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CURA vai colorir os muros do bairro Lagoinha

CURA, o Circuito Urbano de Arte, vai criar um mirante em um dos bairros mais antigos da capital

Arte de Wanatta Foto: Wanatta Rodrigues

Se você frequenta o Centro de BH, já visitou ou passou pela região com um olhar um pouco mais atento, já deve ter reparado as grandes pinturas pelos prédios. Trata-se do CURA, Circuito Urbano de Arte, que colore as ruas da capital mineira desde 2017.

A primeira edição transformou a Rua Sapucaí em um verdadeiro mirante de arte urbana. O circuito realizou, também, outras atividades, como pinturas comemorativas dos 120 anos de Belo Horizonte, debates e residências artísticas. Agora, o CURA vai dar mais um motivo para repararmos na nossa cidade. Ele chega ao Bairro Lagoinha e por lá transforma a paisagem local até o dia 15 de setembro. Artistas de diferentes estilos vão pintar paredes, muros, fachadas e bares da Rua Diamantina e seu entorno. 

Entretanto, essa história de pintar e grafitar o espaço urbano, principalmente muros, fachadas e empenas não é novidade. Pensando nisso, resolvemos recuperar aqui painéis que ficaram famosos por aqui e pelo mundo antes de falar propriamente do elenco que vai fazer parte da edição 2019 do Cura. Vamos começar com uma obra bastante emblemática e que fica na Alemanha.

O Muro de Berlim

A foto acima está em Berlim. É a reprodução da pintura feita em 1990. Retrata Leonid Brezhnev (líder da União Soviética entre 1964 e 1982) e Erich Honecker (presidente da Alemanha Oriental entre 1976 e 1989). A pintura foi inspirada em uma fotografia de 1979. Na ocasião, uma solenidade marcava 30º aniversário da fundação da Alemanha Oriental. Claro que a imagem foi transformada pelo artista, o russo Dimitri Vrubel. O gesto demonstrava a união da Alemanha Oriental com a União Soviética. O grafite é um dos mais famosos do Muro de Berlim. Recebeu o nome “Meu Deus, ajuda-me a sobreviver a este amor mortal”. Arte política!

 

Mural Etnias
Foto: Paula Johas e Paulo Mumia

Mural Etnias

O Brasil também é sede de grandes obras do grafite e muralismo. O Mural das Etnias, por exemplo, batizado de Todos somos um foi parar no Livro Guinness dos Recordes por ser considerado o maior grafite do mundo. A obra tem 15 metros de altura e 170 metros de comprimento. O responsável pela proeza é Eduardo Kobra, que convidado pelo Comitê Olímpico Internacional para pintar para as Olimpíadas. Ele, então, desenhou para celebrar a união dos povos e a diversidade dos grupos étnicos de todos os continentes.

O artista começou sua carreira como pichador artístico, foi para o grafite e, atualmente, se considera muralista. Além do Rio de Janeiro, as obras de Kobra estão em diversas cidades brasileiras e em outros países como, por exemplo, Estados Unidos, França, Inglaterra, Rússia, Grécia, Suécia, Polônia e Itália. A obra dele que colore a região da high line em Nova York virou um ponto instagramavel de quem faz o passeio. 

Artistas do CURA

Nesta edição do Circuito Urbano de Arte no Lagoinha convidou artistas dos mais diversos estilos e lugares participam da produção dos murais. O argentino Elian Chali é um deles e é um dos muralistas mais conhecidos da cena da arte contemporânea urbana por sua arte abstrata. Chali, assim como Kobra, já passou por diversos locais do mundo, incluindo, grandes festivais e exposições. A relação do artista com a arte de rua começou na adolescência. Mesmo com o histórico em design gráfico o artista é autodidata. Procura sempre estabelecer um diálogo entre o ambiente urbano. Para isso, deixa que  características dos muros e paredes façam parte da obra. Elian Chali é reconhecido pelo minimalismo empregado nas suas produções, as cores e a abstração. Desse modo, o artista usa camadas de cores para as composições geométricas.

 

Foto: Maria Raquel Bolinho

Bolinho

Quem também vai fazer parte das intervenções da Lagoinha é um personagem muito conhecido e prestigiado em Belo Horizonte: o Bolinho. Por analogia, ele é uma especie de camaleão do grafite, pois se adapta aos diferentes assuntos, temáticas e situações. Parece até que ele tem vida própria, não é? Acontece que Maria Raquel Bolinho criou o personagem há 10 anos e ele já passeou por toda a cidade. A grafiteira já pintou mais de 600 Bolinhos por aí. Eles passam pelo Bolinho Rei Leão, Bolinho Herói (de todos os tipos), Bolinho viciado em celular e Bolinho em homenagem a personagens de filme, como Alex, personagem principal do longa Laranja Mecânica, de Stanley Kubrick. Sendo assim, é justamente por ser portador de versatilidade que o Bolinho encanta todas as gerações.

No CURA,  Maria Raquel pinta no edifício Novo Rio, na outra face do mesmo prédio do artista Zé d Nilson. O artista é um pintor da pedreira Prado Lopes e, assim como Maria Raquel, tem obras espalhadas por toda a cidade.

O Brasil em BH

O projeto de arte urbana na Lagoinha conta não só com artistas locais e internacionais, mas também com de outros estados do Brasil. Ou seja, Luna Bastos, artista do Piauí também chega à capital mineira para colorir as ruas da Lagoinha. A artista visual se apaixonou pelo grafite quando fez uma oficina há sete anos. A partir daí, usa essa arte para retratar o que percebe sobre o outro, o que sente e vivencia como mulher negra. Concretamente, a produção de arte urbana de Luna é expressada, muitas vezes, utilizando a simetria. Dessa maneira, o que será que ela vai desenhar na Lagoinha? Vamos aguardar!

 

Luna Bastos
Foto: Anna Carolina Bueno

Então, atenção! Ao Circuito Urbano de Arte já começou. Aproveita para visitar a confecção dos murais e conhecer o bairro se ainda não conhece. A programação completa você confere no site do CURA. Ademais, esta edição vai ter apresentações musicais lançamento de CD, bate-papo, visita guiada, flash tattoo e muito mais.

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