Caetano Veloso e Maria Bethânia se apresentaram no Mineirão na noite do dia 07 de setembro. Repertório e conexão entre os irmãos marcou qualidade do show
Por Carol Braga
A experiência de um show de grandes proporções é sempre única e demanda esforço, claro. Nunca é simples chegar… sair. A intensidade do perrengue vai depender de fatores como o horário em que você saiu de casa, o trânsito até o evento, o local de onde verá o show. Além disso, a experiência também será singular principalmente porque vai refletir a bagagem que você carrega, a sua relação com o artista e as expectativas que tem para aquele momento.
Nesse sentido, posso dizer que minha experiência no show de Caetano Veloso e Maria Bethânia superou o que eu esperava. Foi fácil chegar? Não. Foi simples sair? Muito menos. Mas valeu cada segundo dos 120 minutos do espetáculo que os irmãos entregaram no Estádio Mineirão na noite deste 7 de setembro.
O show
Depois me conta o que você achou, mas eu percebi uma Bethânia mais feliz e leve no palco. Caetano, um pouco mais tenso. Independentemente dessas individualidades, acordei pensando em como é bonito vê-los se completar em cena.
O setlist do show tem mais de 30 músicas, que narram a história deles. Das origens em Santo Amaro às amizades, com merecida homenagem a Gal Costa. Hits de cada um marcaram presença, porém, tudo muito equilibrado e, sobretudo, bem escolhido.
Se Caetano cantou cinco músicas sozinho no palco, Maria Bethânia também apresentou outras cinco. Preciso confessar que foi esse set dela que mais me arrebatou, sobretudo Brincar de Viver, uma composição de Guilherme Arantes lançada em 1983. Neste sábado, não tive dúvidas: para mim, Bethânia é a maior cantora da música brasileira.
A experiência
Lógico que a experiência do show em um grande estádio é diferente. Em um teatro é melhor? Claro. Mas gostei de experimentar a dimensão, a grandiosidade deles e como conseguiram preencher tudo, absolutamente tudo. Inclusive a distância que eu estava do palco.
Do meu ponto de vista, Caetano e Bethânia pareciam miniaturas no horizonte. Mas foi incrível como o espetáculo visual – excelentes captações de câmeras, cortes nas projeções, cenários contribuiu para que essa sensação quase desaparecesse. A conexão que eles estabeleceram com o público transcendeu a distância.
No fim das contas, assistir a Caetano e Bethânia juntos no palco foi mais do que presenciar um show. Foi viver um encontro histórico, daqueles que a gente leva pra vida toda. Obrigada!