Carolina Braga e Larissa Vasconcelos
Quem compareceu à Praça da Estação para ver o encontro entre Jorge Ben Jor, Skank e Céu dificilmente saiu de lá conhecendo algo novo. Foram quase três horas de show. Foram quase 180 minutos de hits ininterruptos. Se não teve novidade, sobraram constatações. Que força é essa que o repertório de Jorge Ben Jor tem? Precisa de prova maior sobre a relevância da homenagem?
Desde o lançamento de Samba esquema novo (1963) Jorge Ben Jor acumula canções que entraram para a trilha sonora de qualquer brasileiro. Skank e Céu só sublinharam isso, cada um à sua maneira. Era tanta música para tocar que ficou faltando aquele momento de bate-bola entre artista e plateia. Ok, ok… Jorge Ben não é muito de fala. Bastava olhar para ele e entender: tudo aquilo ali estava ao agrado.
O show
Como esperado ‘Nivea celebra Jorge Benjor’ foi tão animado, colorido e cheio de energia tal como é o repertório do homenageado. Skank abriu a maratona com O dia que o sol declarou seu amor pela terra (1981). Impressionou o quão a vontade Samuel Rosa estava com o repertório. Nas versões da banda mineira havia tanto a marca de Ben Jor como a do Skank.
Céu logo apareceu para cantar junto com os mineiros País tropical (1969). Classicão! Super elegante – e iluminada – em um vestido azul brilhante, marcou mais pela postura no palco do que pela extensão vocal. Não foi algo exclusivo do show em BH. Na estreia do projeto, em Recife, o Diário de Pernambuco contou que a cantora ainda procurava um tom. A busca continua.
Marcado para 16h30 o show começou só um pouquinho depois disso. Terminou às 19h30. Ufa! Ao todo foram 27 canções. Jorge Ben Jor e a banda do Zé Pretinho entraram na 14a e ali ficaram até o final. Jorge da Capadócia (1975) marcou a entrada deles. Antes disso tivemos Que Pena, Balança Pema, Oba, la vem ela, Menina mulher da pele preta dentre outras. Oé oé faz o carro de boi na estrada foi apresentada por Samuel Rosa como a composição “mais mineira desse carioca da gema”.
ESTRUTURA
Um dos diferenciais do evento foi o palco. Pareceu bem maior do que os outros montados na Praça da Estação, com um gigantesco painel de led, dividido em sete partes. Uma grande central e sete nas laterais. As imagens estavam em sintonia total com ritmo das canções e a temática. A diretora artística do espetáculo aproveitou para colocar na tela a paixão do homenageado pela sétima arte.
A noite caiu e com ela as cores da celebração de Jorge Ben Jor ficaram mais marcantes. Os tons predominantes eram branco e azul, uma referência óbvia à marca do patrocinador. Não vamos esquecer: a bela homenagem é também uma grande estratégia de marketing.
Foram poucos os momentos de respiros entre uma canção e outra. Nas breves pausas de uma música para outra foi marcado por gritos de indignação com a situação política do país, como por exemplo “Fora Temer”, mas não foi incitado em momento algum pelos artistas.
A sensação de quem saiu do evento e é que não tinha como dar errado, um show, num fim de tarde de domingo, com som e luzes impecáveis e grandes sucessos. Sensação de tempo ganho. Tempo bem gasto.
[culturadoriaads]
Repertório
- O dia em que o sol declarou seu amor pela terra
- País Tropical (Skank e Céu)
- Cabelo (Skank e Céu)
- Que Pena (Skank e Céu)
- Oé oé faz o carro de boi na estrada (Skank)
- Oba, Lá Vem Ela (Skank)
- Balança Pema (Skank)
- Menina mulher da pele preta (Skank)
- Minha Teimosia, Uma Arma pra te Conquistar (Skank)
- Os alquimistas estão chegando (Skank e Céu)
- O telefone tocou novamente (Skank e Céu)
- Chove Chuva (Skank e Céu)
- Xica Da Silva (Skank e Céu)
-
Jorge da Capadócia (Skank e Céu)
- Cadê O Penalty? (Skank)
- A banda do Zé Pretinho
- Que Maravilha / Magnólia / Ive Brussel
- Quero toda noite
- Santa Clara Clareou / Zazueira / A Minha Menina
- Por causa de você, menina
- Mas que Nada
- Zumbi / Bebete Vambora / Take it Easy My Brother Charlie (Céu)
- W/Brasil (Céu)
- Umbabarauma / Fio Maravilha (Skank)
- O Homem Da Gravata Florida (Skank e Céu)
- Taj Mahal (Skank e Céu)
- País Tropical / Spirogyra Story (Skank e Céu)