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Viver só de música em BH? Leo Moraes, d’A Autêntica, te explica como

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Autêntica

Por Mariana Peixoto

Viver exclusivamente de música desde sempre foi o sonho de Leo Moraes. Com os pés no chão, diga-se de passagem. Aos 47 anos – 25 deles de música – ele vem conseguindo seu intento atuando em diferentes frentes.

Como músico, compositor, produtor e arranjador esteve à frente de duas bandas: Gardenais e Valsa Binária (esta “hibernando”, como ele destaca). Lançou-se há pouco na carreira solo, com o álbum “Dia verde escuro” (Under Discos, selo também recém-chegado ao mercado).

Leo Moraes. Foto: Rodrigo Valente / Divulgação

Neste trabalho, fez absolutamente tudo – compôs, arranjou, produziu. Chamou os músicos somente na hora de gravar (em seu próprio estúdio). “Sempre fui um cara de banda, da coletividade. Mas muitas vezes no processo de composição as canções acabavam tomando outro rumo e você quer a música do jeito que havia imaginado”, comenta.

Já foram alguns shows em Belo Horizonte. Agora, ele se prepara para ir para a estrada. “Aos pouquinhos estou fazendo uma agenda”, comenta. Isto porque há outra agenda bem apertada em BH.

 

Tulipa Ruiz e O Terno em show n’A Autêntica. Foto: Fla?vio Charchar / Divulgação

 

Casa de shows

Leo Moraes é um dos três sócios d’A Autêntica (os outros são Bernardo Dias e Sérgio Lopes), a casa de shows na Rua Alagoas que, há três anos e meio, vem se lançando numa aventura um tanto ousada para tempos bicudos. Fazer uma programação de shows, independentes, de qualidade, sem se render a modismos.

Não é fácil, Leo admite. “Já tivemos proposta para transformar a casa em balada, onde os custos são menores e a receita é bem maior. Mas o motivo de a gente ter aberto a casa foi pela música. Acreditamos que A Autêntica pode ser o centro de uma coisa maior, não só casa de show.” Bem, como casa de show, A Autêntica já recebeu uma pá de bandas e artistas independentes.

Leo destaca a banda indie norte-americana Circa Survive – “foi a primeira vez que a casa lotou, em 2015, então acabou sendo simbólico para a gente” –; Tulipa Ruiz  – “que a gente sempre quis trazer, mas achava que era areia demais para o caminhão. Ela veio como convidada d’O Terno, depois voltou para participar de um show da Ava Rocha” – ; e o guitarrista Larry Coryell, também dos EUA – “ele fez um show no Sesc/Palladium, saiu de lá e foi para A Autêntica, onde deu uma canja, uma jam session estelar em que o Toninho Horta tocou bateria”.

É uma história que vem sendo construída aos poucos. “No início, era a gente que ligava para os artistas para chamar para fazer show em BH. De um ano para cá, a história se inverteu, e temos recebido muito mais proposta dos artistas. A notícia acabou se espalhando.”

 

Show de Vanguart n’A Autêntica. Foto: Fla?vio Charchar / Divulgação

 

Desafios

Mesmo assim, Leo admite, as dificuldades são grandes. “A gente sabe que com ingresso e cerveja a conta não fecha bem.” Como a casa noturna é deficitária e os sócios quiseram manter a proposta de abrir de terça a sábado, a ideia foi abrir durante o dia. De segunda a sexta A Autêntica abre para almoço, “o que ajuda muito a segurar a estrutura”, Leo diz.

A programação abre às terças com forró. As quartas contam com projetos de outros produtores. De quinta a sábado são os shows. Uma quinta por mês tem a menina dos olhos da casa. Na chamada Sessões Autênticas, que rolam uma vez por mês, o palco é aberto.

Qualquer um pode se apresentar, basta se inscrever – são 10 minutos ou duas músicas por apresentação. “Tem desde o menino que começou a aprender guitarra na semana passada quando músicos (profissionais). O Djavan fez um show no KM de Vantagens Hall e os músicos dele saíram de lá e foram para A Autêntica tocar. Os primeiros shows do Young Lights também foram nas Sessões Autênticas”, conta Leo.

 

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Novos formatos

E há uma novidade, que representa outro braço da casa. Há dois meses foi criada a TV Autêntica, uma produtora de conteúdo, com canal no YouTube. “Queremos produzir programas para emissoras de TV. Queremos transformar A Autêntica em um polo de música independente, gravando DVDs, potencializando o cenário da música.”

Por ora, o canal exibe trechos dos shows apresentados na casa noturna. “Estamos filmando todas as apresentações. Colocamos duas ou três músicas no canal e o resto do material estamos fornecendo como serviço para os artistas”, conta Leo. Estão no ar vídeos e entrevistas com Letrux, Devise, Vivendo do Ócio, Far From Alaska. “Vemos potencial neste projeto, pois daí poderemos crescer a fonte da receita para manter tudo funcionando.”

E a casa não para. As datas para setembro já estão fechadas. Para outubro, faltam algumas poucas. Estão confirmados Mombojó e Mordomo (13 de setembro); Circa Survive (14 de setembro); Carne Doce e Lulli (21 de setembro); e Estrela Leminski e Téo Ruiz (5 de outubro).

 

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A AUTÊNTICA – Rua Alagoas, 1.172, Savassi, (31) 3654-9251. www.aautentica.com.br

 

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