Apesar da gafe histórica, cerimônia do Oscar em 2017 teve resultados contundentes e equilibrados.
E o Oscar vai para… La La Land. Não, Moonlight. Climão.
Era para ser uma homenagem a Warren Beatty. Coitado. Acabou como porta-voz da maior manota da história do Oscar ao anunciar erradamente o prêmio de melhor filme para La La Lan: cantando estações. O real vencedor foi Moonlight. O veterano deu uma empacada na hora de dizer o nome do filme mas a “partner” Faye Dunaway achou que era brincadeira e soltou o verbo.
Só depois das comemorações, já com as estatuetas na mão, que o produtor Jordon Horowitz, do então vencedor percebeu o erro. O Oscar terminou num climão geral.
https://www.youtube.com/watch?v=v3RLFhwzUgk
Ritmo de festa
O mais engraçado é que a cerimônia que terminou na maior saia justa da história começou em um clima totalmente diferente. Diferentemente dos outros anos, Justin Timberlake entrou no Dolby Theatre já cantando e colocando todo mundo para dançar. Ele estava indicado com a radiofônica Can´t stop the feeling canção da animação Trolls.
Docinhos e convidados
O apresentador Jimmy Kimmel caprichou nas gracinhas. Não bateu o recorde de simpatia de Ellen DeGeneris, mas ok, mandou bem. Distribuiu doces para a plateia e preparou uma surpresa para um grupo de turistas que visitava Hollywood. O público parece que gostou mas eu fiquei na dúvida: ele fez graça nas costas de gente simples. Acho isso delicado. No mais, foi irônico em suas intervenções e talvez quem mais colocou pedra no sapato do presidente Donald Trump.
Vitória da minoria
O Oscar que se anunciava o mais político de todos teve um resultado super contundente com todo o esforço feito para garantir a diversidade. Dar o prêmio a Moonlight é um avanço considerável. Lembrando que, grosso modo, é a história de um negro, pobre e gay. Ou seja, pura minoria. Pena que a confusão na entrega do prêmio tenha desestabilizado tanto na hora do discurso. Barry Jenkins, diretor, roteirista e diretor, nem teve chance de falar direito tamanha confusão formada.
E tom político? Leve, bem leve.
O tom de protesto dos discursos foi bem leve perto do que se anunciava. Não houve ninguém com a coragem que Meryl Streep demonstrou no Globo de Ouro. O mexicano Gael García Bernal, de improviso, deixou sua marca. “Como mexicano, como latino-americano, como imigrante, como trabalhador, sou contra qualquer muro”, disse. Antes dele, a crítica mais contundente apareceu na cerimônia por carta. O diretor iraniano Ashgar Farhadi, vencedor do Oscar de melhor filme em língua estrangeira com O apartamento mandou o recado: “Minha ausência tem a ver com o respeito que sinto pelas pessoas de meu país e pelos cidadãos de outros seis países que foram vítimas de uma falta de respeito. Assim se divide o mundo. Os diretores de cinema criam empatia e unem”.
https://www.youtube.com/watch?v=DmpCKLNs7iA