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BH in Solos e Curta Dança: teatro, circo e dança tomam conta da cidade nos próximos dias

Eventos têm espetáculos, oficinas, bate-papos e ocupam diversos espaços da capital mineira
bh in solos

Espetáculo Atendendo a Pedidos, de Robson Vieira Foto: Patrícia Ferreira / Divulgação

Além da tradicional agenda cultural agitada, este fim de semana, em especial, será o derradeiro para dois eventos que procuram verticalizar a pesquisa em duas áreas específicas. No caso, a mostra BH in Solos aborda a comédia e tem ainda o Festival Internacional Curta Dança. Ambos surgem de iniciativas independentes de artistas que, por não conseguirem se adequar aos sistema de editais e afins, decidiram bancar os próprios eventos. E eles seguem com força!

O riso é um movimento espasmódico que pode levar uma pessoa à catarse. Tendo isso como base, Robson Vieira realiza a sexta edição da BH in Solos, mostra de espetáculos cênicos individuais, com o tema Rir também é resistir. O objetivo é fomentar a produção e difusão de apresentações com uma única pessoa em cena.

Essa ideia nasceu do desejo de circular os meus solos enquanto artista. Eu via que os festivais não abarcavam o formato e nunca conseguia me inscrever”, explica Robson Vieira, idealizador e curador da BH in Solos. Foi, então, que ele resolveu fazer o próprio festival e acabou se consolidando como um dos poucos projetos no Brasil com essa ideia. 

Falta de apoio público

É desde 2013, que o artista Robson Vieira busca apoio de leis de incentivo para realizar o BH in Solos, “mas apenas duas vezes eu consegui aporte financeiro”, desabafa. Todas as outras vezes precisou contar com parcerias para a realização da mostra. Em 2019, por exemplo, conta com o Sesc e o Sesi. As apresentações são realizadas no Teatro de Bolso do Sesiminas (R. Álvares Maciel, 59, Bairro Santa Efigênia) e no Teatro de Bolso do Sesc Palladium (Av. Augusto de Lima, 420, Centro). Os ingressos custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

O tema

“A gente pode ter a ideia de que a comédia é menor no teatro, mas eu busco desmistificar esse ponto de vista e mostrar que o riso vai muito além”, comenta Robson Vieira. Só para exemplificar o seu ponto de vista ele fala sobre o Porta dos Fundos, que ganhou o Prêmio Emmy Internacional de Melhor Comédia. A premiação foi concedida por causa do especial de natal Se beber, não ceie para a Netflix. A produção provoca religiosos ao mostrar apóstolos acordando de ressaca depois da última ceia.

Em 1991, Robson começou a pesquisar o cômico nas artes cênicas. Isso resultou na programação do BH in Solos, que traz palhaços e artistas do teatro.

Destaques da programação

Em primeiro lugar o destaque vai para a peça Minha mãe é uma comédia, de Beto Sorolli. No dia 6 de dezembro, às 20h, no Sesiminas, o ator faz uma reflexão descontraída e afetiva sobre a vida de Catarina, que precisa seguir em frente depois de uma traição. Ainda no Sesiminas, desta vez no domingo às 20h, Maikon Sipriano leva Shakespeare para o Morro do Papagaio. A comédia ácida com os personagens Otelo, Desdêmona, Cássio e Iago transformados em Othélio (nome do solo), Mona, Cassim e Tiago, aborda a impunidade, o feminicídio, o racismo e a violência.

Robson Vieira também se apresenta na mostra no dia 12 de dezembro com o espetáculo Atendendo a pedidos. A narrativa convida o público, de forma irônica, cômica e trágica, a redimensionar crenças e responsabilidades. Ou seja, rever como cada um lida com as relações. A apresentação é no Sesc Palladium. No dia 14, é a vez do comediante Edgar Quintanilha subir ao palco com Sexo – a ideia fixa da humanidade, onde conta a história do sexo. A narrativa vai desde a pré-história até a contemporaneidade. A intenção é fazer o público refletir sobre um assunto que ainda é tabu. 

 

Foto: Lucas Iago / Divulgação

Festival Internacional Curta Dança

Os próximos dias também são de dança na capital Mineira. Oficinas, mesa de debate, café de interação e, claro, apresentações artísticas é a proposta de programação do Festival Internacional Curta Dança, que é realizado em Belo Horizonte até 10 de dezembro em 5 espaços da cidade. A mostra surgiu como uma alternativa aos grandes festivais, que têm como objetivo fazer apresentações competitivas.

“Aqui, a nossa ideia é fazer com que as pessoas mostrem o seu trabalho da melhor forma possível sem que seja preciso escolher qual é a melhor para levar um prêmio específico”, esclarece Cris Diniz, que pediu para ser identificado como curadore e idealizadore do projeto. Ele solicitou essa nomenclatura já que tem o gênero fluido. O termo é utilizado quando a pessoa se identifica de forma variada, algumas vezes cis, outras com diferentes gêneros, indefinidos, nenhum e por aí vai. 

Café com Trocas e Programação

A criação da rede de contatos (Café com Trocas) vai ter um local especial para ser realizada: o Centro de Referência da Juventude (R. Guaicurus, 50, Centro de BH). O encontro entre entre artistas, produtores, gestores, programadores e interessados para intercâmbios e parcerias vai ser em 7 de dezembro, das 15h às 18h. 

A programação é realizada em cinco espaços da cidade. São eles: Teatro Marília – Av. Prof. Alfredo Balena, 586 – Santa Efigênia; Centro de Referência da Juventude – Rua Guaicurus, 50 – Centro; Espaço Aberto Pierrot Lunar – R. Ipiranga, 137 – Floresta; Espaço Morada – R. Rio Grande do Sul, 1029 – Santo Agostinho e Espaço Cafuá – R. Brasília, 417, Carlos Prates.

Também estão sendo realizadas oficinas e bate-papos para aprofundar no tema da dança. Entre elas a oficina Gestão para dança, que está sendo ministrada pela paraguaia Alejandra Días, e Diálogos contínuos – biografia de um corpo mestiço em movimento, que fica sob responsabilidade da boliviana Dana Isabel Piedrahita. O foco é a discussão sobre o corpo mestiço da Colômbia. A presença de nomes estrangeiros é resultado da parceria da mostra Curta Dança com o Corredor Latinoamericano de teatro, que começou na última edição. Rubia Romani, de Curitiba, foca em um workshop oferecido para mulheres. A Oficina Burlesco é dedicada àquelas que desejam descobrir outras potencialidades do corpo, explorar movimentos distintos e desconstruir padrões. A técnica utilizada é teatro, dança e o burlesco. 

Programação

“A programação foi dividida de forma que o público tenha contato com diferentes técnicas e estéticas. Por isso os temas são mesclados e os espetáculos bem diferentes entre si durante a realização do evento, como flamenco, hip hop e dança de salão”, conta Cris Diniz. Sendo assim, para os próximos dias ainda dá tempo de conferir os espetáculos. O destaque vai para VACI(j)A VACÍA de UNA sujeta múltiple de Dana Isabel Jane Piedrahita (Medelin), que usa a técnica da dança contemporânea; para Sopa de Papel, do Colectivo Carretel (Bogotá), que usa a dança teatro; e para Garra, do Núcleo Eus – Etnografias Urbanas Subversivas de Salvador. O grupo coloca em foco a dança negra e as suas vertentes. As apresentações são realizadas nos dias 7 e 9 respectivamente.

Serviço

O BH in Solos é realiza de 5 a 15 de dezembro no Sesiminas e no Sesc Palladium. Os ingressos custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). [COMPRE AQUI]

O Curta Dança é realizado em parceria com o Corredor Latinoamericano de teatro, que vai permitir a presença de artistas do Paraguai e da Colômbia, por exemplo. O projeto é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de BH com patrocínio da MGS. Compre aqui e veja a programação completa

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