Todo evento grande, como a Campanha de Popularização do Teatro e da Dança, faz a gente ficar perdido na programação, né? Tem tanta coisa em cartaz que muitas vezes não sabemos nem por onde começar. Ao longo deste mês vamos tentar te ajudar nessa escolha.
Pois bem, aqui no Culturadoria as primeiras apostas são sempre em espetáculos inéditos no evento. Explico: começamos pelas montagens de drama. Eles representam o que tem sido produzido pelo teatro mineiro contemporâneo. Isso me interessa! Enquanto isso, saiba que as peças que já estão cadastradas em nossa seção Eventos são nossas recomendações. Aí sim tem inéditas e reprises de todos os gêneros!
Confira as dicas de teatro infantil
Um pouco de ar, por favor
Por que ir? Pelo encontro entre o diretor Chico Pelúcio, o dramaturgo Luís Alberto de Abreu e a Cia Pierrot Lunar
O espetáculo foi uma das estreias do teatro mineiro em 2018. Trata de inquietações urgentes dos dias de hoje. Fala sobre indefinições de futuro. A peça nasceu do desejo dos artistas de dividir com o espectador o desejo de transformação e as reflexões sobre “retrocessos da esperança no país e no mundo”.
[O QUE] Um pouco de ar por favor, com Cia Pierrot Lunar e direção de Chico Pelúcio [QUANDO] 03 a 14 jan. Qua a Seg: 19h [ONDE] Centro Cultural Banco do Brasil [QUANTO] 15
Mergulho
Por que ir? Pelo tema que instiga reflexões íntimas sobre a falta que todos nós temos.
Rita Clemente é a diretora dessa peça que estreou no VAC 2018. Ela também escreve o texto, altamente psicanalítico, sobre o reencontro de dois irmãos. O elenco é formado por André Senna, Bruno Figueroa e Flávia Pyramo. A partir do momento em que eles dividem o mesmo teto, traumas de infância voltam com força.
[O QUE] Espetáculo ‘Mergulho’ do Novo Coletivo [QUANDO] 10 a 20 de janeiro, de quinta a domingo às 20h [ONDE] Funarte – Rua Januária, 68, Centro – BH [QUANTO] R$ 15
Cabaré Lidô
Por que ir? Pela aposta em um formato diferente
Em um primeiro momento pensei se tratar de uma comédia, mas não. O espetáculo com texto e direção de Marco Amaral é um drama que discute exploração sexual e diversidade. O formato é de peça-festa, por isso será no Galpão de Ideias. É um espaço alternativo no Carlos Prates. Sendo assim, os atores habitam um bordel de beira de estrada, fazem performances ao vivo e, assim, pretendem divertir o público.
[O QUE] Espetáculo ‘Cabaré Lidô’ de Marco Amaral [QUANDO] De 11 a 17 de janeiro, de sexta a domingo às 20h [ONDE] Galpão de Ideias – R. Uberlândia, 413, Carlos Prates – BH [QUANTO] R$ 18
Orlando um Prólogo
Por que ir? Ver Virgínia Woolf no teatro tem seu lugar
Se a atriz Ludmilla Ramalho já é intensa, imagine o encontro dela com a literatura de Virgínia Woolf. Essa peça parece ser um grande exercício de linguagem. Para isso a atriz convidou o diretor Diego Bagagal para o processo. A montagem explora diversos fluxos de consciência. Dessa forma, aborda temas como solidão, amor, morte e androgenia. Entram em cena a própria atriz, Orlando, personagem e a autora.
[O QUE] Espetáculo ‘Orlando um Prólogo’ com Ludmilla Ramalho [QUANDO] 16 a 21 de janeiro, de quarta a segunda às 19h [ONDE] CCBB BH – Praça da Liberdade, 450, Funcionários – BH [QUANTO] R$ 15
O Importado
Por que ir? Pela força que todas as interpretações de Odilon Esteves tem.
Nesse monólogo Odilon Esteves, do Grupo Luna Lunera, a partir do texto de André Santanna, escancara a hipocrisia do ser humano. Ele interpreta um homem que, preso no trânsito, solta o pensamento sem filtros e mostra toda sua incoerência. Ao mesmo tempo em que é meritocrata, machista, racista, materialista e se diz cristão. Tema pertinente e necessário para esse início de 2019.
[O QUE] Espetáculo ‘O Importado’ com Odilon Esteves [QUANDO] De 18 a 28 de janeiro, de sexta a segunda às 20h [ONDE] CCBB BH – Praça da Liberdade, 450, Funcionários – BH [QUANTO] R$ 18
Engenho de Dentro
Por que ir? O ator Leonardo Rocha se propõe a sair da zona de conforto
Integrante do Grupo Maria Cutia, Leonardo começou a carreira com o trabalho de palhaçaria. Por isso soa tão diferente a proposta de Engenho de Dentro. Esse monólogo foi escrito e dirigido por Eduardo Moreira, do Grupo Galpão, em parceria com Antônio Rodrigues. Focado no tema da loucura, a peça é a história de um homem recluso em suas próprias memórias alucinadas.
[O QUE] Espetáculo Engenho de Dentro, com Leonardo Rocha [QUANDO] 07 a 10 fev, Quinta a domingo, 20h [ONDE] Funarte MG [QUANTO] R$ 15
Projeto Maravilhas
Por que ir? Pela urgência em se debater cada vez mais temas ligados à sexualidade humana
O coletivo que forma o elenco de Projeto Maravilhas tem em comum o desejo de discutir – e pensar – a questão do corpo na sociedade atual. Sabemos que é um desafio cada vez mais árduo e também urgente. Essa peça fala sobre “corpos que habitam a cidade, entre o medo e a violência, entre o amor e a sacanagem”.
[O QUE] Espetáculo Projeto Maravilhas [QUANDO] 07 a 17 fev. Qui a Dom: 20h [ONDE] Funarte MG [QUANTO] R$ 15
Chão de Pequenos
Por que ir? Falar sobre amizade é sempre contemporâneo
A montagem é uma fábula baseada em em histórias reais com texto de Ana Maria Gonçalves. Dividem o palco os atores Felipe Soares e Ramon Brant. Dessa forma, são dois artistas da nova geração do teatro mineiro a se prestar atenção. Na peça, eles falam sobre a relação de amizade entre dois garotos que cresceram juntos. A poética dramaturgia reflete sobre amizade, adoção e abandono.
[O QUE] Espetáculo Chão de Pequenos, com Felipe Soares e Ramon Brant [QUANDO] 12 a 20 fev. Ter e Qua: 20h [ONDE] Teatro Marília [QUANTO] R$ 10
Lama
Por que ir? É lindo ver como a arte tem potência ao refletir algo tão sério como foi o desastre de Mariana
Essa peça fez menos temporadas do que deveria. Isso porque a forma como a montagem dirigida por Marcelo Bones aborda o “acidente” de Mariana deveria ter sido visto por milhares de pessoas. Ao mesmo tempo que é uma denúncia, uma crítica, é também uma aproximação extremamente poética sobre o acontecido. Com Ângela Mourão, Beto Militani e Bruna Sobreira.
[O QUE] Espetáculo Lama, com Teatro Andante [QUANDO] 14 a 24 fev. Qui a Dom: 20h [ONDE] Funarte MG [QUANTO] R$ 15
Homem-bomba
Por que ir? É sensacional ver um ator com tamanho domínio de todos os seus elementos em cena
Luiz Arthur é um ator dos grandes. Em Homem-Bomba, ele exercita toda a sua capacidade e impressiona com a capacidade que tem de mudar de clima, com as diferentes nuances que o protagonista desse monólogo oferece. O texto de Cynthia Paulino se inspira no clássico O médico e o monstro para fazer pensar nas controvérsias – e as locuras – que todo ser humano tem.
[O QUE] Espetáculo ‘Homem-bomba’ com Luiz Arthur [QUANDO] 20 a 24 de fevereiro, de Quarta a domingo às 20h [ONDE] CCBB BH [QUANTO] R$ 15