem diversa, inclusiva e sustentável e aqueles que a consomem. Haverá, ainda, a 15ª Marcha da Consciência Negra.
O Festival deve receber mil pessoas por dia. Serão 15 expositores para moda, dez marcas Line Up; sala de desfile (até 300 lugares sentados), quatro espaços expositivos, dois auditórios (um com 190 lugares e o outro com 50) e dois espaços de oficina. “O evento reúne uma rede de jovens empreendedores, movimentos sociais e inclusão. Entre empregos diretos e indiretos, serão 3 mil pessoas envolvidas”, ressalta Aldo Clécius, idealizador e coordenador.
Homenagem
Neste ano, o evento inaugura edições temáticas, celebrando grandes nomes mineiros da moda, literatura, música e dança. A grande homenageada será a mineira Carolina Maria de Jesus, autora do já clássico “Quarto de Despejo”. Do mesmo modo, serão festejados os 70 anos da Biblioteca Pública Estadual e o papel transformador da leitura e literatura.
Marcha
Como parte da programação, a 15ª Marcha da Consciência Negra ocorre no dia 20 de novembro, com o tema: “Povo Preto em Luta por Reparações e pelo Bem Viver”, que é o tema da Marcha das Mulheres 2025 Reparações e Bem Viver. A concentração será às 15h, na Praça 7 de Setembro. O percurso vai até o Parque Municipal, onde os participantes encontrarão com as estátuas de Lélia Gonzalez e Carolina de Jesus. Ali, representantes das entidades que construíram o evento vão falar, bem como haverá apresentações culturais.
Contínuo da luta
“A Marcha é um contínuo da luta do povo preto no Brasil”, diz Marco Antônio Pereira, produtor audiovisual e cultural e proponente e articulador da causa preta e um dos organizadores do evento. Assim, diz, abarca desde, lá atrás, a não aceitação como objeto e o se lançar ao mar no translado transatlântico preferindo morrer do que ser escravizando. Tal qual, passa por todas as revoluções feitas no Brasil. Ele ressalta, ainda, que em paralelo a isso, as criações de repúblicas em meio a monarquia. “Temos como exemplo, a república democrática de Palmares do (Quilombo) Campo Grande entre tantos outros”.
Assim, Marco Antônio lembra que a Marcha “é a materialização e certeza de que estamos no lado certo e que lutamos para continuar a ganhar espaço e força e poder e esperançar para os Povos Pretos nativos e os que ainda veem a essa terra já esperança de uma vida melhor”.
Feriado nacional
Ofélia Hilário, da Coordenação Nacional de Entidades Negras e da Articulação das Mulheres Negras pela Marcha Nacional 2025 (CONEN), afirma que várias entidades ligadas ao Movimento Negro de BH vêm organizando agendas para o novembro negro. “Para além das denúncias e lutas de enfrentamento ao racismo que travamos cotidianamente, este ano temos que comemorar o primeiro 20 de novembro como feriado nacional. É um atendimento a uma reivindicação histórica do movimento negro brasileiro como reconhecimento de Zumbi e Dandara como heróis nacionais”, enfatiza.
O evento
O evento Festival Moda Contemporânea Mineira (MCM) é um movimento de fortalecimento de jovens empreendedores e inserção de novos profissionais no mercado de moda de Belo Horizonte. Desse modo, une inclusão social, responsabilidade ambiental, causas de empoderamento, protagonismo, colaboração, criatividade, bem como preservação do saber local e artesanal. Também é um evento de troca de experiências, ligando marcas e profissionais novos aos consumidores.
Criado em 2017 por Aldo Clécius, é uma plataforma que funciona como uma rede aberta colaborativa para criativos, micro e nano empreendedores de moda. Profissionais que possuem marcas e ou atuam em negócios de valor cultural, artesanal, com princípios sustentáveis, por exemplo. Tal qual, com a diretriz da preservação dos saberes ancestrais, artesanato e patrimônios materiais e imateriais, produção de show e que abracem causas sociais de grupos minoritários e de inclusão social. Entre esses, feminismo, negritude, lgbtqia+, deficientes, geração de emprego e renda. Do mesmo modo, combate à lgbtqia+fobia, gordofobia e ao etarismo, usando a moda.
Programação parcial do evento
Quarta-Feira, 20 de novembro – abertura
O evento começa às 8h, com o “Seminário Carolina Maria de Jesus – Olhares Interdisciplinares”, no Espaço Pensação. Às 10h40, haverá workshop com o tema “Mercado de Moda, Arte e Cultura Mineira, Cases e Oportunidades para novos”. Às 15h, será realizada a 15ª Marcha da Consciência Negra, que terá início na Praça Sete e seguirá até o Parque Municipal.
Quinta-feira, 21 de novembro
Das 8h30 às 10h30 haverá o Seminário com o tema “Inclusão real de PCDs no mercado e na sociedade é possível?”. Em seguida, das 10h40 às 12h, o Seminário “Fomentos para Arte, Moda e Cultura em Belo Horizonte”.
Também haverá o 2° salão de arte negra e três instalações de moda, projeto social de arte/artesanato coletiva, das 9h às 18h.
Das 14h às 17h, será realizado o “Encontro do CELF – Encontro sobre Feminismo Lésbico Preto”, Espaço Pensação. Também das 14h às 22h acontece o Salão EXPERIMENTAR (feira de moda, artesanato, design e gastronomia). Além disso, acontecem oficinas – 14h às 17h.
Sexta-feira, 22 de novembro
O Salão EXPERIMENTAR (feira de moda, artesanato, design e gastronomia) e as exposições serão realizadas durante todo o dia, das 9h às 18h. Já as oficinas, das 9h às 11h30.
A programação continuará na parte da tarde, das 14h às 17h, com um Encontro de Mães de pessoas com Deficiência. Além disso, serão realizadas oficinas das 14h às 22h.
Serviço
Evento 8º Festival Moda Contemporânea Mineira (MCM)
Quando. Quarta, quinta e sexta, dias 20, 21 e 22 de novembro, a partir das 9h.
Onde. Biblioteca Pública Luiz de Bessa (Praça da Liberdade, 21) e no prédio anexo, na Avenida Bias Fortes com rua da Bahia.
Quanto. Entrada gratuita.