Projeto No Caminho da Chula e da Capoeira – Barreiro, que reúne Capoeira Angola e Samba Chula, tem primeira edição neste mês de novembro
Neste final de semana, dias 11 e 12 de novembro, o Viaduto das Artes, localizado na região do Barreiro, em Belo Horizonte, recebe a primeira edição do projeto No Caminho da Chula e da Capoeira – Barreiro, que reúne Capoeira Angola e Samba Chula. Buscando fazer a ligação da comunidade com a ancestralidade impregnada tanto na capoeira quanto no samba, as atividades serão ministradas por mestres de grupos da Bahia e de Minas Gerais, Tal qual, serão oferecidas ações formativas e apresentações de Capoeira e Samba Chula
Segundo o mestre em capoeira, educador, músico e um dos organizadores do evento, Marcos Buraco, o objetivo é contribuir com o intercâmbio cultural entre Bahia e Minas Gerais. Assim, proporcionando ao público, com a temática do evento, partilhar a manutenção da oralidade passada pelos ancestrais. “A capoeira Angola tem o compromisso de preservar a tradição, a história e está ligada a capoeira desenvolvida pelos nossos antepassados, ligada a nossa ancestralidade. O Samba Chula é do Recôncavo Baiano, está ligado ao início do samba, com viola machete, prato, atabaque, uma tradição ligados aos antepassados, passada de geração em geração”, explica Marcos Buraco.
Oficinas
Para as oficinas de música e instrumentos, o grupo Poder do Samba, de São Francisco do Conde, no Recôncavo Baiano, foi convidado. Do mesmo modo, também será o responsável pela realização da roda de Samba Chula. “No evento, eles vão ensinar a tocar violão, cavaquinho, instrumentos de percussão, jeito de sambar, da estrutura da roda. É realmente uma vivência que o Poder do Samba vai aplicar durante os dias de atividades”, comenta Marcos.
Marcos Buraco revela que no caminho dos seus estudos musicais e da capoeira, se conectou com algumas pessoas que estavam na mesma caminhada, nos mesmos estudos como o Contra Mestre Tucano, que será o responsável pela oficina de Musicalidades da capoeira, explicando sobre berimbau, pandeiro, atabaque e cantigas, Tucano faz parte do Bando Maré de Março, que sugeriu fazer contato com o Mestre Jaime do Eco.
“Esse projeto é uma extensão de um projeto que ele [Mestre Jaime] tem na Bahia, com o mesmo nome, No Caminho da Chula. Marcos ainda ressalta que o projeto é muito mais que apresentações ou oficinas oferecidas durante um final de semana. “É para levar pra vida, para vivenciar mesmo. O público vai conversar com mestres, aprender sobre Samba Chula, Capoeira Angola, trocar saberes e conhecer histórias legais que remetem aos nossos ancestrais”.
Samba Chula e Samba Corrido
Mestre Jaime do Eco, responsável pela Vivência de Canto Samba Chula no evento, ressalta a importância de carregar a história do Samba Chula e do Samba Corrido. Ele lembra que é a segunda viagem do grupo para fora da Bahia – a primeira foi para São Paulo. “Vamos levar essa história e esse legado para Minas Gerais. Assim, uma das nossas maiores alegrias é poder levar esse conhecimento a essas pessoas e dar continuidade à nossa história. Primeiramente, eu sou continuidade nas raízes da minha avó, nas raízes do meu pai. Desse modo, o nosso sonhos é que amanhã, quando a gente não estiver mais aqui, tenham outras pessoas para falar dessa história. Assim como minha avó e meu pai não estão mais aqui, mas eu estou dando continuidade”, analisa.
“Em primeiro lugar, vale dizer que a gente vai pra BH com o coração muito alegre. Ao mesmo tempo, a gente está levando muita coisa que a gente possa deixar aí para que vocês possam ser descendentes dessa ancestralidade dos mais velhos, dos mestres e mestras. Enfim, dessa cultura, dessa marca que é Samba Chula e o Samba Corrido”, acrescenta.
Linha do tempo
Mestre Jaime faz uma linha do tempo e relembra que o Samba Chula e o Samba Corrido vieram a partir dos negros escravizados, assim como a grande maioria da cultura brasileira. “O ‘Semba’ chegou ao nosso território baiano através dos nossos irmãos e irmãs negros, escravizados, e os nossos mestres e mestras conseguiram criar o samba chula amarrado. Então, a gente vamos levar o samba que mais tem doutrina, que mais tem lei, que mais tem regra, mas também aquele samba que, para você sambar, precisa escutar melodia”, finaliza.
As pessoas que tiverem interesse em participar das oficinas podem se inscrever através do formulário: https://linktr.ee/chulaecapoeirabarreiro. Para saber mais informações sobre o evento, podem ser acessadas pelo Instagram do Chula e Capoeira Barreiro. No Caminho da Chula e da Capoeira – Barreiro é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte e tem patrocínio da SmartFit.
Serviço:
No Caminho da Chula – Evento de Roda de Capoeira Angola e Samba Chula
Até 12 de novembro
Sexta-feira – das 18h às 22h
Sábado – das 8h às 22h
Domingo – das 8h às 20H
Viaduto das Artes – Av. Olinto Meireles, 45 – Barreiro, Belo Horizonte
Programação:
11/11
08h às 11h
Aula de capoeira com contra Mestre Paulo
14h às 16h
Roda de conversa saberes do Samba Chula – Grupo Poder do Samba
16:30h às 18:30h
Vivência prática de percussão – Mestre Jaime do Eco
19h às 21h
Instrumentos de corda, prato e Sambadeiras – Mestre Jaime do Eco e Mestra Dulce do prato
21h
Festa Samba Chula
12/11
8h às 11h
Musicalidade da capoeira – contra Mestre Tucano Bando Maré de Março (Ribeirão das Neves)
14 às 16h
Vivência de Canto Samba Chula – Mestre Jaime do Eco
16:30 às 18h
Encerramento com roda de Capoeira e Samba Chula.