O clima de celebração que normalmente reina na Mostra de Cinema de Tiradentes foi quebrado na tarde desta sexta (25). A notícia sobre o rompimento da barragem em Brumadinho abalou todo mundo. “Não tem como não ficar triste diante de uma coisa dessas”, comentou Raquel Hallak antes de iniciar o balanço da 22a edição do evento.
Com estrutura já consolidada, a maior novidade apresentada no tradicional encontro com a imprensa foi o anúncio da inauguração da Casa da Mostra em BH. A abertura está prevista para abril, em espaço no bairro Serra. Em síntese, o objetivo é oferecer cursos em diversas áreas da cadeia do cinema, inclusive da técnica. “A ideia é fazer parceria com a indústria”, comentou.
A inauguração da Casa da Mostra confirma o discurso defendido na abertura do Festival de Tiradentes. Falou-se muito sobre o papel do cinema dentro da indústria criativa. De acordo com Raquel Hallak, é importante ter cada vez mais “posicionamento de mercado”.
Perspectivas
Mesmo que o clima seja de apreensão na cultura em relação ao futuro dos mecanismos de fomento, Raquel Hallak diz não se deixar abater. “O que me move é um certo desconforto”, afirma. Dessa maneira, a coordenadora confirmou a realização da Cineop e da CineBH, outros eventos promovidos dentro do programa Cinema Sem Fronteiras, mesmo com indefinições de patrocínios. De acordo com Raquel, o momento será de explicar para os novos governantes a relevância da cultura para os cidadãos e para a economia. “Vamos dar nossos recados. É um diálogo novo”, resumiu.
Equipe curadoria
Durante a Mostra de Cinema de Tiradentes o coordenador da curadoria, Cléber Eduardo anunciou oficialmente a saída da equipe. Ele ficou 13 anos no cargo. Sobre a mudança, Raquel Hallak disse que a transição curatorial já vinha sendo trabalhada. Nesta edição, por exemplo, fizeram parte da equipe curatorial, a jornalista Camila Vieira, a pesquisadora Lila Foster, o professor Pedro Maciel Guimarães, a realizadora Tatiana Carvalho Costa e o crítico Victor Guimarães. A coordenação foi de Cléber Eduardo.
“A gente vai trabalhar a equipe e não mais um curador”, disse Raquel Hallak. Tanto a Mostra de Tiradentes, como os festivais de Ouro Preto e de Belo Horizonte seguirão o mesmo formato.
A equipe do Culturadoria viajou a convite da Mostra de Cinema de Tiradentes.
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