Curadoria de informação sobre artes e espetáculos, por Carolina Braga

“Eu Capitu”, texto inédito de Carla Faour, faz temporada no CCBB BH

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O clássico “Dom Casmurro”, de Machado de Assis, ganha um olhar feminino, que resulta em “Eu Capitu”, peça teatral que chega agora a BH

Um cânone da literatura brasileira ganha, agora, uma nova leitura no palco, direcionada por um olhar feminino. O clássico em questão é “Dom Casmurro”, de Machado de Assis, romance publicado originalmente em 1900 e que, no curso do tempo, já foi transportado para várias esferas artísticas, como o cinema ou a televisão. Já a montagem teatral a que nos referimos é “Eu Capitu”, que inicia temporada na capital mineira a partir desta sexta-feira, dia 4 de novembro. A dramaturgia é assinada por Carla Faour, enquanto a direção artística, por Miwa Yanagizawa. Conforme o próprio material enviado à imprensa sustenta, “a força do coletivo feminino se expande para todas as esferas da montagem, com mulheres em cena (as atrizes Flávia Pyramo e Mika Makino)”. Tal qual, na maioria da equipe criativa.

“Eu Capitu” faz temporada no Teatro I do Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte (CCBB BH) a partir desta sexta-feira, dia 3 de novembro, e até o dia 20 deste mês, com sessões de sexta a segunda, às 20h. No dia 4 de novembro, ou seja, sábado, a sessão vai contar com acessibilidade em Libras. Tal qual, haverá uma “roda afetiva de conversa com a equipe”, ao final do espetáculo. Também no dia 4, será ministrada a Oficina “Eu Outra”, com a diretora Miwa Yanagizawa. E no dia 11 de novembro, acontece uma oficina de produção, com o idealizador e diretor geral da montagem, Felipe Valle. As oficinas, vale dizer, são gratuitas.

Cena do espetáculo "Eu Capitu", que ocupa o Teatro I do CCBB BH (Daniel Barboza/Divulgação)
Cena do espetáculo "Eu Capitu", que ocupa o Teatro I do CCBB BH (Daniel Barboza/Divulgação)

O espetáculo

No palco, as atrizes encenam uma história que se passa no Brasil atual. A personagem Ana é uma adolescente que vivencia um ambiente de tensão doméstica em casa. Desse modo, acaba presenciando o fim de um relacionamento abusivo da mãe, de nome Leninha. Leninha, por sua vez, começa a experimentar novas experiências com o término. Enquanto isso, a menina – cuja leitura de “Dom Casmurro”, pedida pelo colégio onde estuda, segue incompreendida – mantém o hábito de se isolar em um mundo imaginário. Aliás, é neste refúgio que encontra uma mulher misteriosa. Aos poucos, fica claro se tratar da própria Capitu.

No material de divulgação, Carla conta que de início entendeu que não queria uma peça realista. “Se o assunto era muito duro e pesado, eu queria falar de uma forma doce e lúdica, com a criação de um universo simbólico e metafórico”, resume. “Assim, no texto, o universo todo está na perspectiva desta menina, que sai da infância e entra na adolescência. Logo, um momento de extrema vulnerabilidade. Desse modo, ela tenta entender as opções da mãe, o que é ser mulher e também o próprio livro de Machado de Assis”, comenta a autora.

Direção

A direção de “Eu Capitu”, por Miwa Yanagizawa, foi criada em um processo guiado pelo olhar, pelas múltiplas perspectivas e pela intensa troca com todas as artistas da equipe do espetáculo: “Assim, nos interessa instigar o olhar da plateia, convidá-la a imaginar outras possibilidades narrativas, tomar consciência das coisas se valendo de mais de uma perspectiva. Portanto, juntas, levantamos questionamentos e nos apropriamos deles para desdobrá-los, em vez de buscar soluções definitivas”.

Desse modo, prossegue a diretora, é mais sobre apreciar fazer mais perguntas e dar abertura para uma cena menos linear e acabada em que a pessoa que assiste também colabora. Desse modo, na medida em dialoga com o espetáculo “Eu Capitu”, “fazendo uso de seus poderes de observação, raciocínio, imaginação e compreensão tornando-se também uma intérprete”, analisa a diretora.

Oficinas

Oficina “Eu Outra”
Ministrante: Miwa Yanagizawa
A oficina busca a construção de fricções entre narrativas pessoais e ficcionais a partir de objetos afetivos escolhidos pelas participantes.
Data: 04/11 (sábado)
Local: CCBB BH
Horário: 14h às 17h
Duração: 3 horas
Capacidade: 15 pessoas
Público-alvo: Artistas, estudantes de teatro
Inscrições:

Oficina de Produção

Ministrante: Felipe Valle – Produtor e Gestor Cultural
A oficina é voltada para artistas, produtores e fazedores de cultura de modo geral e abordará os passos para a criação, planejamento e elaboração de um projeto cultural, tais como apresentação, objetivos, justificativa, cronograma, público-alvo, contrapartidas, plano de divulgação, democratização do acesso e orçamento.
Local: Teatro I
Data: 11/11 (sábado)
Horário: 14h às 17h
Capacidade: 262 vagas
Público-alvo: Artistas, produtores, gestores, estudantes em artes e interessados.
Inscrições: https://bit.ly/OficinaProducaoBH

Serviço

Espetáculo: “Eu Capitu”

Data/Horário: de 3 a 20 de novembro, sexta a segunda, às 20h.
Local: Teatro I do Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte – CCBB BH (Praça da Liberdade)
Ingressos: R$ 30 (inteira) – R$ 15 (meia-entrada). Disponíveis em ccbb.com.br/bh e na bilheteria do CCBB BH
Sessão com Libras e bate-papo após o espetáculo: 4/11 (sábado)
Classificação: 14 anos | Duração: 90 min
Clientes BB têm direito à meia-entrada na compra com Cartão Ourocard.
Mais informações: 31 3431 9400 – bb.com.br/cultura
Facebook: /ccbb.bh | Twitter: @CCBB_BH | Instagram: @ccbbbh

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