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Agenda Cultural

Livro relata a Expedição Urucumacuan na selva amazônica

A capa do livro, que será lançado neste sábado, na Livraria da Rua (Salamandra Comunicação e Marketing/Divulgação)

A capa do livro, que será lançado neste sábado, na Livraria da Rua (Salamandra Comunicação e Marketing/Divulgação)

“Victor Dequech e a Expedição Urucumacuan – A História de um Brasileiro Visionário” será lançado neste sábado, dia 13, na Livraria de Rua

Patrícia Cassese | Editora Assistente

“Victor Dequech e a Expedição Urucumacuan – A História de um Brasileiro Visionário” (304 páginas), livro que será lançado neste sábado, dia 13, das 12h às 14h, na Livraria da Rua, percorre a trajetória do engenheiro e geólogo Victor Dequech. Nascido no Paraná, Victor Dequech estudou na Escola de Minas de Ouro Preto, onde se formou como engenheiro de minas e civil. Graduado, passou a atuar como geólogo no Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), órgão ligado ao Ministério da Agricultura no governo Getúlio Vargas.

A expedição

Logo, veio a oportunidade de participar da Expedição Urucumacuan, que procuraria ouro no vale do rio Guaporé, hoje estado de Rondônia. Precisamente, em 1941, como situa Moema Dequech, filha do geólogo. “Então, ele tinha apenas 25 anos”. Como o livro relata, havia uma lenda que Urucumacuan seria o Eldorado Amazônico, com jazidas de ouro protegidas pela floresta e pelos povos originários. Assim, a expectativa era que o ouro encontrado poderia pagar a dívida externa brasileira.

A busca durou dois anos – no entanto, se revelou infrutífera. Ainda assim, Victor Dequech vivenciou uma série de experiências únicas. Para citar um exemplo, conviveu com tribos indígenas ainda intocadas pela civilização. Tal qual, enfrentou os mais diversos desafios: a densidade da selva, comunicação ineficiente da época, alimentação exótica e animais perigosos, para citar alguns. Não bastasse, a dificuldade para conduzir trabalhadores e equipamentos de pesquisa através dos rios encachoeirados e dos “colchões de capim”, que dificultavam a navegação, como aponta o material de divulgação da obra.

Registros

Em meio ao percurso, Dequech fez questão de registrar todas as etapas, pontuando, assim, tanto os aspectos técnicos – a geografia, as ocorrências minerais, os levantamentos geológicos – quanto os humanos e antropológicos. Tal qual, incluindo ainda a natureza exuberante do entorno. Um capítulo do livro registra a relação de Victor com povos originários. (abaixo, uma das imagens do livro)

“Ao fim, meu pai deixou uma marca de coragem e inovação. Ele era um homem apaixonado pelo país e infatigável no esforço de contribuir, por meio do trabalho, para o reconhecimento e desenvolvimento do enorme potencial mineral do Brasil. Segundo as palavras dele, um país tão rico e fascinante que não nos cabe nutrir por ele se não o sentimento viável do otimismo”.

Pesquisa

O livro que será lançado neste sábado é fruto de uma iniciativa de Moema, que ficou com a guarda da documentação deixada pelo pai, falecido aos 95 anos. Assim, ela se debruçou sobre várias caixas que continham diários de viagem, relatórios para o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), mapas, fotos, entrevistas e telegramas. Materiais referentes trocados durante a expedição, artigos que escreveu sobre esse período, entre 1941-1943.

Processo

Moema conta que o processo de feitura do livro consumiu um ano, embora, na verdade, ele tenha sido iniciado lá atrás, na década de 1980, pelo próprio personagem. “Meu pai escreveu vários artigos (baseados em seus diários da expedição na selva amazônica), que, posteriormente, seriam usados para constituir um livro. Foram, ao todo, 11 artigos, sendo que três desses foram publicados no jornal ‘Alto Madeira’, de Porto Velho. No entanto, infelizmente, ele não conseguiu concluir o projeto (do livro) em vida”.

Assim, no final de 2022, Moema assumiu a tarefa, com o respaldo da Fundação Victor Dequech (FVD). “E trabalhamos arduamente com um material muito extenso – diários de viagem, fotos e correspondências – durante um ano. Eu, junto ao escritor José Eduardo Gonçalves e a assessora dele, e o Guilherme Horta e equipe do Studio Anta, bem como uma equipe de pesquisa”.

Objetivo

Ainda de acordo com Moema, além de concretizar um sonho do pai (“que, na verdade, se tornou meu”), o livro tem como objetivo propagar essa expedição. “Ou seja, compartilhar todos os aspectos que os relatos dele revelaram, não só na ciência, como também sobre condições da selva ou sobre a cultura indígena, a qual ele tanto relatou”. Todavia, ela conta que, por iniciativa própria, resolveu acrescentar aspectos da vida pessoal do genitor (“mas bem poucos”). Tal qual, as contribuições que considera importantes advindas da trajetória profissional dele.

“Na verdade, mostrando características como o foco, a coragem, o desprendimento, a abertura… O fato de ele ter estado sempre aberto para o social e a inovação, bem como o investimento no fator humano, incentivando a profissionalização. E, acima de tudo, a ética. Na verdade, na minha opinião, o desprendimento e a ética são – e sempre serão – componentes fundamentais”, advoga.

Serviço

“Victor Dequech e a Expedição Urucumacuan – A História de um Brasileiro Visionário”

Quando. Lançamento neste sábado, 13 de abril, das 12h às 14h.

Onde. Livraria da Rua (Rua Antônio Albuquerque, 913, Savassi)

A renda obtida com o lançamento do livro será revertida para o Lar dos Meninos São Vicente de Paulo

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