Para o marco, entra em cena o 40º título da coleção BH. A Cidade de Cada Um, “Colégio Marconi”, de Luiz Vilela
Nascida com o objetivo de resgatar a crônica literária para, desse modo, narrar histórias sobre bairros e outros lugares afetivos, a coleção BH. A Cidade de Cada Um completa duas décadas de existência. Para comemorar, a série da Conceito Editorial lança seu 40º título, “Colégio Marconi”, de Luiz Vilela. Na verdade, o volume chega às livrarias juntamente às novas edições de “Carmo” (2008), de Alberto Villas; “Morro do Papagaio” (2009), de Márcia Maria Cruz; e “Serra” (2012), de Nereide Beirão. Assim, esses livros, lançados há mais de 10 anos, foram revistos e atualizados pelos autores.
Início
Idealizada pelos jornalistas José Eduardo Gonçalves e Sílvia Rubião, a coleção BH. A Cidade de Cada Um estreou em 2004. Os três primeiros títulos, vale lembrar, reverenciavam uma tríade da cultura mineira: a paixão pela boemia, pela gastronomia e pelo futebol. O que norteou, por exemplo, “Lagoinha”, do escritor Wander Piroli. Tal qual, o volume “Mercado Central”, do escritor e letrista do Clube da Esquina, Fernando Brant. E, ainda, “Estádio Independência”, do locutor e radialista Jairo Anatólio Lima.
Diretrizes
José Eduardo Gonçalves lembra que, desde o início, a marca do projeto BH. A Cidade de Cada Um é convidar pessoas com um forte vínculo afetivo com o lugar. Ainda que os contextos históricos e os fatos sejam rigorosamente certificados, os livros não se enquadram na categoria de registros históricos, mas, sim, de compartilhamento de histórias. Isso inclui, por exemplo, lendas que circundam o bairro de Venda Nova, como a “aparição do Capeta” na Quadra da Vilarinho, contada pelo historiador Bruno Viveiros. Ou, ainda, relatos curiosos sobre os moradores ilustres do bairro Floresta, narrados pelo professor de literatura Carlos Junqueira Maciel.
A coleção BH. A Cidade de Cada Um tem um raio de abrangência amplo. “Assim, temos bairro tradicionais da região Leste, como Floresta, Santa Tereza, e também, no lado oposto da cidade, Caiçara e Carlos Prates. Do mesmo modo, lugares muito conhecidos, como a Pampulha. E, ainda, o bairro Campo Alegre, berço do poeta Ricardo Aleixo”, avalia o editor, escritor e jornalista.
Colégio Marconi
O mais recente lançamento enfoca o Colégio Marconi, construído em 1937, por imigrantes italianos. Na década de 1970 foi municipalizado. As memórias da instituição de ensino ganham a voz do mineiro Luiz Vilela, ex-aluno da escola. “A coleção já tinha contado a história de algumas instituições de educação, como a UFMG, o primeiro Colégio Municipal da cidade (dentro do Parque Municipal), o Sacré Couer de Marie e o Estadual Central”, diz José Eduardo. Agora, a BH. A Cidade de Cada Um ganha uma obra narrada pela perspectiva de um jovem que sai de Ituiutaba para estudar na “cidade grande”.
Próximos lançamentos
Para 2025, a coleção “BH. A Cidade de Cada Um” prepara ao menos dois novos títulos. Primeiramente, sobre o tradicional bairro Santa Efigênia. Outro, sobre o bairro Pindorama, no limite entre Belo Horizonte e Contagem, na região metropolitana. Dois outros títulos também estão em fase avançada: o que aborda o Zoológico e o que fala da icônica Praça da Liberdade.