
É nítido o crescimento de monólogos nos últimos anos pelo Brasil afora. Da mesma forma, o cenário em Belo Horizonte não é diferente. Com o intuito de fomentar essa produção o Galpão Cine Horto inaugura nesta quinta-feira, dia 17, a Sala ‘Solo’. O espaço pioneiro na cidade pretende acolher e ajudar a dar corpo à produção de monólogos. A inauguração será com o espetáculo “Ciclos”, de Rita Maia sob a direção de Juliana Pautilla, do Grupo Teatro Invertido.
“Nossa iniciativa busca dar resposta e fomentar a forte onda de produção de monólogos. Dessa forma, adaptamos um espaço que já tínhamos. Colocamos iluminação, som, cadeiras e montamos a sala. Assim, esperamos fomentar as produções de artistas que não possuem espaços para o amadurecimento dos espetáculos. Ainda tentar dar uma resposta à crise cultural”, explica Chico Pelúcio, diretor do Galpão Cine Horto.
Segundo Pelúcio, muitos atores e atrizes viram no monólogo a oportunidade de chegar ao espectador, diante de várias limitações que nos têm sido impostas. “A primeira limitação vem da crise de financiamento e patrocínios para as montagens. Um outro aspecto é a urgência desses atores e atrizes de pesquisarem e falarem de temas próprios de sua existência artística, o que os trabalhos coletivos nem sempre dão conta de viabilizar. A saída é produzir monólogos”.

Sala Solo – Foto: Galpão Cine Horto
A sala
Idealizada dentro do conceito de teatro de bolso, a sala está em uma área adaptada no segundo andar do Galpão Cine Horto. Terá capacidade para 22 pessoas. As peças ocuparão horário fixo, no início da noite, 18h ou 19h, uma vez que, não impacta o funcionamento dos outros três espaços do Cine Horto. Antes mesmo de ser inaugurada, a sala está com agenda fechada até outubro.
A inciativa, ainda segundo Pelúcio, é uma conquista de persistência do Galpão Cine Horto de manter a porta aberta durante 20 anos. Além da inauguração do espaço, o Cine Horto conta com diversas atividades de fomento ao teatro e a cultura. Só em 2016 foram desenvolvidos no espaço 20 projetos. Por exemplo, o Festival de Cenas Curtas. Uma novidade que vem junto com a inauguração da sala é a oficina “Dirigindo Monólogos”. Quem comandará as aulas é o o diretor carioca Daniel Herz, nos dias 26 e 27 de maio.
Com vinte vagas, o curso recebe inscrições para ouvintes ou participantes. A oficina pretende, através de exercícios, aprofundar a visão do ator sobre a cena não naturalista. O domínio do ritmo, o conhecimento da energia e o redimensionamento do espaço. Uma proposta, que de acordo com Pelúcio, faz parte da política do espaço de levar formação, conversa e processo colaborativo.
Programação
“Ciclos” abre as atividade da sala e por lá fica em cartaz de 17 de maio a 3 de junho, das quintas a sábado às 19h e domingo às 18h. Em junho o espaço ainda receberá três montagens: “A Mulher que Andava em Círculos”, do Grupo Mayombe, com direção de Sara Rojo e interpretação de Marina Viana, de 8 a 10. “Um Anjo Passando Aqui”, concebida e interpretada por Lenine Martins, de 14 a 24. Também “Prisioneiro 14/07”, com criação e atuação de Letícia Castilho, do dia 29 a 1° de julho.