Curadoria de informação sobre artes e espetáculos, por Carolina Braga

Cercado de amigos: confira como foi o show de Milton Nascimento em BH

Quinze mil pessoas estiveram presentes na apresentação marcada por emoções e homenagens

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Foi cercado de amigos que Milton Nascimento terminou a turnê Clube da Esquina, na noite de domingo, dia 15, no anfiteatro do Mineirão. O artista estava lisonjeado. As mãos trêmulas seguiam todos compassos das músicas. Também serviu de afeto e contato com os convidado. A apresentação foi marcada por homenagens do público, que segurou cartazes, e por faixas no alto do estádio. Nelas, frases que sempre foram usadas para definir Bituca: “A voz de Deus”, como dizia Elis Regina. A noite terminiou com explosão de fogos.

Milton subiu ao palco ao som de Tudo o que você podia ser. Seguiu com grande clássicos dos dois primeiros álbuns do Clube da Esquina. A lista de convidados foi expressiva: Lô Borges, Wagner Tiso, Samuel Rosa, Flávio Venturini, Maria Rita, Maria Gadú e Criolo. Sendo assim, fechou com chave de ouro a turnê 2019 que começou em Juiz de Fora e passou por nove países. Milton fica sentado mas preenche todo o palco. Sua voz toca a alma.

Cercado de amigos

O primeiro convidado a subir ao palco ao lado de Bituca foi Samuel Rosa. Cantaram juntos Um girassol da cor do seu cabelo e outra canção. “Me considero sortudo celebrando um dos maiores discos da história mundial. Bituca, eu te amo”, disse. O cantor ainda voltou no meio do show para cobrir o intervalo da apresentação de Milton Nascimento.

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Foto: BS Fotografia / Divulgação

O segundo convidado foi Flávio Venturini. “Esse cara é meu padrinho. É uma honra estar neste dia”, disparou o cantor. Juntos, cantam Nuvem cigana. Maria Gadú também foi convidada a dividir o palco com o Milton. Cantaram Canoa canoa.

Em seguida, Bituca lembrou da mãe e de quando começou na música. “Chegou uma encomenda em casa para minha mãe. Era um violão e roubei pra mim. Treinei e fiz uma musica pra ela. Lilian. A canção não tem letra. Porque não tem palavra nenhuma que define a beleza dessa mulher”, contou. Seguiu com a canção dedicada a mãe que o adotou.

Gratidão

Depois, foi a vez de recordar da gratidão pela família Borges. “Eu morava no Rio e vim pra BH. Andando em Santa Tereza encontrei o Lô Borges. Fomos para um bar. Pedi uma caipirinha e ele uma também. Nesse dia descobri que ele não era uma criança. Venha cá, meu amigo”, chamou Lô. Criolo veio em seguida. Com ajuda do amigo, Bituca tocou piano. Em um outro momento do show, sanfona.

Maria Rita subiu ao palco chorando. Fez bonito ao cantar Nada será como antes e Encontros e despedias. Milton lembrou da mãe da artista, Elis Regina, que foi grande parceira. Wagner Tiso, um dos primeiros parceiros de estrada foi o último a subir ao palco. Tocou piano ao lado de Milton Nascimento. Ao final, todos os artistas retornaram ao palco e cantaram Paula e Bebeto e Nos bailes da vida.

 

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Francisca e Emília não contiveram à emoção durante o show – Foto: BS Fotografia / Divulgação

Emoções

Colocada na grade do palco a professora Francisca Monteiro não conteve a emoção e cantou todas as letras. “Milton significa tudo para mim. A evolução na música e em tudo. Ele foi um divisor para Minas. Depois dele o estado teve destaque na música popular brasileira”, conta.

Emília Fidelis, de 60 anos, deixou a mãe doente em Diamantina para conferir o show. Se apaixonou pelo artista quando o viu pela primeira vez, ela tinha 17 anos. “Foi na catedral de Diamantina, na década de 1970. Amor à primeira vista. Amei o show. Muitas emoções”, salienta.

Nos bastidores

“No camarim Milton pede paz”, brinca Henrique Chaves, da SW Entretenimento. Empresa responsável pelo evento. São bem simples os pedidos do camarim de Bituca. Na lista de alimentação, as frutas estão em destaque. Atento à saúde, pede que nada com açúcar seja servido no camarim e que o pão de queijo e outros pães sejam sem glúten. Entre os salgados, esfiha de carne, quiche e empadas de frango e queijo. Para beber água com e sem gás, coco verde natural para furar na hora, suco de uva integral, tudo sem gelo.

Mais de 1450 pessoas foram envolvidas no trabalho. O palco teve 8×16 metros e duas telas laterais de LED com 5×4 metros. No fundo, uma ilustração inspirada na capa do álbum Clube da Esquina.

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Todos os artistas equipe no palco no fim do show – Foto: Thiago Fonseca / Culturadoria

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