O grupo de choro Assanhado Quarteto faz quatro shows gratuitos, ao lado de instrumentistas convidados, com o repertório do disco “Jararaca”
Patrícia Cassese | Editora Assistente
Segundo disco do Assanhado Quarteto, “Jararaca” foi gravado e lançado em 2021, com a direção musical de Rafael Martini. “No entanto, à época, a gente não pode circular muito com ele, porque o Brasil ainda estava no processo de pandemia. Na verdade, depois, a gente até conseguiu fazer uma circulação com o repertório dele na Argentina, mas só agora estamos nos apresentando em BH, com uma série de quatro shows”, conta André Milagres, um dos integrantes. Na verdade, a primeira apresentação de um ciclo de quatro shows já aconteceu: foi no último dia 21, no Parque Estrela Dalva, com Thamires Cunha como convidada. Detalhe: todos as apresentações desta turnê têm acesso gratuito.
A próxima está marcada para este domingo, dia 28 de julho, no Parque Marcos Mazzoni, na Cidade Nova. Desta vez, os integrantes recebem Aline Gonçalves, flautista, clarinetista, arranjadora e compositora. Aline, vale dizer, faz parte do grupo El Efecto e também foi integrante fundadora da Itiberê Orquestra Família. A agenda segue em agosto, com shows no Parque Municipal (sábado, dia 10) e no Parque Lagoa do Nado (no domingo, 11). Os convidados? Respectivamente, Debora Costa (percussionista e educadora musical) e Caetano Brasil (compositor, diretor musical, professor, clarinetista, saxofonista e arranjador).
Trajetória
O Assanhado Quarteto já soma 10 anos de atuação. Além do já citado André Milagres (violão 7 cordas), o grupo é formado por Lucas Ladeia (cavaquinho), Rodrigo Heringer (bateria e percussões) e Rodrigo Magalhães (baixo acústico). O quarteto surgiu a partir de uma proposta coletiva de execução do repertório de choro com uma formação pouco convencional, ou seja, utilizando instrumentos como o baixo-acústico, a bateria, a guitarra e o vibrafone. No entanto, somados aos tradicionais violão de sete cordas e cavaquinho.
Além do Assanhado, os componentes também têm outras atuações na seara do choro. Assim, o violonista André Milagres é produtor e criador de dois projetos: o Circuito do Choro BH e o Choro do Jura (do qual o baixista Rodrigo Magalhães também faz parte). Já o vibrafonista e o cavaquinista Rodrigo Heringer e Lucas Ladeia se dedica a processos de pesquisa e difusão do choro, de maneira geral. Heringer, aliás, participa atualmente do processo de registro do choro como patrimônio cultural do Brasil pelo IPHAN, além de outras publicações e pesquisas. Ladeia é responsável pela criação de composições e métodos que exploram os limites de performance do cavaquinho no choro.
“Jararaca”
“Jararaca”, o novo disco, sucede “Feira”, lançado em 2015. O repertório traz composições dos integrantes do Assanhado Quarteto. “Mas também tem a faixa ‘De Belô a Melbourne’, do australiano Paul Carey, amigo nosso, que fez a música em homenagem ao quarteto, bem como ‘Fitas e Turbantes’, do Mário Sève. E, ainda, uma releitura, a de ‘Sinal Fechado’, do Paulinho da Viola”, conta Milagres. O álbum, prossegue ele, conta com a participação de Bebê Kramer (acordeon), Carol Panesi (violinista, trompetista, compositora e arranjadora), Paulo Fróes (bateria) e Gabi Guedes (percussão). “Então, ficou um disco muito especial”.
O repertório, prossegue André Milagres, tem basicamente como calço as músicas do disco novo. “Porém, também trouxemos de volta algumas faixas de ‘Feira’. Mas todas as músicas do repertório são autorais. E a gente ainda abre espaço para composições dos convidados que estamos recebendo”, salienta.
Convidados
Perguntado sobre os convidados dos shows, André primeiramente ressalta que o Assanhado sempre gosta de ter pessoas tocando junto com o grupo. “No disco ‘Feira’, a gente teve participação do Mario Sève, depois fizemos shows junto também. Esse pessoal que está participando desse projeto, agora, a gente de certa maneira já tem uma trajetória junto. A gente participou de outros projetos com a Debora (Costa), por exemplo. Com a Thamiris (Cunha), tocamos sempre aí, nas rodas de choro. A Aline também já participou de choros com o Assanhado. Quanto ao Caetano, a gente já havia se esbarrado por aí, nas rodas de choro de BH, nas vezes em que ele esteve aqui (o músico é de Juiz de Fora). Mas vai ser a primeira vez que vamos fazer um show com ele”.
André Milagres pontua: “A gente sempre gosta de dividir o palco com quem admira. São músicos que estão aí, caminhando junto com a gente, nesta estrada da música instrumental. Enfim, está sendo – e vai ser – uma alegria para a gente”, conclui. Em tempo: O projeto “Circulação Jararaca” foi aprovado na Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte – Modalidade Fundo – Multilinguagens.
Serviço
Circulação “Jararaca” – Assanhado Quarteto
Domingo, 28/07 – convidada: Aline Gonçalves
Local: Parque Marcos Mazzoni (Rua Dep. Bernardino Sena Figueiredo, 1.022, Cidade Nova)
Horário: às 15h
Acesso Gratuito
Sábado, 10/08 – convidada: Debora Costa
Local: Parque Municipal BH (Av. Afonso Pena, 1377, Centro)
Horário: às 14h
Acesso Gratuito
Domingo, 11/08 – convidado: Caetano Brasil
Local: Parque Lagoa do Nado BH (Rua Min. Hermenegildo de Barros, 904, Itapoã)
Horário: às 11h
Acesso Gratuito
Todos os locais escolhidos são acessíveis a toda a comunidade, incluindo as pessoas com deficiência.