Curadoria de informação sobre artes e espetáculos, por Carolina Braga

Cine Santa Tereza recebe mostra itinerante “A Cinemateca é Brasileira”

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A iniciativa “A Cinemateca é Brasileira” traz uma seleção de dez filmes que ecoam a riqueza do cinema brasileiro

A partir desta sexta-feira, dia 25 de agosto, e ate o dia 31, o Cine Santa Tereza recebe a mostra itinerante “A Cinemateca é Brasileira”. Primeiramente, a iniciativa busca difundir a memória do cinema nacional, com títulos que perpassam diferentes momentos históricos, propostas estéticas e abordagens temáticas.  Desde já, um chamariz: os ingressos são gratuitos. Assim, a mostra traz uma seleção de dez filmes. Primordialmente, “São Paulo: A Sinfonia da Metrópole” (Rodolfo Lustig e Adalberto Kemeny). Lançado em 1929, a produção sintetiza a vocação nacional para o documentário.

Do mesmo modo, o desejo de estabelecer uma indústria cinematográfica forte no Brasil, que culmina na fundação dos estúdios Atlântida e Vera Cruz, também está na mostra “A Cinemateca é Brasileira”. Nesse sentido, por meio de “Carnaval Atlântida” e, tal qual, em “Jeca Tatu”. O primeiro é um filme de José Carlos Burle de 1952, que traz a “dupla do barulho” Grande Otelo e Oscarito. O segundo, de Milton Amaral, de 1959, flagra Amácio Mazzaropi desenvolvendo a figura do caipira, seu personagem mais conhecido.

Fernanda Montenegro, em cena de "Central do Brasil" (Frame)
Fernanda Montenegro, em cena de "Central do Brasil" (Frame)

Enquanto isso, o Cinema Marginal é representado na iniciativa “A Cinemateca é Brasileira” por “O Bandido da Luz Vermelha”, de Rogério Sganzerla, longa-metragem de 1968. Enquanto isso, da década de 1970, a mostra traz “Dona Flor e seus Dois Maridos”, de Bruno Barreto. Corresponde a uma adaptação da literatura de Jorge Amado.

Representantes da retomada

Uma das obras mais importantes da chamada retomada do cinema brasileiro, nos anos 1990, também integra a programação “A Cinemateca é Brasileira”: trata-se do filme “Central do Brasil”. O longa-metragem dirigido por Walter Salles em 1998, vale lembrar, venceu o Urso de Ouro em Berlim. Não só. Do mesmo modo, também rendeu nada menos que o prêmio de melhor atriz para Fernanda Montenegro no mesmo evento. O papel ainda acrescentou, à carreira da atriz, uma indicação ao Oscar.

Outro destaque deste mesmo período é “Cidade de Deus” (2002), de Fernando Meirelles e Katia Lund. Vencedor de dezenas de prêmios nacionais e internacionais, “Cidade de Deus” foi indicado ao Oscar em quatro categorias. Até hoje, aliás, é o filme brasileiro com maior número de indicações ao prêmio da Academia. Título mais recente da seleção, “Bacurau” (2019), de Juliano Dornelles e Kleber Mendonça Filho, mistura crítica social e distopia em sua narrativa. O filme conta a história de um povoado nordestino que, subitamente, some do mapa. Sucesso de crítica e público, a obra conquistou o prêmio do júri na competição oficial do Festival de Cannes em 2019. 

Sobre a instituição

A Cinemateca Brasileira, maior acervo de filmes da América do Sul e membro pioneiro da Federação Internacional de Arquivo de Filmes – FIAF, foi inaugurada em 1949. No caso, como Filmoteca do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Virou Cinemateca Brasileira em 1956, sob o comando do seu idealizador, conservador-chefe e diretor Paulo Emílio Sales Gomes. O objetivo da instituição é a preservação das obras audiovisuais brasileiras e a difusão da cultura cinematográfica. Desde 2022, a instituição é gerida pela Sociedade Amigos da Cinemateca, entidade criada em 1962. Recentemente, ela foi qualificada como Organização Social. 

O acervo da Cinemateca Brasileira compreende mais de 40 mil títulos. Tal qual, um vasto acervo documental (textuais, fotográficos e iconográficos) sobre a produção, difusão, exibição, crítica e preservação cinematográfica. Não bastasse, um patrimônio informacional on-line dos 120 anos da produção nacional. Segundo o material da mostra, alguns recortes de suas coleções estão disponíveis no Banco de Conteúdos Culturais para acesso público. Caso da Vera Cruz, a Atlântida, obras do período silencioso, além do acervo jornalístico e de telenovelas da TV Tupi de São Paulo.

O evento faz parte do Projeto Viva Cinemateca, lançado em junho, que reúne grandes projetos da Cinemateca voltados à recuperação de importantes acervos, além da modernização de sua sede e infraestrutura técnica.  Atualmente, a mostra é realizada por meio da Lei Rouanet (Lei Federal de Incentivo à Cultura). O Projeto Viva Cinemateca conta com o Instituto Cultural Vale como patrocinador estratégico, da Shell, como patrocinadora master, e, tal qual, com o Itaú Unibanco, como copatrocinador.

Serviço

Mostra “A Cinemateca É Brasileira”

Data: de 25 a 31 de agosto de 2023
Ingressos gratuitos: www.sympla.com.br ou na bilheteria do cinema, 30 minutos antes da sessão
Local: Cine Santa Tereza – Rua Estrela do Sul, 89, Santa Tereza – Praça Duque de Caxias
Programação completa: Portal Belo Horizonte

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