A pauta mais falada dos últimos dias, a greve dos caminhoneiros, foi o primeiro assunto a ser tocado no bate-papo musical com Toni Garrido, no UniBH Campus Aberto, na noite desta sexta-feira, dia 25. Foi o vice-reitor, Rafael Ciccarini, que abordou o temam que também foi lembrado por Toni. O cantor ainda falou sobre a sua história, carreira, preconceito, problemas da sociedade, e claro, cantou alguns dos seus sucessos.
Ciccarini reforçou que a instituição achou melhor não cancelar a programação por causa da greve e que a vida tem que continuar. Ainda reforçou a proposta do evento que é unir cultura e educação. Mesmo com a cidade em caos, o público compareceu em peso.
Júlio Diniz, especialista em música, foi quem conduziu o bate-papo. A idealização do projeto também é dele. A proposta é realizar uma conversa com o artista ao vivo e com a participação do público. “Chamei alguns cantores que eram meus amigos e começamos o projeto. Nessa conversa, o artista conta sobre sua trajetória, os prós da carreira e ainda dá dicas para quem quer se tornar artista. Mas, o grande barato é a interação com o público”, conta Júlio.
Talk show
E justamente essa interação que fez o evento ser ainda mais emocionante. A forma como o palco foi montado também contribuiu para o clima intimista da conversa. Sabe aquelas que parece que você está na sala do seu amigo? Pois é, foi meio que isso.
Antes de falar sobre sua carreira, cantou ‘A Estrada’. A infância pobre, a ida para a casa da família Garrido, o primeiro contato com a música e com o teatro foram lembrados pelo artista. Um dos pontos chave da conversa foi o preconceito a discriminação que passou na vida e vê até hoje. Falou sobre suas formações e até brincou em voltar a estudar educação física no UniBH. Mesclou os assuntos com as músicas ‘Girassol’, ‘A Sombra da Maldade’, e ‘Azul a Cor do Mar’, de Tim Maia.
Sociedade
Novamente os problemas da sociedade atual foram colocados na conversa. Júlio disse que edução não se separa de cultura. Já Toni, argumentou que o país precisa voltar a se encontrar. “Algumas coisas estranhas estão acontecendo no Brasil. Falta a sociedade ser feliz. As pessoas ajudarem o próximo sem olhar a quem. O que falta nas pessoas é entender o que está acontecendo”. O cantor ainda falou sobre o impacto da escravidão nos dias hoje. Ainda falou sobre política e ética. Esse tipo de discurso no evento que é interessante, ainda mais por ser dentro de uma universidade.
Em ‘Girassol’ Toni contou a história da música e do momento em que ele percebeu que ela tocava as pessoas. “Fiz essa canção após a esposa de um amigo meu sofrer um aborto espontâneo. Eles estavam tristes, passei em um floricultura, comprei um girassol e levei até a casa deles. No outro dia, meu amigo me liga e disse que a esposa estava emocionada e feliz com o presente. Que a tristeza tinha ido embora. Refleti aquela história e escrevi a música”.
Interação com o público
Durante todo o evento Toni brincou com o público dizendo que estava bebendo caldo de cana. Uma fã duvidou, foi até o palco confirmar: realmente era. Ainda ganhou o copo cheio da bebida. Toni continuou com as músicas. Pegou o violão e puxou ‘Podes Crer’. Do futuro, o cantor revelou seu novo projeto solo ‘Noites de Orfeu’. Uma extensão musical do teatro e do filme em que participou.
Quando Júlio abriu espaço para a interação do público. Foi uma festa! Um homem pediu para Toni cantar ‘Não Vá’, música gravada com Sandra de Sá, que dedicaria a namorada, que estava ao lado. O artista não só cantou como foi até ao casal dançar. Daí em diante o povo foi à loucura. Logo saíram das suas cadeiras e foram para a frente do palco.
Toni abraçou fãs. Cantou ‘Sou Você’, ‘ Me Chama e novamente ‘Estrada’. Para finalizar, ainda perguntou quem da plateia gostaria de cantar uma música. Logo um rapaz se prontificou, cantou e tocou ‘Tempo Perdido’.